sexta-feira, 26 de junho de 2015

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo em 1573 - Percurso entre as Praças de Mourão e Olivença

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo em 1573 - Percurso entre as Praças de Mourão e Olivença

Após a visita D' El-Rei D. Sebastião à Praça de Mourão, no dia 9 de Fevereiro de 1573, seguiu-se a importante Praça de Olivença, o problema era, qual o melhor e mais rápido percurso que o rei e sua Corte deviam tomar para chegar à referida Vila? Todos sabiam qual era esse caminho, mas implicava a invasão do Reino de Espanha, que podia ser mal entendida pelo seu primo Filipe II, que então o governava. Decorria o mês de Fevereiro e, o Rio Guadiana não permitia a sua passagem segura, sem ser em Barcas, mas demoravam muitas horas a passar homens e cavalos e outros muares, e teriam de seguir por Monsaraz - Terras de Capelins - Juromenha - Ajuda - Olivença, ficava muito longe, e ele não tinha muito tempo. Estava perante um dilema, que depressa o resolveu, porque já tinha pensado em o fazer, era simplesmente, atravessar as Terras de Espanha, quase em linha reta, de Mourão - Vila de Cheles - São Bento da Contenda (português) - Olivença. Valeram-lhe o Alcaide Mor de Mourão, D. Diogo de Mendonça de Lima e seu cunhado, 4º Senhor de Cheles D. Francisco Manoel de Villena, (filho de uma portuguesa e também vivia com uma portuguesa, irmã da esposa do Alcaide de Mourão), que permitiu atravessar as suas Terras e ainda o recebeu, servindo-o com grande bizarria em tudo, grandes banquetes e tudo do melhor para toda a Corte portuguesa. Quem conhece Cheles e as suas vistas sobre as Terras de Capelins, acha que existe algum exagero quando dizemos que D. Sebastião estava num grande banquete em Cheles e olhando as suas Terras de Capelins? A não ser que estivesse encafuado em alguma cave, mesmo assim, à chegada e partida de Cheles tinha que ver bem vistas as suas Terras de Capelins, (Vila de Ferreira, dos Freires de Andrade, mas sempre do Reino de Portugal).
A partir de Cheles seguiu por São Bento da Contenda até Olivença, onde esteve nos dias 10 e 11 de Fevereiro de 1573. Depois, visitou Elvas, Vila Viçosa, onde matou saudades da família, foi por Estremoz até Évora, onde chegou no dia 14 de Fevereiro de 1573, ou seja, 44 dias depois da sua partida desta cidade.

A versão do cronista:
"Querendo recolher-se cortou na volta a jornada. Intentou entrar pela posta? em Castella, e o conseguio, levado da viveza do seu espírito, que sempre o moveo ao mais arduo. Passou pela Villa de Cheles, onde D. Francisco Manoel (de Villena), Senhor daquela Villa, o recebeo, e a toda a Corte, servindo-o com bizarria em tudo, ainda no vedado uso das Leys dos Reynos confinantes. Vio já El-Rey do seu as Fronteiras de Castella e quiz com louvável fim acabar a sua jornada"
In História genealógica da Casa Real Portugueza desde a sua origem até o presente"
Offerecido a el-rei D. João V Nosso Senhor
Por D. António Caetano de Sousa
Tomo VI
MDDXXXIX 1739

Existem outros documentos sobre esta jornada do rei D. Sebastião.

