domingo, 11 de outubro de 2015

O Povoado de Espinhaço de Cão - Defesa de Bobadela em Capelins

Povoado de Espinhaço de Cão  

Situado na Defesa de Bobadela em Capelins

Povoado de Espinhaço de Cão - em Capelins
Espinhaço de Cão 1
CNS: 16279
Tipo: Povoado
Distrito/Concelho/Freguesia: Évora/Alandroal/Capelins (Santo António)
Período: Idade do Ferro
Descrição: Sítio de habitat rural, implantado num esporão pouco pronunciado sobre o Guadiana. Estruturas habitacionais, correspondentes a várias fases de construção/reconstrução, com plantas ortogonais.
Meio: Terrestre
Acesso: A partir de Montes Juntos (Alandroal), caminho de terra batida.
Espólio: Cerâmica manual e de roda, mós, objectos de adorno, faunas e carvões.
Depositários: Manuel João do Maio Calado
Classificação: -
Conservação: Regular
Processos: S - 16279, 7.16.3/14-10(1) e 99/1(075) 

Povoado de Espinhaço de Cão em Capelins 




Gravuras Rupestres nas terras de Capelins

Gravuras Rupestres nas terras de Capelins

As terras de Capelins, principalmente no Vale do Rio Guadiana e das Ribeiras de Lucefécit e Azevel são muito ricas em termos arqueológicos. Só na Defesa de Bobadela de Baixo, na Moinhola (Minhola) estão identificadas 118 rochas com gravuras rupestres da Pré História, mas também noutros locais, como Azenhas D' El-Rei, Moinho da Volta e outros.


Rocha 117 (Fig. 239): Painel horizontal onde se observam três fossettes (nº s 1 a 3) que após picotadas foram alvo de abrasão.



Rocha 118 (Fig. 240): Painel horizontal onde se verifica a existência de um antropo-morfo fálico de membros arqueados.

Gravura na rocha 10 da Moinhola - Capelins




domingo, 23 de agosto de 2015

Os Celtas nas terras de Capelins

Os Celtas nas terras de Capelins

Conforme podemos verificar nos relatórios e registos elaborados por diversos arqueólogos que, ao serviço da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA, SA), efetuaram o Levantamento arqueológico e patrimonial do Alqueva, foram encontrados vestígios arqueológicos nos vales, do Guadiana, Lucefécit e Azevel, dentro da Freguesia de Capelins, que provam ser esta região habitada desde à cerca de 5000 anos, provavelmente, pelos Iberos, e mais tarde por outros povos que foram surgindo na Península Ibérica, entre eles, os Celtas.
Celtas é a designação dada a um conjunto de povos (um etnónimo), organizados em múltiplas tribos e pertencentes à família linguística indo-europeia que se espalhou pela maior parte do Oeste da Europa a partir do segundo milénio a.C.. A primeira referência literária aos celtas (Κελτοί) foi feita pelo historiador grego Hecateu de Mileto no século VI a.C..


Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas até à eventual conquista daqueles territórios pelo Império Romano; organizavam-se em tribos, que ocupavam o território desde a Península Ibérica até à Anatólia. A maioria dos povos celtas foi conquistada, e mais tarde integrada, pelos Romanos, embora o modo de vida celta tenha, sob muitas formas e com muitas alterações resultantes da aculturação devida aos invasores e à posterior cristianização, sobrevivido em grande parte do território por eles ocupado.
Existiam diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os gauleses, os escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os caledónios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na Europa, as quais mais tarde baptizaram alguns dos estados-nações medievais e modernos da Europa.
Os celtas são considerados os introdutores da metalurgia do ferro na Europa, dando origem neste continente à Idade do Ferro (culturas de Hallstatt e La Tène), bem como das calças na indumentária masculina (embora essas sejam provavelmente originárias das estepes asiáticas).
Fonte: Wikipédia
Casa dos Celtas net





sexta-feira, 31 de julho de 2015

Os hidronimos da Ribeira Oydaluiciuez/Lucifer/Lucefécit 

Vários historiadores escreveram que, a atual Vila de Terena no período muçulmano (711-1167/1242), designava-se por Oydaluiciuez, sendo o hidronimo da Ribeira, o mesmo, do nome (da toponímia), desta Vila. 

