segunda-feira, 17 de abril de 2017

Freguesia de Capelins na diagonal - Águas Frias - Gato

1ª Travessia Pedestre em Passeio, na Diagonal, da Freguesia de Capelins - Águas Frias - Gato, em 15 de Abril de 2017  


Conforme foi planeado, no dia 15 de Abril de 2017, pelas 09:00 horas, demos início à 1ª Travessia Pedestre em Passeio, na Diagonal, da Freguesia de Capelins, entre o Nordeste onde se cumprimentam as Freguesias de Santo António de Capelins, S. Pedro de Terena e Nossa Senhora da Conceição de Alandroal, na Defesa de Ferreira (Águas Frias) e o ponto mais a Sudoeste, no Gato, nos extremos, desta e da Freguesia de Monsaraz. Passamos sem demora pela Vila de Ferreira Romana e pelas minas Romanas e como não pudemos prosseguir para sul, devido à existência ilegal de uma cerca de arame em património do Estado, até dentro de água, fomos obrigados a dar uma grande volta e descer pelo caminho milenar que dava ao porto Romano das Águas Frias de baixo, aqui fomos observar se eram visíveis alguns restos de calçada romana, mas a mesma, encontra-se submersa. Foram tiradas algumas fotografias e seguimos para a Ermida de Nossa Senhora das Neves, indicado como, percurso pedestre 6. Chegamos junto à referida Ermida pelas 10:00 horas e aqui demoramos cerca de meia hora, porque ficamos impressionados com o estada acelerado da degradação do edifício e com a sensação de não o voltarmos a ver em pé. Além da estrutura do edifício estar quase todo em ruína eminente, apresentando perigo para quem se aproximar dele, também a porta foi arrombada e só não estava totalmente aberta, por estar ligada com um simples cordel, o qual, deve ter pouca duração e, brevemente ficará escancarada! Pouco passava das 10,30 horas e seguimos a nossa viagem, logo a seguir ouvimos um motor de moto-serra e algumas vozes, mas não vimos ninguém. Rapidamente chegamos ao Monte do Escrivão, sempre observando e fotografando a linda paisagem primaveril e com a presença constante à nossa esquerda de grandes extensões de água do Grande Lago de Alqueva, que ocupou todo o leito da Ribeira do Lucefécit. Fizemos uma visita ao Monte do Escrivão, ou seja, às ruínas deste Monte, com uma pequena paragem de alguns minutos, porque causou-nos alguma consternação a triste situação! Já eram cerca de 11:00 horas e seguimos em direção aos Montes da Talaveirinha e da Talaveira! 
Como referimos anteriormente, pouco passava das 11:00 horas e já tínhamos deixado para norte/nordeste os Montes de Ferreira e do Escrivão e andávamos a rondar o Monte da Talaveirinha, a escolher os melhores ângulos para o fotografar como se fossem as derradeiras fotografias enquanto ainda lá está, na esperança que alguma coisa mude e, como outros, ainda possa continuar a desempenhar a função para que foi construído pelo então seu lavrador. Alguns Montes já têm os telhados abatidos e as paredes em agonia, adivinhando-se que não estarão muitos mais anos em pé. 

Na Talaveirinha encontramos três pessoas que andavam a queimar rama de oliveira, depois da poda recente, com as quais trocamos cumprimentos e, não muita conversa para não empatar quem trabalhava. Depois de informarmos o que andávamos fazendo por ali e qual era o destino, fomos aconselhados a seguir o caminho em frente pelo Carrão - Montejuntos, mas negamos, porque o plano era ir pelos Montes da Talaveira e do Roncão e, só depois pelo Carrão, um percurso mais longo, mas foi mesmo assim. Passamos uns minutos a observar e a fotografar o Monte da Talaveira, a eira e o outro Monte da Talaveirinha de baixo, depois seguimos para sul, por São Miguel e Roncão. Neste Monte, demoramos um pouco, porque havia muito para admirar, desde o mesmo, assim como toda a região que dele se avista, a linda paisagem, em contraste com o azul do céu e das águas do Grande Lago, observar e ouvir a fauna, como cegonhas e outras aves, muitas potencialidades para o turismo da narureza, mas infelizmente, sem nenhum aproveitamento. Depois do Monte do Roncão, atravessamos o Ribeiro do Carrão, ainda com alguma água numa espécie de lagoa no lugar onde passa a estrada e ficamos logo em frente ao Monte do Ladrilho, (da Ti Margarida Cartaxa), hoje, de outro proprietário. Um pouco adiante, como eram quase 12:00 horas, debaixo de uma azinheira já idosa, abrimos a mochila, tiramos o pão com queijo e um sumo, comemos em poucos minutos e depressa continuamos rumo ao objetivo, o Gato. Fomos observando e fotografando Montes e paisagem do Carrão, Bispas, Arrabaça, Capeleira e, perto das 13:00 horas demos entrada em Montejuntos, junto ao Monte da Galvoeira, (já tinham passado quatro horas), fizemos a travessia da aldeia pelo lado sul, mas o caminho obrigou-nos a entrar na parte central, seguimos depois pela rua que levava ao Manantio e pelas 13:10 horas estávamos no Monte da Boa Vista a olhar uma sinalética que indicava: PR 7 Azevel - etapa II - 9,5 Km! 