D. Sebastião




quarta-feira, 24 de junho de 2015

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo, em 1573

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo, em 1573

Como sabemos, a vida do nosso rei D. Sebastião foi muito curta, nasceu no dia 20 de Janeiro de 1554 e morreu em 04 de Agosto de 1578 em Alcácer Quibir, então com 24 anos. Foi acusado de viajar pouco no nosso país, mas compreende-se que teve pouco tempo para o fazer. No entanto, são conhecidas duas visitas às Praças do Algarve, em 1571 e 1573, nesta última, também visitou várias Praças do Alentejo. Assim, saíu de Évora no dia 02 de Janeiro de 1573 com uma pequena comitiva de Senhores, Fidalgos e Ministros, entre os quais, o senhor D. Duarte, seu tio; o Duque de Aveiro, Jorge de Lencastre; D. Pedro Dinis de Lencastre, irmão do anterior; o Conde de Vimioso D. Affonso de Portugal e dois filhos deste; D. Diogo da Sylveira, Conde de Sortelha, Guarda Mor de sua pessoa; D. Alvaro de Castro, que foi depois seu valído e já era favorecido; D. Fernando Alvares de Castro, que parece ser filho do anterior; D. Martim Pereira, que tinha o lugar de vedor da Fazenda; Francisco de Távora, Reposteiro Mor; D. Luís de Menezes, Alferes Mor; Filippe de Aguilar, que servia de vedor da Casa; Sancho de Tovar, que fazia o seu offício de Monteiro Mor; Bhaltazar de Faria, Almostácer Mor; Manoel Quaresma, e Miguel de Moura, secretários; D. Martinho de Sousa; D. João de Castro; José Gonçalves da Câmara; D. João da Sylveira; Christóvão fr Távora e Pedro Guedes, estes erão os Fidalgos, que fazião a Corte. Os moços erão D. Alvaro da Sylveira, que servia do Pendão; D. Luíz, irmão deste, D. Alvaro, D. João de Castro, D. Lucas e D. João de Portugal, filhos do Estribeiro Mor, que hum servia com a mala, e o outro com a caldeirinha, com D. Alvaro da Sylveira, filho do Guarda Mor. 
Como referimos saíu de Évora, por: Viana do Alentejo - Cuba - Beja - Entradas - Castro Verde - Cabeços - Almodôvar - Ourique - Messejana - Vila de Colos - Odemira - Odeceixe - Aljezur - Lagos - Cabo de S. Vicente - Sagres - Quarteira - Loulé - Faro - Tavira - Castro Marim - Alcoutim - Mértola - Serpa - Moura - Mourão (a visita vai continuar, contamos no próximo episódio).
D. Sebastião visitou a Praça de Castro Marim no dia 03 de Fevereiro de 1573, aqui Despachou, fez Justiças, audiências e passeou, visitou a barra do rio Guadiana e a Vila de Ayamonte, foi grande festa para portugueses e para espanhóis que o aplaudiram como sendo seu rei. Voltando a Castro Marim, dali seguiu de barco na manhã de 04 de Fevereiro, com destino a Alcoutim, (só neste percurso utilizou barco, o restante foi sempre por terra), em Alcoutim, foi recebido pela Condessa de Alcoutim Dª Maria da Sylveira de Meneses, na sua Casa Apalaçada, com um banquete digno de tão honrado visitante. No dia seguinte, continuou a sua visita às Praças antes referidas, até chegar a Mourão no dia 8/9 de Fevereiro de 1573, onde foi recebido por D. Diogo de Mendonça de Lima, Alcaide Mor da Praça de Mourão. É a partir de Mourão que se deu a surpresa, sobre as Terras que visitou e por onde seguiu até chegar a Vila Viçosa no dia 12 de Fevereiro de 1573, onde acabou esta jornada.
continua!...

D. Sebastião




domingo, 21 de junho de 2015

El-Rei D. Sebastião, o Desejado, esteve muito perto de Capelins em Fevereiro de 1573.

El-Rei D. Sebastião, o Desejado, esteve muito perto de Capelins em Fevereiro de 1573.


El-Rei D. Sebastião, então com 19 anos de idade, avistou as Terras de Capelins, em Fevereiro de 1573, esteve meia légua pequena a sul, onde foi muito bem recebido. Brevemente, vamos informar, como, onde, porquê, esteve El-Rei nessa localidade nossa vizinha. Por agora, vamos dar a conhecer um pouco mais da vida deste Rei de Portugal.

