segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A lenda da moura Talanna que fundou a Villa de Terena

 A lenda da moura Talanna que fundou a Villa de Terena 

As terras de Terena, desde a pré história foram povoadas por vários povos, mas devem-se aos romanos a maior quantidade de testemunhos da sua presença, existindo atualmente ruínas de várias Vilas (Vilae Romanas) e da ponte na região envolvente da Villa de Terena, no entanto, parece que, a fundação da mesma, foi junto à foz do Ribeiro do Alcaide com a Ribeira de Lucefécit, Vila Velha, transmitindo a sua toponímia à atual, e foi fundada pelos árabes, não se encontrando nenhuma toponímia da época dos Celtas nem dos Romanos referentes a esta Vila de Terena.

No final do verão do ano de mil cento e vinte, chegou junto à foz do atual Ribeiro do Alcaide e a Ribeira de Lucefécit, um jovem com um rebanho de cabras vindo pela Ribeira acima, desde o Odiana (Guadiana)! 
O jovem admirou tanto a beleza do lugar, os mantos verdes da vegetação, o azul transparente do céu, o amarelo cintilante do sol, o chilrear das aves que, sublimava as maravilhas da natureza, pelo que, não resistiu em ficar por ali! 
Enquanto as suas cabras pastavam nas margens da Ribeira, começou a cortar ramos de árvores e arbustos para construir um abrigo para ele e para os seus animais! 
Quando andava nesse trabalho, ouviu o ladrar aguerrido do seu cão, sinal que, alguém estava chegando! Olhou, e na sua frente estava um rapaz, aparentemente da sua idade, com cerca de vinte anos que, esboçou um sorriso e levantou o braço em sinal de cumprimento, sendo correspondido com o mesmo sinal, mas sem sorriso! O dono do cão que ladrava, olhou para o animal e o mesmo ficou, imediatamente em silêncio! 
O rapaz que chegava aproximou-se, apresentou-se, disse que se chamava Joam e que, também guardava cabras, começou a fazer perguntas, como se chamava o recém chegado, de onde vinha, quantas cabras tinha e, ofereceu-se para o ajudar a fazer um abrigo, mas não obteve nenhuma resposta verbal, o outro, respondia através de linguagem gestual dando a entender que não percebia a sua língua e afastava sempre o olhar na tentativa de esconder a sua fisionomia! 
Como no Reino de Badajoz, onde estas terras pertenciam, falavam-se três línguas, o árabe, moçárabe e ladino, então o Joam ainda tentou algumas palavras que sabia, nas outras línguas, mas sem sucesso! 
O Joam, um pouco agastado, porque achava que ele o percebia e não queria conversa, acabou por desistir, despediu-se com um aceno e seguiu pelo Ribeiro de Alcaide acima, mas ia desconfiado que estava perante um mistério! 
No dia seguinte, o Joam, assim que soltou as suas cabras, foi descendo o Ribeiro do Alcaide com ideia de ir desvendar o eventual mistério que o atormentava! 
Quando chegou à Ribeira, avistou as cabras do rapaz misterioso, com receio do cão, foi indo muito devagarinho, no entanto, o cão que guardava as cabras e o seu dono, há muito que tinha dado pela sua presença, mas ignorou-o, porque já o conhecia do dia anterior e sabia que vinha por bem! 
Quando o Joam desceu a margem, para dentro da Ribeira, ouviu chapinhar na água, pensou logo que era o rapaz a tomar banho, mas ao virar-se para o lugar de onde ouvia os movimentos na água, ficou pasmado, atirou-se para dentro de uma moita de buínho e com cautela abriu uma fresta para observar sem ser observado, uma linda rapariga a tomar banho de cabelos negros compridos e completamente nua! 
A rapariga, vestiu rapidamente a roupa lavada que tinha ao lado, atou o cabelo com uma fita, pôs um lenço na cabeça e enfiou um gorro! 
O Joam nem respirava, com receio que ela o descobrisse, ficou escondido dentro da moita até ela se afastar pela Ribeira acima e, só depois se esgueirou pelo Ribeiro do Alcaide, deu a volta pela direita para fingir que estava chegando e foi aparecer em frente dela que, não deu logo pela sua presença, por andar atarefada a cortar ramos de árvores para as cabras, só quando o Joam a cumprimentou, se apercebeu da sua presença! 