Como descrevemos na parte anterior, eram 13:10 horas e estávamos em frente ao Monte da Boa Vista em Montejuntos. O sol estava abrasador para esta época do ano e o almoço muito longe, mas era impossível desistir, apesar de estarmos a ler que faltava andar 9,5 Km até ao Azevel, mais a volta até ali, ainda seriam mais 20 Km. Seguimos o caminho indicado para a herdade da Defesa de Bobadela, passamos ao portão do Monte do Peral - Turismo Rural e por outras propriedades, antes de entrarmos nos domínios da herdade do Roncanito, que para nós é Azinhal Redondo de Baixo, porque foi sempre a sua designação desde há 300 anos, quando era da Casa do Infantado. A estrada por onde seguimos pretende ligar Montejuntos à aldeia do Outeiro, mas encontra-se quase intransitável, porque era empedrada , mas devido ao abandono, a pedra soltou-se e mesmo a pé é muito difícil circular por lá, uma vez que o acesso a esta herdade é quase totalmente efetuado pelo lado da aldeia do Outeiro através da ligação por uma nova ponte sobre a Ribeira do Azevel e o caminho de terra batida estar em boas condições para a circulação de veículos, virando, assim as costas a Capelins, onde, administrativamente pertence. Viemos encontrar os célebres marcos da Casa do Infantado a demarcar a Defesa de Bobadela, tirámos a erva em redor de todos, aproximámos os olhos até um palmo e passámos a mão pelo granito, na esperança de encontrar algum rasto de história, mas como todos os que se encontram nas terras de Capelins, também aqui não encontrámos nada, porque um simples escopro apagou o que procuramos, o que se compreende, visto que, o Estado do Infantado era odiado pelo povo e, essas terras hoje têm outros donos. Fomos descendo rumo ao nosso objetivo e não demorou a visualizarmos à nossa esquerda o grande Monte da Defesa, mas já havia muito tempo que éramos perseguidos pelo outeiro de Monsaraz, ora nos aparecia pela frente, ora à nossa direita, conforme as curvas do caminho, andávamos, andávamos e aquele outeiro parecia estar sempre à mesma distância. Pouco depois de deixarmos o lugar onde existiu a pista de aviação da herdade da Defesa, à nossa esquerda começámos a avistar as águas do Grande Lago, o que nos deu mais força para continuar, mas ainda estávamos muito longe do Gato, do qual só nos aproximámos cerca das 16:00 horas, ou seja 07 horas depois da partida do lugar de origem, Águas Frias! 



Mais metro, menos metro de terreno, entre os pontos de origem e destino, considerámos concluída com êxito esta nossa aventura.







segunda-feira, 3 de abril de 2017

A Arte Rupestre do Paleolítico na Moinhola (Minhola) em Capelins

A Arte Rupestre do Paleolítico na Moinhola (Minhola) em Capelins 

A arte rupestre do Guadiana foi, sem dúvida, a grande novidade trazida pelos trabalhos arqueológicos da Barragem do Alqueva. 
Até aí, enquadrados na área da Barragem do Alqueva, conheciam-se bastantes contextos habitacionais e algumas necrópoles, no entanto, desconheciam-se, praticamente quaisquer manifestações de arte rupestre.