El-Rei D. Sebastião, era filho do príncipe Dom João e de Dona Joana de Áustria. Seus avós paternos eram o rei de Portugal Dom João III e a Rainha Dona Catarina. Seus avós maternos eram o imperador Carlos V e a Imperatriz Dona Isabel. Dona Isabel era irmã de Dom João III.
"O príncipe Dom João, seu pai, morreu em 2 de Janeiro de 1554, deixando todo o reino com sobressaltos, pois Dom Sebastião ainda estava no ventre da sua mãe, Dona Joana, que era prima de Dom João. Dom João foi o único filho sobrevivente dos nove que Dom João III havia tido, e a sucessão do reino passou a depender do sucesso do parto.
O problema que ocorria em Portugal não era a falta de herdeiros, mas por causa do contrato de casamento de Dona Maria, irmã do príncipe defunto, com Dom Felipe II de Castela, pelo qual, caso não houvesse sucessores, o reino passaria ao filho desta união, Dom Carlos, ocorrendo a união com Castela, que os portugueses sempre abominaram.
arcebispo de LisboaDom Fernando de Vasconcelos e Meneses, ordenou que, assim que começassem as dores de parto, avisassem à , para que fosse feita uma procissão de fé. Dezoito dias depois da morte do príncipe, a princesa começou a sentir as dores, na noite do dia 19 para o dia 20 de Janeiro. De madrugada chegou o aviso, e o povo que afluiu à igreja de São Domingos foi tamanha que várias ficaram de fora, indo padres a pregar do lado de dentro e outros a pregar do lado de fora.
Na manhã do sábado, do dia 20 de Janeiro de 1554, nasceu o príncipe, e foi dada a notícia do nascimento do Desejado, recebida com orações de agradecimento a Deus.
Em 27 de Janeiro, ao oitavo dia, ele foi batizado pelo Cardeal-Infante D. Henrique, irmão do rei Dom João III, e recebeu o nome de São Sebastião, por causa do dia em que havia nascido, sendo seus padrinhos o rei e a rainha, seus avôs.
Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.
No ano seguinte, em 11 de Junho de 1557, morreu o rei Dom João III. Sebastião tornou-se rei com três anos, quatro meses e vinte e dois dias de idade.
Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina de Áustria, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de  Évora, (23 de Dezembro de 1562-1568). Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.
Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.
Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.
Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II em 1589 viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, oferecida a D. Sebastião em 1577 por Mulay Mohammed. Filipe II retirou-se.
De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo à questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião, pois o seu grande sonho era conquistar Marrocos.
O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, embora a sua falta de experiência militar e política viesse a conduzir o exército português a grandes perdas no Norte de África e à própria morte ou desaparecimento do rei.

Aos 14 anos, D. Sebastião assume a governação. Sonhava com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África.

D. Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu primo, recusou participar e adiou o casamento de D. Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha. 

O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e D. Sebastião rumou imediatamente para o interior. Na batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a D. Sebastião, morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, o rei se tenha recusado com altivez, dizendo: "A liberdade real só há de perder-se com a vida." Foram as suas últimas palavras, e é-nos dito que ao ouvi-las, "os cavaleiros arremeteram contra os infiéis; D. Sebastião seguiu-os e desapareceu aos olhos de todos envolto na multidão, deixando ... a posteridade duvidosa acerca do seu verdadeiro fim."  Há quem defenda, por outro lado, que o seu corpo tenha sido enterrado logo em Ceuta, "com toda a solenidade". Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.Tornou-se então numa lenda do grande patriota português – o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha

Em 1582, Filipe I de Portugal mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa."

