A lenda da entrada do Maio, em Capelins
O mês de Maio, é o mês das flores, mês do coração, mês de Maria e mês dos amores, o seu nome pode ser derivado da deusa romana da fertilidade, Maia ou Bona Dea, cujo festival os romanos celebravam neste mês que chamaram de Maius, mas noutras versões a origem pode dever-se à deusa grega Maya, mãe de Hermes, ou ainda a Maius, magnus, Júpiter!
Existem várias lendas relacionadas com o mês de Maio e com a perseguição do rei Herodes a Nossa Senhora e ao Menino Jesus, assim como, dos romanos a Jesus Cristo!
Nas terras de Capelins, no dia 01 de Maio, era tradição toda a gente levantar-se antes do nascer do sol, fosse adulto ou criança, para não deixar entrar o Maio!
Quanto aos adultos, fosse dia 01 de Maio ou outro dia, era obrigação levantarem-se, diariamente antes do nascer do sol, uma vez que, o horário de trabalho era de sol a sol, logo, quando o primeiro raio de sol raiava sobre a Terra, começava o trabalho, mas os idosos e crianças, podiam ficar na cama até um pouco mais tarde, se não fosse dia 01 de Maio, porque neste dia, ninguém lhe podia valer, não podiam deixar entrar o Maio, senão ficavam com o Maio o ano inteiro! Não se podia deixar entrar o Maio, porque se entrasse, era sinal de preguiça!
Quem deixasse entrar o Maio, seria tomado de uma preguiça incontrolável por todo o ano, por isso, tinham que fechar a entrada do corpo, para que o Maio não se apossasse da gente nova, já de si tão dada a preguiças, assim, além de serem obrigados a deixar a cama, algumas vezes, sobre fortes abanões, ainda sonâmbulos, tinham de cumprir o ritual que, não se ficava pelo levantar antes do nascer do sol, a entrada do Maio tinha de ser impedida com alguma coisa para comer, era melhor que fosse doce, uma bolacha Maria, um bocadinho de bolo duro, feito pela Páscoa, uma passa de figo, ou uma amêndoa que, com tanto sono, era difícil de engolir, mas os avós não perdoavam e diziam que, tinha de ser assim, porque não podia entrar o Maio, senão era uma malandrice ou preguiça para todo o ano e não havia maneira de escapar, mas ficavam a salvo de tal maldição.
Fim
Texto: Correia Manuel
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