Distribuídas por vários núcleos, as gravuras do Guadiana concentram-se, maioritariamente, no troço do rio fronteiro às terras de Capelins. É na margem oposta ao que localmente se chama “a volta”, no Moinho Manzanes, já em território espanhol, que se regista o conjunto mais notável: Cerca de cinco mil gravuras distribuem-se pelo leito e margem do rio por quase dois quilómetros; entre elas duzentas e cinquenta atribuíveis ao Paleolítico (COLLADO GIRALDO, 2012).

Dentro das terras de Capelins, encontram-se os outros três núcleos mais representativos da arte rupestre do Guadiana: O Moinho de Manzanés 1, ou Manzanares, Mocissos 7 e a Moinhola, nºs 736, 442 e 658 do Inventário Geral de Sítios Arqueológicos, sendo na Moinhola onde existe uma maior concentração de gravuras.



Paleolítico – (Desde o aparecimento dos primeiros grupos humanos até há cerca de 10.000 anos) Este longo período é marcado pelo surgimento dos primeiros artefatos em osso,

madeira e, especialmente, em pedra, o que permitiu cortar, raspar, perfurar. 
A caça e a recoleção eram a base da economia destas comunidades.
As manifestações de arte no paleolítico (ao livre ou em cavernas) são várias e impressionantes, em particular as pinturas e gravuras que reproduzem os grandes animais.

in: Revisão da Carta Arqueológica do Alandroal. Educação pelo Território
Arte Rupestre da Moinhola - Capelins 


domingo, 2 de abril de 2017

O Último Donatário da Vila Defesa de Ferreira em 1674

O Último Donatário da Vila Defesa de Ferreira em 1674

O último donatário da Vila de Ferreira foi Luís Freire de Andrade, o qual, nasceu em 1610 e faleceu em 04 de Junho de 1674. 
A Casa de Bobadela, era da Família Freire de Andrade, e nela estava integrada a Villa de Ferreira que, após o falecimento do dito donatário, voltou à Coroa e foi doada ao Infante Francisco de Bragança, ficando na sua posse até 1698, quando, parte foi doada à Casa do Infantado, ou seja, a herdade da Defesa de Ferreira e a herdade da Defesa da Bobadela, ainda hoje lá têm os marcos,  e outra parte, as restantes 10 herdades foram divididas cada uma em duas e vendidas a particulares. 

Luís Freire de Andrade, senhor de Bobadela

* c. 1610 + 04.06.1674

Pais
Pai: Fernão Martins Freire, senhor de Bobadela * c. 1585 
 Mãe: Isabel da Silva * c. 1590 
 Casamentos
Casamento I: 
D. Maria Coutinho * c. 1600

Casamento II: 
D. Isabel de Castro * c. 1600 
 Filhos
Filhos do Casamento I:
• Fernão Martins Freire
Filhos do Casamento II:
• Não houve descendência deste casamento
Filhos de N
• Rodrigo Freire de Andrade
Notas Biográficas
• "foi, senhor de Bobadela, e mais casa de seu pai, e foi Vedor da Raínha D. Maria Francisca Isabel de Saboia"
Títulos, Morgados e Senhorios
• Senhores de Bobadela
Notas
• "por sua morte letigou D. António Luís de Sousa 2º Marquez das Minas sobre o Senhorio de Bobadela (como) o 3º neto de D. Pedro de Sousa, senhor de Bringel, e Prado, e sua m.er D. Violante Henriques fª esta de Simão Freire, senhor Bobadela (...) e sendo-lhe concedida revista perdeu a dita casa, e se incorporou na Coroa e a deu o Rei D. Pedro II a seu fº o Infante D. Francisco"

Era aqui o Lugar de Ferreira, da Villa Defesa de Ferreira de 1314 - 1836. 




sábado, 1 de abril de 2017

Os Senhores da Vila Defesa de Ferreira (hoje Freguesia de Capelins)

Os Senhores da Vila Defesa de Ferreira (hoje Freguesia de Capelins)

Apresentamos os senhores da Casa de Bobadela (Oliveira do Hospital - Coimbra), que foram extamente os mesmos senhores da Villa de Ferreira (atual Freguesia de Capelins), entre 1433 e 1674, 241 anos. O "c." é a data do seu nascimento.
A Villa de Ferreira esteve sempre integrada na Casa de Bobadela, assim como, o Morgadio do Azinhal em Évora, todas as herdades entre Guadalupe e Graça do Divor.