Através das cantigas a Santa Maria de Terena, da autoria do rei de Castela e Aragão Afonso X o sábio, antes de 1282, esta Ribeira já se designava por Ribeira do Lucifer, devido ao milagre de Santa Maria de Terena que, para livrar um homem bom de morte certa às mãos dos seus perseguidores desde Elvas, acusado de matar a sua mulher, estavam quase a alcançá-lo junto à Ribeira, então Santa Maria para ajudar o perseguido Tomé, sabendo que ele estava inocente, transformou a Ribeira em Lucifer, impedindo a passagem dos perseguidores, (Cantiga CCXIII). Essa designação não podia continuar, porque ninguém se atrevia a dizer esse nome, uma vez que, ao falar no Diabo, ele aparecia a essa pessoa, por isso, a palavra foi sendo transformada (Lucefece...), até ficar a atual Lucefécit. 


Ribeira do Lucefécit 





Segredos de Capelins

Segredos de Capelins 

Como sabemos, os segredos de Capelins referem-se principalmente, à época da comunidade judaica, cristãos novos e "Marranos", que aqui viveram a partir de 1492, da qual descendemos a maioria dos Capelinenses. Nos assentos Paroquiais de casamentos, nascimentos, batizados e óbitos, de Santo António, verificam-se inúmeras ligações de famílias de Cristãos novos de Monsaraz - Santiago Maior e Capelins.
Os cristãos novos eram sepultados em terreno sagrado, na Igreja ou no cemitério cristão, o mesmo não podia acontecer aos marranos. Por isso, são conhecidas várias necrópoles em Capelins (6), pelo menos uma, senão mais, ainda tem sepulturas por abrir, muito próxima de Ferreira de Capelins.
Monsaraz
Em Monsaraz, uma das vilas medievais portuguesas mais bem preservadas, existiu uma judiaria dentro das muralhas nas imediações da Rua Direita. Este centro histórico, que no passado acolheu muitos judeus e "marranos" vindos de Espanha, apresenta hoje um conjunto muito uniforme de ruas e edifícios da época.

Monsaraz 





Ribeira de Lucefécit, nas terras de Capelins

Ribeira de Lucifer/Lucefécit em Capelins

Ribeira do Lucefécit. Que misterioso ribeiro é este cujo nome é tão temido que um rei sábio se recusou a dizê-lo? Lucefécit significará aquilo que pensamos? E se assim é, por que razão o apelidaram dessa forma?
A Ribeira do Lucefécit corre por terras sagradas, disso temos provas que estão à vista de qualquer um, a começar pelo facto de contornar o Santuário da Rocha da Mina, que poderá estar ligado ao culto de Endovélico. Continua o seu caminho para sul e passa a norte da histórica freguesia de Terena, onde abre alas, transformando-se quase em lagoa. Volta a fechar e segue caminho até desaguar no Guadiana, junto à fronteira com Espanha, deixando para trás vários exemplos de megalitismo em território português.
Abrindo a discussão, Lucefécit poderá derivar tanto do árabe como do latim.
No primeiro caso, Lucefécit poderá resultar da conjunção de vários termos, todos eles árabes, dos quais sobressaem: al e oucif (que significa negro). No segundo caso, falamos de quem o topónimo sugere: Lúcifer. Sendo que tal nome só tem conotação negativa a partir de certo momento da história.
Lúcifer foi a tradução latina feita para descrever Vénus, a estrela da manhã, portadora (ferre) da luz (lux), daí se transformando em lucisferre, que derivou em Lúcifer – antes de endiabrarem tal termo, devemos lembrar que no Novo Testamento, Jesus autoproclama-se estrela da manhã. A igreja, que durante anos tentou demonizar qualquer vislumbre de adoração pagã, onde Vénus obviamente estava incluído, tratou de associar o termo a Satanás, pai dos demónios da natureza. O trabalho foi bem feito, tanto que ainda hoje os cristãos mais crédulos ainda evitam usar o seu nome.
E salta a pergunta: a acreditar que o topónimo tem raízes no latim e não no árabe, para quê dar tal nome a esta ribeira? Hipoteticamente, pela mesmíssima razão. Como já foi dito, estas águas correm por montes sacralizados, onde as referências físicas e simbólicas a deidades pagãs pululam. A escolha deste nome poderá ter servido o propósito de diabolizar uma zona que a igreja via como infiel ao seu Deus único, transformando-se assim numa espécie de espantalho para gestos que o poder clerical considerava como ameaça à sua religião.
Afonso X, o rei sábio, parece não ter dúvidas, e numa alusão à ribeira, recusa-se a pronunciá-lo nas suas Cantigas de Santa Maria: d’un rio que per y corre, de que seu nome nom digo.
"In: Bloque Portugalnummapa"