Base: História de Portugal e Wikipédia

D. Sebastião






sábado, 20 de junho de 2015

D. Miguel I, apoiado pelos lavradores de Capelins

D. Miguel I, apoiado pelos lavradores de Capelins

Terenenses, Santiaguenses, e Capelinenses, apoiaram El-Rei D. Miguel I


Conforme transcrição da relação de offerentes de cereais, do Concelho de Terena, confirma-se que, El-Rei D. Miguel I, tinha apoiantes nesta região, inclusivé o clero, que perduraram durante muitos anos. Também por isso, a população deste Concelho sofreu imenso, durante e depois da guerra civil de 1828-1834, como sabemos, pelo menos um militar de Capelins, Jose Diogo, morreu no cerco do Porto.

"Ao juiz de Fora de Terena"

"Sendo presente a El-Rei Nosso Senhor o Officio, que V. me. me dirigiu em 12 do corrente mez (Agosto de 1832) participando, que vendo as enormes despezas que o Estado tem sido obrigado a fazer em consequencia da mais injusta agressão, promoveo pelos Povos da sua Jurisdição o donativo de cento e vinte e hum alqueires de Trigo, e quarenta e quatro de Cevada, que fez conduzir ao deposito de Viveres da Praça D' Elvas: Manda Declarar a V. me. para seu conhecimento, e para que assim o faça constar aos offerentes, que Mereceo a Sua Real Approvação não só o seu proceder em promover o referido donativo, como também por conhecer, por este modo, os honrados e leais sentimentos de que se achão possuidos os offerentes mencionados na relação que acompanhou o sobredito seu Officio. Deos guarde a V. me.
Paços de Caxias, em 21 de Agosto de 1832.
Conde de S. Lourenço, Senhor António Lobo de Abranches Mascarenhas do Amaral.
Juiz de Fora de Terena"
"Relação das pessoas da Villa de Terena que offerecerão os generos acima mencionados"
" - O Prior de Terena, Francisco Carlos de Carvalho, 30 alqueires de trigo;
- O Prior Encomendado da mesma, Marcos Gomes Pouzão, 19 ditos do dito;
- O Padre José Aniceto, da Vila do Redondo, 5 ditos do dito, e 5 ditos de cevada;
- José Gomes, da Gaga, 10 ditos de trigo, e 5 ditos de cevada;
- Joaquim Gonçalves, da do Bixo, 4 ditos de trigo e 3 ditos de cevada;
- José Joaquim Paias, 6 ditos de cevada;
- Bartolomeu João, 5 ditos de dito;
- António José Real, 4 ditos de trigo;
- José Godinho, 8 ditos de cevada;
- António Joaquim Rozado, 2 ditos de trigo e 3 ditos de cevada;
- O Parrocho de S. Thiago, António Pinheiro Velladas, 4 ditos de trigo;
- Domingos Dias, 2 ditos de trigo e 2 ditos de cevada;
- O Prior de Santo António (Capelins), António Mudes Vasco, 3 ditos de trigo;
- Manoel Baptista, de Mormizo, 4 ditos de dito;
- Marcos Valente, 4 ditos de cevada;
- José Ribeiro, da Graçôa, 2 ditos de trigo;
- António Joaquim, de Valle Farreteo, 2 ditos de dito;
- José Nicoláo Rodrigues, 3 ditos de dito;
- Paulino da Roza, 2 ditos de dito;
- Maria de Santa Anna, 3 ditos de dito;
- Maria Gomes, da Talaveira, 2 ditos de dito;
- Ignácio José Paios, do Alcaidinho, 2 ditos de dito;
- José Maria Inchado,  Capitão dos Realistas, 2 ditos de dito;
- António Mendes, do Monte da Vinha, 2 ditos de dito;
- Francisco Melão, 2 ditos de dito;
- Bernardino Gonçalves, 2 ditos de dito:
-  João António, de Arrife, 2 ditos de dito;
- Joaquim Nunes, 2 ditos de dito:
- Caetano, da Malhada Alta, 2 ditos de dito;
- Manoel Ignácio Coelho de Paiva, 1 dito de dito;
- Manoel Eugénio, 1 dito de dito;
- Joaquim Marques, 1 dito de dito;
- Marcellino Ramalho, 1 dito de dito;
- José António Amaral Infante, 1 dito de dito, e 1 dito de cevada,
- Manoel Nunes, da Defezinha,  1 dito de trigo;
- José Machado, 1 dito de dito;
- Manoel dos Santos, 1 dito de dito;
- António Gordes, 1 dito de dito;
- António José Alves, 2 ditos de cevada;
- José Rozado, da Amadoreira, 3 ditos de trigo;
Total: 121 alqueires de trigo, e 44 ditos de cevada."