1 Gomes Freire de Andrade, 1º senhor de Bobadela * c. 1360

2 João Freire de Andrade, 2º senhor de Bobadela * c. 1385 
3 Gomes Freire de Andrade, 3º senhor de Bobadela * c. 1410 
4 João Freire de Andrade, 4º senhor de Bobadela * c. 1460 
5 Simão Freire de Andrade, 5º senhor de Bobadela * c. 1485 
6 João Freire de Andrade, 6º senhor de Bobadela * c. 1520 
Fernão Martins Freire, senhor de Bobadela * c. 1585 
Luis Freire de Andrade, senhor de Bobadela * c. 1610

Foi com Luis Freire de Andrade, que acabou o domínio da família Freire de Andrade, sobre a casa de Bobadela e pela Villa de Ferreira, porque D. Luís Freire de Andrade, casou duas vezes, teve apenas uma filha que faleceu em criança, não tendo descendentes. Teve um filho bastardo que não foi reconhecido herdeiro, apenas ficou com o Morgadio do Azinhal, os restantes bens voltaram à Coroa, a D. Pedro II filho de D. João IV, que logo de seguida entregou a Villa de Ferreira ao seu filho o Infante Francisco de Bragança, ficando na sua posse até 1698, quando este doou as herdades da Defesa de Ferreira e de Bobadela à Casa do Infantado, ficando o resto da Vila na posse da Coroa e de privados!
Aqui, (hoje Neves) era o Lugar de Ferreira, sendo a Villa de Ferreira todo o espaço geográfico ocupado hoje pela Freguesia de Capelins, exceto as herdades de Nabais e Sina, que não pertenciam a esta Villa. 



Os Romanos nas terras de Capelins

Os Romanos nas terras de Capelins

Quanto mais investigamos a história de Capelins, mais surpresas vão surgindo, alguns documentos já os conhecemos há alguns anos, mas foram mal interpretados, porque o que nos é transmitido num pequeno texto, numa carta feita por um determinado rei, conta-nos muitos anos de história destas terras. Neste caso, voltamos à época Romana, há cerca de 2.000 anos, através dos documentos dos arqueólogos, sabemos que os Romanos estiveram instalados em toda a Freguesia de Capelins, desde o Outeiro dos Castelinhos, todo o vale da Ribeira do Lucefécit, do Azevel e do rio Guadiana, no Monte do Escrivão, e herdades da Negra, Roncão, Amadoreira, Defesa, até ao Azevel, desenvolvendo a atividade agro-pecuária e mineira. Fora desta área não conhecemos vestígios da sua permanência, só na herdade do Terraço na parte alta a sul do poço. 
Com a indicação das vias Romanas no nosso país, as quais, todas conduziam a Mérida a capital romana da Lusitânia, onde pertenciam as terras de Capelins, viemos saber que existia uma via Norte - Sul - que passava pela atual Aldeia de Ferreira, mas depois daqui saía outra via na direção da Aldeia do Rosário, passando a Ribeira do Lucefécit no porto das Águas Frias de baixo (confirmamos que ali existia uma calçada romana, dentro da dita Ribeira, que permitia a passagem da mesma com alguma segurança) e ligava à XII via, Lisboa - Mérida.

Na Aldeia de Ferreira, um idoso contou-nos que o pontão do ribeiro do poço do chorão, abaixo do mesmo, tinha restos de construção romana, talvez seja verdade, porque devia ser esse o referido caminho, a mesma  estrada da Cinza - Capeleira - Poço das Cobras - Calados - Aldeia de Ferreira - Terena, 
Também, as sepulturas escavadas na rocha, junto a esta via que descrevemos, perto da Aldeia de Ferreira, têm indícios de serem romanas, só uma foi aberta e desconhecemos o que existe no interior e, sendo assim, como já referimos de outras vezes, os romanos também viveram na atual Aldeia de Ferreira, ou seja em Calados.


Vila de Ferreira Romana - Outeiro dos Castelinhos em Capelins











Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...