terça-feira, 28 de julho de 2015

Afonso X o sábio, rei de Castela e Aragão 1252-1284, 
peregrino de Santa Maria de Terena

São bem conhecidas as cantigas do rei de Castela Afonso X o Sábio, a Santa Maria de Terena, que incluem a Ribeira de Lucifer (Lucefécit), assim como, a Monsaraz e à região da passagem do Guadiana perto dos Mocissos. 
Alguns autores afirmam que, Afonso X, escreveu esses versos devido à influência de D. Gil Martins, Senhor das Terras de Terena, que após se ter zangado com o nosso Rei D. Afonso III, se exilou na sua Corte. No entanto, essa teoria é muito duvidosa, porque o conteúdo desses versos denotam um excelente conhecimento pessoal das regiões de Monsaraz, Terena e Mocissos e do que por aí se passava em termos sociais e de fé, é verdade, que o rei diz sempre que lhe contaram.
É nossa convicção que, de facto, o rei Afonso X o sábio, fez a peregrinação a Santa Maria de Terena, talvez, devido ao que ouvia ao fidalgo português D. Gil Martins, sobre os milagres atribuídos a Santa Maria, passando por Monsaraz a caminho de Terena. Depois, na volta a Castela, desceu a Ribeira do Lucefécit até ao porto das Águas Frias de baixo, seguindo até aos Mocissos, onde talvez existisse uma barca para passagem do Guadiana na direção onde mais tarde surgiu São Bento da Contenda.

Decerto que, tinha que existir uma razão muito forte para Afonso X ser tão devoto de Santa Maria de Terena
cantiga 275
Como Santa Maria de Terena guariu do[u]s freyres do espital que raviavan.
A que nos guarda do gran fog' infernal
sãar-nos pode de gran ravia mortal.
Dest' en Terena fez, [per] com' aprendi,
miragr' a Virgen, segund[o] que oý
dizer a muitos que ss' acertaron y,
de dous raviosos freires do Espital
A que nos guarda do gran fog' infernal...
Que no convento soyan a seer
de Moura; mas foi-lles atal mal prender
de ravia, que sse fillavan a morder
come can bravo que guarda seu curral.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
Assi raviando fillavan-ss' a travar
de ssi ou d' outros que podian tomar,
e por aquesto fóronos ben liar
de liadura forte descomunal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
E a Terena os levaron enton,
que logar éste de mui gran devoçon,
que os guariss[e] a Virgen, ca ja non
lles sabian y outro consello tal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
E levando-os ambos a grand' affan,
que cada u mordia come can,
passaron con eles un rio muy gran
d' Aguadiana, entrant' a Portogal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
E o primeiro deles mentes parou
de cima dun outeiro u assomou,
des i mui longe ante ssi devisou
a Terena que jaz en meo dun val.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
E disse logo como vos eu direy:
«Soltade-me, ca ja eu ravia non ey,
ca vejo Santa Maria, e ben sey
que ela me guariu mui ben deste mal.
A que nos guarda do gran fog' infernal....
Mais agua me dade que beva, por Deus,
ca a Virgen, que sempr' acorr' [a]os seus,
me guariu ora, non catand' aos meus
pecados que fiz come mui desleal.»
A que nos guarda do gran fog' infernal...
O outro diss' esto meesmo pois viu
e eigreja, ca logo sse ben sentiu
da rravia são, e agua lles pediu,
e deron-lla da fonte peranal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
E pois beveron, ar fillaron-s' a ir
dereitament' a Terena por conprir
ssa romaria; e porque os guarir
fora a Virgen, deron y por sinal
A que nos guarda do gran fog' infernal...
Cada un deles desso que ss' atreveu
de seu aver, que eno logar meteu;
e des i cada un deles acendeu
ant' o altar da Virgen seu estadal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
Est miragre mostrou aquela vez
Santa Maria, que muitos outros fez
como Sennor mui nobr' e de mui gran prez
que senpr' acorre con seu ben e non fal.
A que nos guarda do gran fog' infernal...
Existem outras cantigas de Afonso X sobre Santa Maria de Terena e esta região.
No século XIII, já existia uma Albergaria em Monsaraz, destinada a acolher os romeiros que, vindos da margem esquerda do Guadiana, em busca do famoso santuário mariano de Terena, atravessavam o rio na barca de passagem e faziam caminho por Monsaraz, onde pernoitavam. Um peregrino ilustre, Afonso X, o Sábio, vindo da Andaluzia, a caminho de Terena, deve ter passado nesta época por Monsaraz.
(Monsaraz - Vida morte e ressurreição de uma vila alentejana)
Afonso X de Castela