E, são estes lavradores do Concelho de Terena, o clero, e outros, os apoiantes de D. Miguel I, o absolutista, existem alguns nomes de Capelinenses que já conhecemos dos assentos Paroquiais da Paróquia de Santo António de Capelins, como Lavradores da Vila de Ferreira da Casa do Infantado, da qual, o mesmo D. Miguel, foi Senhor, ou seja, deteve o senhorio da Vila de Ferreira, através da Casa do Infantado, logo, alguns Lavradores da Vila de Ferreira, estiveram sempre ao seu lado, até muitos anos depois do fim da guerra civil, com graves consequências para a região de Capelins.

D. Miguel 






sábado, 13 de junho de 2015

Santo António de Capelins

Singela homenagem a Santo António, no dia dos 784 anos da sua morte na cidade de Pádua, em Itália, onde se encontra o seu túmulo, no interior da Basílica de Santo António. É venerado em Capelins desde o início do século XVI, onde se encontra a Igreja de Santo António.
Santo António de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua, nasceu em Lisboa em 15 de Agosto de 1191-1195? de sobrenome incerto mas batizado como Fernando, foi um Doutor da Igreja Católica. 
Começou por ser frade agostinho no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo depois para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde aprofundou os seus estudos religiosos através da leitura da Bíblia e da literatura patrística, científica e clássica. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito pela Europa. No ano de 1221 fez parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador, que o convidou também a pregar contra os albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu no dia 13 de Junho de 1231, apenas com 36 (ou 40) anos.
A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e sobretudo como notável orador e grande taumaturgo. Santo António de Lisboa é também tido como um dos intelectuais mais notáveis de Portugal do período pré-universitário. Tinha grande cultura, documentada pela coletânea de sermões escritos que deixou, onde fica evidente que estava familiarizado tanto com a literatura religiosa como com diversos aspetos das ciências profanas, referenciando-se em autoridades clássicas como Plínio, o Velho, Cícero, Séneca, Boécio, Galeno e Aristóteles, entre muitas outras. O seu grande saber tornou-o uma das mais respeitadas figuras da Igreja Católica do seu tempo. Lecionou em universidades italianas e francesas e foi o primeiro Doutor da Igreja franciscano. São Boaventura disse que ele possuía a ciência dos anjos. Hoje é visto como um dos grandes santos do Catolicismo, recebendo muita veneração.
Wikipédia






quinta-feira, 11 de junho de 2015

José Diogo, militar de Capelins 1828/1834

José Diogo, militar de Capelins  faleceu no Porto, na guerra civil de 1828/1834 entre Liberais e Absolutistas.

