Património Religioso de Capelins

 O Nicho Religioso a Santo António em Ferreira de Capelins

A população da Aldeia de Ferreira de Capelins, devota de Santo António, ansiava por ter um Nicho/Altar dedicado ao seu Orago situado à entrada/saída da dita Aldeia, porque assim, todos os devotos que passavam pela estrada em direção ao Sul ou ao Norte da Freguesia e não só, ficariam protegidos, tal como, os moradores da Aldeia quando eram obrigados a ausentar-se da mesma!

Na verdade, a imagem de Santo António com o Menino de Jesus, estava e está na sua Igreja e sabiam que nunca eram esquecidos, mas estando a sua Imagem num Nicho Religioso junto ao lugar de passagem, seria melhor em termos de proteção quando viajavam!

A construção do desejado Nicho Religioso deparava-se com vários obstáculos, não só o financeiro, porque esse, até se resolvia com um peditório à população, com os eventuais lucros de uns bailes e de umas rifas de um borrego, mas faltava a devida autorização do Município, porque não podiam construir nada junto a um caminho Municipal sem a autorização da Câmara e, diziam que isso não era fácil!

Assim, após alguns anos de indecisão, na década de mil novecentos e oitenta, uma Comissão de Festas de Santo António, decidiu que o Nicho/Altar tinha de ser construído e, como tinham um saldo positivo, resultante das contas da Festa, entenderam satisfazer os anseios da população da Aldeia de Ferreira de Capelins e depois de eliminadas as barreiras burocráticas mandaram construir o dito monumento religioso a Santo António, onde se destaca a sua imagem com o Menino de Jesus ao colo, em tons azulados e brancos, sendo a estrutura toda envolvida em pequenos blocos de pedra de xisto azulado extraído na região, com as interligações pintadas de branco, existindo, lateralmente e incluídos bancos envolvidos da mesma pedra de xisto, situado debaixo de uma frondosa acácia, para descanso, meditação ou convívio entre os moradores ou viajantes!

O Nicho/Altar a Santo António foi construído e, a população da Aldeia de Ferreira de Capelins ficou reconhecida à respetiva Comissão de Festas, assim, quando são obrigados a viajar, os devotos já podem encomendar a sua proteção a Santo António e, ao voltarem sãos e salvos, podem fazer o seu agradecimento, o mesmo acontece com todos os viajantes que, tenham fé em Santo António e que, eventualmente, passem por este caminho.

Fim

Bem Haja a Comissão de Festas de Santo António de Capelins que, teve esta iniciativa. 

Resenha histórica da Villa de Terena e de Capelins

Resenha histórica da Villa de Terena e de Capelins

Nos finais de 1700, o espanhol Dom José Cornid Y Saavedra que andou a viajar pelo Reino de Portual cerca de vinte e oito anos, esteve presente na Vila de Terena e nas Terras de Capelins, voltando daqui para Castela onde faleceu três anos depois, em 1803.

Vejamos o que escreveu no seu relatório sobre estas localidades, o qual, se encontra na Real Academia de História em Madrid:

COLECCIÓN DE DOCUMENTOS. OPÚSCULOS Y ANTIGÜEDADES

QUE PUBLICA LA REAL ACADEMIA DE LA HISTORIA

TOMO XXVlíI

ARTICULO 5.°

VILLA DE TERENA.

Seis leguas al Suroeste de la ciudad de Elvas, siete al Oriente de la de Évora, à cuyo Arzobispado pertenece, y dos al Poniente del río Guadiana, en terreno elevado y distante medio cuarto de legua del río Lucefece, se halla situada la villa de Terena, dominando una fértil vega que le cae al Oriente, y por la cual corre aquel pequeño río, que baja de la Sierra de Osa y que se introduce en el Guadiana enfrente de la villa de Cheles, perteneciente á la Extremadura castellana. Carvallo dice que su primer asiento fué entre aquel río y el arroyo del Alcaide, y que por los años de 1262 le dio fuero D. Gil Martínez, padre del Conde D. Martín Gil, y su mujer Doña María Joan, y que por eso obtuvieron el y su hijo el señorío de esta villa, hasta que por su muerte entraron en la Corona.

El Rey D. Manuel la renovó su fuero en 10 de Octubre de 1514, y hoy le conserva y se halla cercada de muros con un buen castillo á la parte oriental. Su vecindario asciende á 219 fuegos en una parroquia con la advocación de San Pedro, administrada por un Prior y dos Beneficiados que presenta la Corona, y su Gobierno civil está igualmente confiado á un Juez ordinario. Tiene asimismo iglesia de Misericordia, Hospital y tres ermitas, de las cuales la de Nuestra Señora das-Boas Novas (de las buenas nuevas), fundada por la Reina Doña María, mujer del Rey D. Alfonso el XI de Castilla ó hija de D. Alonso el IV de Portugal, situada un cuarto de legua al Oriente de la villa, representa exteriormente un castillo guarnecido en la parte superior de almenas y otras defensas, y aquí esadonde se cree haber estado el antiguo templo del dios Endobelico, y de donde se llevaron á Villaviciosa por los señores de Braganza varias inscripciones votivas puestas á esta desconocida divinidad, que copiaron Resende y otros anticuarios, de las cuales aún he visto yo una en la fachada de dicha ermita, que se halla en un campo cerca del Lucefece, rodeada de algunas encinas, que es el árbol más común en el término de esta villa, que igualmente abunda en granos, ganados'y caza, y que se compone de dos feligresías con las advocaciones de Santiago y de San Antonio de Capelins, en las que se cuentan 337 fuegos.

Tomo xxvni

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ARTÍCULO 6.°

VILLA DE FERREIRA.

Esta pequeña villa, que se halla una legua al Sur de la antecedente, pertenece á la ya dicha parroquia de San Antonio de Capelins, y no tiene otra iglesia que una capilla dedicada á Nuestra Señora de las Nieves, y junto á ella el reducido vecindario de 32 fuegos.