sábado, 18 de julho de 2015

Atalaia do Monte de Calvinos na Freguesia de Capelins 


Por aqui passava, vindo de Badajoz, pelo Vale do Guadiana, por Juromenha, Castelo árabe dos Mocissos, Terras da atual Freguesia de Capelins, para Monsaraz, Sarish, o árabe Azovel, com o seu exército de 1000 cavalos, deixando o seu nome a esta Ribeira do Azevel, e este testemunho, esta Atalaia, construída cerca de 1140, decerto várias vezes reconstruída e aproveitada para vigiar a região, porque dela se avistavam pelo menos, os Castelos de: Cuncos, (Espanha), Mourão e Monsaraz encontra-se submersa pelas águas do Grande Lago de Alqueva. 
O lugar onde a presente Atalaia se encontra, foi denominado pelo Reino, como herdade do Azinhal Redondo de Baixo!

Atalaia do Monte de Calvinos - Capelins 






O famoso mestre de guerra muçulmano, Azovel, nas Terras de Capelins

Tal como em Portugal, também existiram notáveis mestre de guerra nas hostes muçulmanas, que desde o ano de 711 se fixaram na Peninsula Ibérica. Neste caso, escrevemos sobre um deles, Azovel, por ter deixado a sua pegada nas Terras de Capelins.
Azovel, emprestou o seu nome a um afluente do rio Guadiana, que fica, grande parte, nas Terras de Capelins, ou seja, a Ribeira do Azevel, (houve um pequeno ajustamento na palavra, da letra "o" para a letra "e", de resto, quase tudo se mantém), esta Ribeira demarca o limite dos atuais Concelhos de Reguengos de Monsaraz, e Alandroal, mas antes de 1836, eram os termos (Concelhos) de Monsaraz e Terena (Terras de Capelins).
Azovel, foi um famoso caudilho cordovês almorávida que viveu na primeira parte do século XII e chegou a ter sob o seu comando  um corpo de exército de 1000 cavalos. Foi Lugar-Tenente do célebre governador de Badajoz, Texufine. Azovel era um mestre de guerra de movimento, ora estava nas Terras de Capelins ou Monsaraz, como entrava por terras de Castela, foi numa dessas incursões que acabou por morrer na Mata de Montiel, no ano de 1143, às mãos do exército cristão comandado pelo notável cavaleiro espanhol Múnio Afonso, Alcaide-Mor de Toledo.
Azovel foi para os muçulmanos, como Geraldo Sem Pavor foi para os cristãos portugueses, mas este comandante de salteadores, nunca teve no seu comando mais de 300 cavalos.
Junto à Ribeira do Azevel existe uma Atalaia, talvez submersa pelas águas de Alqueva, designada, agora, por Atalaia de Calvinos, na Freguesia de Capelins, que documenta a passagem do famoso caudilho, Azovel e suas tropas, por este local e pelo vale do Guadiana, entre Badajoz e Monsaraz, onde aparecia com frequência.

Base: Monsaraz - Vida morte e ressurreição de uma Vila Alentejana - José Pires Gonçalves - 1966.