A guerra civil verificada em Portugal entre 1828/1834, entre os Liberais Constitucionalistas de D. Pedro IV e os Absolutistas aliados do seu irmão D. Miguel, deixou marcas profundas no nosso país, inclusivé à região de Capelins por diversas formas, entre elas, levou à morte no Porto de um militar de Capelins, chamado José Diogo, então, já casado com Justina Maria, que ficou viúva, decerto muito nova. Prevê-se que, a sua morte se deu em 1832, porque foi no dia 8 de Julho de 1832 que D. Pedro IV, vindo dos Açores, desembarcou as suas tropas na praia dos ladrões, depois, chamada praia da memória, no Mindelo, entricheirando-se na Cidade do Porto, onde foram imediatamente cercadas pelas tropas de D. Miguel. Pensamos que, este militar estaria ao serviço de D. Miguel, porque os latifundiários do Alentejo, estavam ao seu lado e disponibilizaram os seus empregados, capazes, para lutar nas suas fileiras, falecendo o José Diogo no momento do desembarque das tropas de D. Pedro IV, ou já no cerco do Porto, em 1832. Segundo o Pároco António Laurentino, o José Diogo morreu num ataque no Porto, deixando viúva, Justina Maria que, conforme consta no assento Paroquial que transcrevemos, veio casar novamente em 1835.

"Em os onze dias do mez de Outubro de mil oitocentos e trinta e cinco n' esta Parochial Igreja de santo António de Capelins, termo de Terena e Arcebispado D' Évora assisti ao Matrimónio que entre si celebrarão in facie Eulésio por palavras de presente entre marido e mulher na forma do sagrado Concílio Tridentino, e Constituições deste Arcebispado, Salvador Gonsalves viúvo de Maria da Conceição, que faleceo nesta Freguesia, com Justina Maria, viúva de José Diogo que faleceo em hum ataque no Porto, ambos moradores nesta Freguezia. Forão testemunhas Manoel Gonsalves, morador no Aguilhão, Freguezia do Rozário, termo do Alandroal, e Vicente Rodrigues, morador no Monte do Meio, desta Freguezia, e para constar fiz este termo que assignei em dia, mez e anno ut supra.
Parocho António Laurentino Sopra Godinho
Manoel Jorge
Vicente Rodrigues" 


Casamento de Justina Maria 




quarta-feira, 10 de junho de 2015

A Amizade entre a Vila de Cheles e Capelins

A Amizade entre a Vila de Cheles e Capelins

Continuamos a divulgar os actos de amizade entre a Vila de Cheles e Capelins, ao longo da história, neste caso, transcrevemos o assento Paroquial, do casamento realizado em 23 de Julho de 1837, na Igreja de Santo António, entre, Bento Pio Fernandes Falé natural da Vila de Cheles, e Antónia Mariana, natural da Freguesia de Santo António de Capelins:

" Em os vinte e trez de Julho de mil oito centos e trinte e sete annos, nesta Parochial Igreja de Santo António de Capelins, termo da Villa de Terena, Arcebispado de Évora, em dia de Domingo assisti ao Matrimónio que entre si contrahirão Bento Pio Fernandes Falé, solteiro, natural e baptizado na Villa de Xelles reino de Hespanha Bispado de Badajoz, donde veio de cinco annos para esta freguezia e nella tem sempre assistido como he constante, e filho de Francisco Falé e de Ignez Cominha, naturais da mesma Villa (Cheles), ambos já falecidos, e Antónia Mariana, natural desta Freguezia, filha legítima de Gregório Rozado e Margarida dos Prazeres, ambos naturais desta Freguezia, tudo na forma do Concílio Tridentino e Constituições deste Arcebispado (?) por palavras de presente de marido e mulher na prezença das testemunhas abaixo assignados entre muitas que prezentes estavão, e para constar fiz este termo que assignei com as testemunhas designadas no mesmo, dia, mez e anno ut supra.
Parocho António Laurentino Sopa Godinho

Custódio Fernandes
Salvador Gonsalves" 

Igreja da Vila de Cheles - Espanha 




domingo, 7 de junho de 2015

A barca do Porto D' El-Rei (Sinza) em 1500

A barca do Porto D' El-Rei (Sinza) em 1500

Como já aqui referimos, com base em diversos documentos, que sempre existiram barcas no rio Guadiana, para a passagem de pessoas, animais e mercadorias entre as duas margens deste saudoso rio, desde os muçulmanos, que eram senhores de ambas as margens, até aos anos de 1800. Temos mais uma prova dessa realidade, vinda de Espanha, que a seguir se publica em versão integral:

La frontera castellano - poruguesa a finales de la Edade Media.
Los rios en las relaciones comerciales castellano-portuguesas

"Existia una barca que cruzaba el Guadiana entre Terena e Cheles. Su mantenimiento y los rendimientos que se obteníam de ella eram compartidos por el portugués Simão Freire y el castellano Don Francisco, señor de Cheles . El barquero que conducía la barca, era de Cheles, por estar esta localidad más cerca del lugar de la ribera donde estaba el puerto fluvial que se llamaba puerto del Rey, este nombre se debía a que, segun les testigos, antiguamente el puerto y los derechos de la barca habian pertencido a los reys de Portugal.
- O dicto Symam Freire e o senhor de Cheles que ora he Don Francisco, como em tempo de seus pays e antecessores sempre e agora o dicto Symam Freire e o senhor de Cheles ambos de permeas trazem hua barqua da dicta ribera d' Odiana, a metade do rendymento eh do dicto Symam Freire e a outra metade do senhor de Cheles e ambos fazem a barqua de permeas  e partem o rendymento de permeas.
Esta barqua a traz um barquero que mora em Chelles por rezam que Chelles está muito perto da dicta rybera que he mea legoa pequena, a dicta rybera onde esta a barqua e a desta Villa (Ferreira? Terena?) he boa legoa e mea.
E o lugar a saber, da dyta barqua se chamava antiguamente Porto D' El-Rey porque dyziam os antigos que antygamente o dyto Porto e direitos da dyta barqua e a Deffesa que ora tem Symam Freire que se chama Deffesa D' El-Rey foy tudo antygamente dos Reys de Portugal."
De: "Musulmanes y Cristianos frente al Água en las Ciudades Medievales"
"Demarcações de fronteira de Castro marim a Montalvão"
"Maria Isabel del Val Valdivieso"
Universidade de Castilla - la Mancha. 

"Como sabemos, o português aqui referido é Simão Freire de Andrade, nascido em 1485, filho de João Freire de Andrade, casado com Leonor Henriques, nascida em 1490, sucedeu a seu pai, como 5º Senhor da Casa de Bobadela, da qual fazia parte integrante a Villa de Ferreira, (Vila Defesa, espaço geográfico, não era casario, o casario era no Lugar de Ferreira, nas Neves) e, sendo Vila Defesa, nunca foi Couto de Homiziados. Assim, facilmente se sabe que,  a Vila de Ferreira, cerca de 1500 se designava por Defesa D' El_Rei e, existia uma barca que ligava as duas margens do rio Guadiana no Porto D' El-Rei, atualmente Cinza, pela descrição da sua distância a Cheles, (meia legoa pequena), as despesas e rendimentos dessa barca eram a meias com o senhor das terras de Ferreira, Simão Freire de Andrade e com o Senhor de Cheles Dom Francisco. Também se confirma que, já os os seus pais e antecessores, tinham barcas no rio Guadiana, para trocas comerciais nesta região, como sempre aqui temos divulgado.

Tudo o que aqui publicamos é com base em documentos oficiais, livros, estudos de arqueólogos, que indicamos sempre onde se encontram, ou em narrativas de pessoas de Capelins, que têm a importância que tiverem, mas que receberam as informações, deturpadas, ou não, ao longo das gerações, decerto, sempre com fundo de verdade.
Os 5.000 anos que aqui referimos, é porque os arqueólogos que fizeram o levantamento arqueológico e arquitetónico de Alqueva e outros, assim o dizem, e não duvidamos desses especialistas, inclusivé, quanto aos prováveis períodos a que pertencem as pinturas rupestres do Vale do Guadiana, em Azenhas D' El-Rei, Moinhola e outros locais da Freguesia de Capelins.
Não nos consideramos Xicos espertos, nem mais sabedores do que outros, porque, apenas nos limitamos a pesquisar e dar a conhecer a quem estiver interessado, o que outras pessoas já escreveram e estudaram sobre o passado de Capelins. 
Há dois anos que o fazemos de livre vontade, com ajuda de amigos e pesquisando por onde nos é possível, milhares de horas, sem dar quase nada, mas não desistimos, em memória dos nossos antepassados que, nasceram, viveram e morreram nas terras de Capelins, alguns, sem saberem que existia outro Mundo. 
Falar nesses Capelinenses, para nós, é prestar-lhe a nossa singela homenagem! 