Atalaia do Monte de Calvinos que documenta a presença de Azovel neste local.







quinta-feira, 16 de julho de 2015

As Batalhas da Guerra da Restauração, na Vila de Cheles e de Alconchel

As Batalhas da Guerra da Restauração, na Vila de Cheles e de Alconchel

Conforme podemos verificar na indicação do número e local, onde se encontram os respetivos documentos, (Arquivo Nacional da Torre do Tombo), ANTT, durante a Guerra da Restauração (1640-1668), o exército do Alentejo, sediado em Elvas, travou batalhas na nossa vizinha Vila de Cheles e na Vila de Alconchel. Foram batalhas ferozes com muitos mortos, arrazaram tudo por onde os exércitos passaram, seguidas de saques (prezas de gado), de um e outro lado da fronteira. Também, a Vila Defesa de Ferreira, ou Defesa del-Rei, e principalmente o Lugar de Ferreira, nas Neves, não escaparam a essas devastações, por isso, ninguém queria residir nesta região .  

Nº 189
1642, Julho, 27
Relação dos sucessos que o Monteiro-mór Francisco de Mello, general
de cavalharía teve com os inimigos castelhanos nas villas de Cheles, Valverde,
Campos de Badajoz, com o Memorável feito de hum António Fernandes e a
entrada que fez por Castella dentro e a villa de Figueira de Vargas a doze pera
treze do corrente.
B.N.L.
H.G. 21.603 7P., 8 ps
(impresso em Lisboa, 13-8-1642)

Nº 190
[1643]
Sucesso que Francisco de Mello, Monteiro mor do Reyno, general de
cavalharia, teve com os castelhanos, junto de Albuquerque, em o qual matando
a muytos delles, fez mais de sincoenta prisioneiros, e uma grande preza de
gado.
B.N.L.
Res. 95 18V., fls 225 a 228v. 8 ps
(impressa na of. Domingos Lopes Rosa-1643)

Nº 192
1643, Outubro, 6
Relação sumaria da entrada que o exército de S.M. fez em Castella
pelas fronteiras do Alentejo, e dos lugares que tomou, e arrazou, ate hoje seis
de Outubro, e do que se passou no sitio, e entrega do Castello de Alconchel.
B.N.L.
Res 9521V, fl. 239-244v.
(Impresso na of. Domingos Lopes Rosa-1643)
Nº 279
1666, Maio, 27
Mercê a Luís Lopes Godinho de 40.000 reis de tença com o hábito de S.
Tiago e o ofício de escrivão da Câmara de Portalegre, pelos serviços prestados
no Alentejo, em Alconchel, Elvas, Dejebe e Ameixial, e no socorro de Olivença.
A.N.T.T.
Portarias do reino
Liv 5, fls 413v, 1ft.
Nº 283
1666, Junho, 18
Mercê a Manuel Dias da Costa de 140.000 reis com o hábito de Cristo,
por serviços prestados no Alentejo em Alconchel, Telena, Valença de
Alcântara, campanha de Olivença, etc.
A.N.T.T:
Portarias do reino
Liv. 5, fls 422v/423, 2fts

Nº 319
1673, Julho, 20
Mercê a Marcos Rapozo Figueira de promessa de uma comenda de
200.000 reis e hábito de Cristo, pelos serviços que prestou nas batalhas de
Valverde, Alconchel, Figueira, Olivença, etc.
A.N.T.T.
Portarias do reino

Liv. 7, fls. 420, 1ft.

Villa de Cheles 








quarta-feira, 15 de julho de 2015

Nossa Senhora das Neves - Capelins

Nossa Senhora das Neves - Capelins 

Testamento de 26 de Junho de 1516 de Simão Bentinho, Missa na Igreja de Santa Maria na Defesa de Ferreira. (Senhora das Neves)
CAPELA QUE INSTITUIU SIMÃO BENTINHO MORADOR QUE FOI NESTA VILA COM ENCARGO DE VINTE MISSAS CADA ANO, MAIS VINTE ALQUEIRES DE TRIGO À MISERICÓRDIA DESTA VILA DE QUE É ADMINISTRADOR LOURENÇO FERNANDES ZORRO POR SEUS SOBRINHOS FILHOS DE SEU IRMÃO BENTO GONÇALVES
NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Documento simples Documento simples
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/ADPTG/PCELV/4/1/77
TIPO DE TÍTULO
Formal
DATAS DE PRODUÇÃO
1541-11-28 A data é certa a 1541-11-28 A data é certa
DIMENSÃO E SUPORTE
2 f.
EXTENSÕES
2 Folhas
ÂMBITO E CONTEÚDO
Terena, Herdade dos Bentinhos, Defesa de Ferreira. Catarina Mendes. Treslado parcial do testamento do instituidor datado de 26 de Junho de 1516.
CONDIÇÕES DE ACESSO
Comunicável
COTA ATUAL
Cx. 6
COTA ANTIGA
Tb. 31, f. 153 v.
IDIOMA E ESCRITA
por
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E REQUISITOS TÉCNICOS
Bom 

Ermida de Nossa Senhora das Neves em Capelins



sexta-feira, 26 de junho de 2015

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo em 1573 - Percurso entre as Praças de Mourão e Olivença

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo em 1573 - Percurso entre as Praças de Mourão e Olivença

Após a visita D' El-Rei D. Sebastião à Praça de Mourão, no dia 9 de Fevereiro de 1573, seguiu-se a importante Praça de Olivença, o problema era, qual o melhor e mais rápido percurso que o rei e sua Corte deviam tomar para chegar à referida Vila? Todos sabiam qual era esse caminho, mas implicava a invasão do Reino de Espanha, que podia ser mal entendida pelo seu primo Filipe II, que então o governava. Decorria o mês de Fevereiro e, o Rio Guadiana não permitia a sua passagem segura, sem ser em Barcas, mas demoravam muitas horas a passar homens e cavalos e outros muares, e teriam de seguir por Monsaraz - Terras de Capelins - Juromenha - Ajuda - Olivença, ficava muito longe, e ele não tinha muito tempo. Estava perante um dilema, que depressa o resolveu, porque já tinha pensado em o fazer, era simplesmente, atravessar as Terras de Espanha, quase em linha reta, de Mourão - Vila de Cheles - São Bento da Contenda (português) - Olivença. Valeram-lhe o Alcaide Mor de Mourão, D. Diogo de Mendonça de Lima e seu cunhado, 4º Senhor de Cheles D. Francisco Manoel de Villena, (filho de uma portuguesa e também vivia com uma portuguesa, irmã da esposa do Alcaide de Mourão), que permitiu atravessar as suas Terras e ainda o recebeu, servindo-o com grande bizarria em tudo, grandes banquetes e tudo do melhor para toda a Corte portuguesa. Quem conhece Cheles e as suas vistas sobre as Terras de Capelins, acha que existe algum exagero quando dizemos que D. Sebastião estava num grande banquete em Cheles e olhando as suas Terras de Capelins? A não ser que estivesse encafuado em alguma cave, mesmo assim, à chegada e partida de Cheles tinha que ver bem vistas as suas Terras de Capelins, (Vila de Ferreira, dos Freires de Andrade, mas sempre do Reino de Portugal).
A partir de Cheles seguiu por São Bento da Contenda até Olivença, onde esteve nos dias 10 e 11 de Fevereiro de 1573. Depois, visitou Elvas, Vila Viçosa, onde matou saudades da família, foi por Estremoz até Évora, onde chegou no dia 14 de Fevereiro de 1573, ou seja, 44 dias depois da sua partida desta cidade.

A versão do cronista:
"Querendo recolher-se cortou na volta a jornada. Intentou entrar pela posta? em Castella, e o conseguio, levado da viveza do seu espírito, que sempre o moveo ao mais arduo. Passou pela Villa de Cheles, onde D. Francisco Manoel (de Villena), Senhor daquela Villa, o recebeo, e a toda a Corte, servindo-o com bizarria em tudo, ainda no vedado uso das Leys dos Reynos confinantes. Vio já El-Rey do seu as Fronteiras de Castella e quiz com louvável fim acabar a sua jornada"
In História genealógica da Casa Real Portugueza desde a sua origem até o presente"
Offerecido a el-rei D. João V Nosso Senhor
Por D. António Caetano de Sousa
Tomo VI
MDDXXXIX 1739

Existem outros documentos sobre esta jornada do rei D. Sebastião.