Outeiro do Pombo - Local onde estavam as barcas







sábado, 6 de junho de 2015

Capelins Enclave do Grande Lago de Alqueva

Capelins Enclave do Grande Lago de Alqueva

A toponímia Montes Juntos, surgiu no dia 22 de Novembro de 1824, na Escritura de um terreno aforado em enfiteuse a Izidoro Manuel, o qual, estava casado com Joana Maria Nunes, e declarou ao Tabelião do Cartório de Terena que morava nos Montes Juntos, devido a existirem alguns Montes (geminados) da mesma Família "Nunes".
Desde 1636, encontramos registados nos Registos Paroquiais de Santo António, alguns Montes (habitações) nesta região, entre os quais: Galvoeira e Seixo, apenas Montes das herdades, porque os Montes da Capeleira, Salgueiro, Janelas, Almas, Manantio e outros, só surgiram após 1698.
Assim, a nossa conclusão é que, na região onde se situa a atual Aldeia de Montes Juntos, existiam vários Montes (habitações rurais), sendo o Pároco de Santo António de Capelins, João Baptista de Carvalho a escrever pela primeira vez, a toponímia de Montes Juntos nos respetivos Registos Paroquiais no ano de 1830.
É de salientar que, quando o referido Pároco começou a escrever Montes Juntos em 1830, já existiam muitos Montes no triângulo, Capeleira - Salgueiro - Almas - Manantio, porque, cerca de 1698 foram aforadas em enfiteuse aos seareiros, muitas courelas desde a herdade da Galvoeira até Boavista retiradas do Baldio do Manantio e que, a maioria encabeçavam com a herdade do Seixo e algumas com a herdade da Galvoeira, nas quais, foram construídos vários Montes, muito antes de surgirem os referidos Montes Juntos.
A Freguesia até cerca de 1790, designava-se de Santo António, Termo da Vila de Terena, passando nessa data a constar "Santo António de Capelins. 
Em 06 de Novembro de 1836, pelo Decreto de Mouzinho da Silveira, foram extintos os Concelhos de Terena e de Ferreira de Capelins, sendo integrados no Concelho do Alandroal. 
O Concelho de Ferreira, nunca foi Termo (Concelho Régio), tinha apenas por missão administrar a Coutada e os conflitos entre a comunidade da Vila de Ferreira.
Ainda nessa data, foram extintas as duas aldeias de Capelins de Cima e Capelins de Baixo, que existiam desde o início de 1700, construídas no seio da herdade da Defesa de Ferreira, propriedade da Casa do Infantado e, ficou apenas uma Aldeia com a toponímia de Aldeia de Ferreira, (surgiu, assim, a terceira Ferreira, desde a Villa de Ferreira Romana).

Podemos ler um Registo Paroquial do óbito de Francisco Rozado em 1832:

"Aos dezanove dias de Dezembro de mil oito centos e trinta e dous, nesta Parrochial Igreja de Santo António de Capelins, termo (Concelho) da Vila de Terena, Arcebispado de Évora, se sepultou o corpo de Francisco Rozado, cazado que era com Micaela Francisca, moradores nos Montes Juntos, recebeo todos os Sacramentos, não fez testamento, e foi amortalhado em lençol e para constar fiz este que assigno dia, mez, e ano ut supra".
Parocho António Mendes Vasco 

Aldeia de Montejuntos






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