D. Sebastião




quarta-feira, 24 de junho de 2015

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo, em 1573

A visita D' El-Rei D. Sebastião ao Algarve e Alentejo, em 1573

Como sabemos, a vida do nosso rei D. Sebastião foi muito curta, nasceu no dia 20 de Janeiro de 1554 e morreu em 04 de Agosto de 1578 em Alcácer Quibir, então com 24 anos. Foi acusado de viajar pouco no nosso país, mas compreende-se que teve pouco tempo para o fazer. No entanto, são conhecidas duas visitas às Praças do Algarve, em 1571 e 1573, nesta última, também visitou várias Praças do Alentejo. Assim, saíu de Évora no dia 02 de Janeiro de 1573 com uma pequena comitiva de Senhores, Fidalgos e Ministros, entre os quais, o senhor D. Duarte, seu tio; o Duque de Aveiro, Jorge de Lencastre; D. Pedro Dinis de Lencastre, irmão do anterior; o Conde de Vimioso D. Affonso de Portugal e dois filhos deste; D. Diogo da Sylveira, Conde de Sortelha, Guarda Mor de sua pessoa; D. Alvaro de Castro, que foi depois seu valído e já era favorecido; D. Fernando Alvares de Castro, que parece ser filho do anterior; D. Martim Pereira, que tinha o lugar de vedor da Fazenda; Francisco de Távora, Reposteiro Mor; D. Luís de Menezes, Alferes Mor; Filippe de Aguilar, que servia de vedor da Casa; Sancho de Tovar, que fazia o seu offício de Monteiro Mor; Bhaltazar de Faria, Almostácer Mor; Manoel Quaresma, e Miguel de Moura, secretários; D. Martinho de Sousa; D. João de Castro; José Gonçalves da Câmara; D. João da Sylveira; Christóvão fr Távora e Pedro Guedes, estes erão os Fidalgos, que fazião a Corte. Os moços erão D. Alvaro da Sylveira, que servia do Pendão; D. Luíz, irmão deste, D. Alvaro, D. João de Castro, D. Lucas e D. João de Portugal, filhos do Estribeiro Mor, que hum servia com a mala, e o outro com a caldeirinha, com D. Alvaro da Sylveira, filho do Guarda Mor. 
Como referimos saíu de Évora, por: Viana do Alentejo - Cuba - Beja - Entradas - Castro Verde - Cabeços - Almodôvar - Ourique - Messejana - Vila de Colos - Odemira - Odeceixe - Aljezur - Lagos - Cabo de S. Vicente - Sagres - Quarteira - Loulé - Faro - Tavira - Castro Marim - Alcoutim - Mértola - Serpa - Moura - Mourão (a visita vai continuar, contamos no próximo episódio).
D. Sebastião visitou a Praça de Castro Marim no dia 03 de Fevereiro de 1573, aqui Despachou, fez Justiças, audiências e passeou, visitou a barra do rio Guadiana e a Vila de Ayamonte, foi grande festa para portugueses e para espanhóis que o aplaudiram como sendo seu rei. Voltando a Castro Marim, dali seguiu de barco na manhã de 04 de Fevereiro, com destino a Alcoutim, (só neste percurso utilizou barco, o restante foi sempre por terra), em Alcoutim, foi recebido pela Condessa de Alcoutim Dª Maria da Sylveira de Meneses, na sua Casa Apalaçada, com um banquete digno de tão honrado visitante. No dia seguinte, continuou a sua visita às Praças antes referidas, até chegar a Mourão no dia 8/9 de Fevereiro de 1573, onde foi recebido por D. Diogo de Mendonça de Lima, Alcaide Mor da Praça de Mourão. É a partir de Mourão que se deu a surpresa, sobre as Terras que visitou e por onde seguiu até chegar a Vila Viçosa no dia 12 de Fevereiro de 1573, onde acabou esta jornada.
continua!...

D. Sebastião




domingo, 21 de junho de 2015

El-Rei D. Sebastião, o Desejado, esteve muito perto de Capelins em Fevereiro de 1573.

El-Rei D. Sebastião, o Desejado, esteve muito perto de Capelins em Fevereiro de 1573.


El-Rei D. Sebastião, então com 19 anos de idade, avistou as Terras de Capelins, em Fevereiro de 1573, esteve meia légua pequena a sul, onde foi muito bem recebido. Brevemente, vamos informar, como, onde, porquê, esteve El-Rei nessa localidade nossa vizinha. Por agora, vamos dar a conhecer um pouco mais da vida deste Rei de Portugal.

El-Rei D. Sebastião, era filho do príncipe Dom João e de Dona Joana de Áustria. Seus avós paternos eram o rei de Portugal Dom João III e a Rainha Dona Catarina. Seus avós maternos eram o imperador Carlos V e a Imperatriz Dona Isabel. Dona Isabel era irmã de Dom João III.
"O príncipe Dom João, seu pai, morreu em 2 de Janeiro de 1554, deixando todo o reino com sobressaltos, pois Dom Sebastião ainda estava no ventre da sua mãe, Dona Joana, que era prima de Dom João. Dom João foi o único filho sobrevivente dos nove que Dom João III havia tido, e a sucessão do reino passou a depender do sucesso do parto.
O problema que ocorria em Portugal não era a falta de herdeiros, mas por causa do contrato de casamento de Dona Maria, irmã do príncipe defunto, com Dom Felipe II de Castela, pelo qual, caso não houvesse sucessores, o reino passaria ao filho desta união, Dom Carlos, ocorrendo a união com Castela, que os portugueses sempre abominaram.
arcebispo de LisboaDom Fernando de Vasconcelos e Meneses, ordenou que, assim que começassem as dores de parto, avisassem à , para que fosse feita uma procissão de fé. Dezoito dias depois da morte do príncipe, a princesa começou a sentir as dores, na noite do dia 19 para o dia 20 de Janeiro. De madrugada chegou o aviso, e o povo que afluiu à igreja de São Domingos foi tamanha que várias ficaram de fora, indo padres a pregar do lado de dentro e outros a pregar do lado de fora.
Na manhã do sábado, do dia 20 de Janeiro de 1554, nasceu o príncipe, e foi dada a notícia do nascimento do Desejado, recebida com orações de agradecimento a Deus.
Em 27 de Janeiro, ao oitavo dia, ele foi batizado pelo Cardeal-Infante D. Henrique, irmão do rei Dom João III, e recebeu o nome de São Sebastião, por causa do dia em que havia nascido, sendo seus padrinhos o rei e a rainha, seus avôs.
Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.
No ano seguinte, em 11 de Junho de 1557, morreu o rei Dom João III. Sebastião tornou-se rei com três anos, quatro meses e vinte e dois dias de idade.
Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina de Áustria, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de  Évora, (23 de Dezembro de 1562-1568). Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.
Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.
Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.
Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II em 1589 viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, oferecida a D. Sebastião em 1577 por Mulay Mohammed. Filipe II retirou-se.
De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo à questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião, pois o seu grande sonho era conquistar Marrocos.
O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, embora a sua falta de experiência militar e política viesse a conduzir o exército português a grandes perdas no Norte de África e à própria morte ou desaparecimento do rei.

Aos 14 anos, D. Sebastião assume a governação. Sonhava com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África.

D. Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu primo, recusou participar e adiou o casamento de D. Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha. 

O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e D. Sebastião rumou imediatamente para o interior. Na batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a D. Sebastião, morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, o rei se tenha recusado com altivez, dizendo: "A liberdade real só há de perder-se com a vida." Foram as suas últimas palavras, e é-nos dito que ao ouvi-las, "os cavaleiros arremeteram contra os infiéis; D. Sebastião seguiu-os e desapareceu aos olhos de todos envolto na multidão, deixando ... a posteridade duvidosa acerca do seu verdadeiro fim."  Há quem defenda, por outro lado, que o seu corpo tenha sido enterrado logo em Ceuta, "com toda a solenidade". Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.Tornou-se então numa lenda do grande patriota português – o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha

Em 1582, Filipe I de Portugal mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa."

Base: História de Portugal e Wikipédia

D. Sebastião






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