O Joam, continuou a fazer as mesmas perguntas do dia anterior, mas não obtinha respostas, a rapariga disfarçada de rapaz, apenas fazia gestos indicando que não o percebia! 
O Joam, não arredou pé, pediu-lhe o machado para a ajudar, mas foi recusado com um gesto brusco que o fez perder a cabeça e, não se conteve em lhe dizer que já conhecia o seu segredo, já sabia que não era nenhum rapaz, era uma rapariga!
Ela ficou muito assustada, mas o Joam disse-lhe que, sem querer, a tinha visto a tomar banho, lá em baixo, mas podia estar descansada, ele nunca lhe faria mal, nem deixaria que alguém o fizesse estava ali para a ajudar em tudo e, era capaz de dar a vida por ela! 
A rapariga, ficou mais calma, um pouco emocionada, com a certeza que podia confiar no Joam! Então, começou a falar, porque na verdade, falavam a mesma língua, ela pediu-lhe desculpa e disse-lhe que andava disfarçada de rapaz como defesa, porque tinha receio que lhe fizessem mal, se soubessem que era rapariga! O Joam, compreendeu e continuou a fazer perguntas: 
Joam: Bem! Então, já sabes o meu nome, agora, gostava de saber o teu!
Rapariga: O meu nome é Talanna! 
Joam: Talanna, Talanna? Gosto muito! E o que significa? 
Talanna: O meu nome significa rapariga do rio Ana, do Odiana, porque a minha aldeia chama-se Odieayan, ou seja Ribeira de Olivença que entrega as suas águas ao Odiana! 
Joam: Olha, és de perto daqui! E que idade tens? 
Talanna: Tenho vinte e dois anos! E tu? 
Joam: Eu também tenho vinte e dois anos! E tens namorado lá na tua aldeia? 
Talanna: Não, não tenho! Nunca tive tempo para isso! A minha vida e da minha família era toda dedicada às nossa cabras! E tu tens namorada?
Joam: Não, não tenho! Então, e agora a tua família já não se dedica às cabras? Ficaram para ti? 
Talanna: Sim, as cabras ficaram para mim, porque os meus pais e os meus cinco irmãos, partiram todos, foram chamados por Alá, só fiquei eu, dois tios e oito primos e primas, mas não sei se ainda cá estão todos, porque há quase dois anos que ando com as minhas cabras nas margens do Odiana e nunca mais voltei à minha aldeia! 
Joam: Sinto muito! E porque motivo partiu a tua família? Alguma doença? 
Talanna: Sim, foi a moléstia! Levou quase toda a gente da minha aldeia e os que não levou, como eu, fugiram de lá! 
O Joam mostrou muita consternação pelo que tinha sucedido à família de Talanna e, mais uma vez, a Talanna ficou emocionada, aumentando a simpatia para com ele! 
O Joam ajudou-a a cortar ramos de árvores e arbustos para fazer um abrigo mais afastado da Ribeira, porque durante o inverno, não podia ficar naquele lugar que, decerto era inundado pelas águas da Ribeira e do Ribeiro do Alcaide! 
À noitinha, o Joam despediu-se da Talanna, porque teve de regressar a casa com as suas cabras, mas ia tão contente, assobiando e cantando que, foi logo notado pelos pais e irmãos que, existia alguma novidade, então foi obrigado a contar-lhe o que se passava! 
Ele contou tudo e a família ficou com a certeza que o Joam estava perdido de amor pela cabreira do Odiana e, disseram-lhe que, tinha de a convidar para ir a sua casa, porque queriam conhecê-la! 
O Joam disse-lhe que, ainda mal a conhecia, mas se ela por ali ficasse, decerto que a convidava para ir lá a casa! 
Nessa noite, o Joam não conseguia adormecer, não lhe saía da cabeça a figura da Talanna, completamente nua a tomar banho! Nunca tinha visto uma mulher nua, nem imaginava tanta perfeição! Então, começou a fazer planos do casamento com ela e a morar num casebre no lugar onde a conheceu! 
Nessa noite, a Talanna, também não conseguia adormecer, imaginando o seu enlace com o Joam e a morar ali naquele maravilhoso lugar! 
Na manhã seguinte, ainda cedo, já o Joam estava junto da Talanna, levou comida para repartir com ela e começou logo a trabalhar a seu lado!
A partir daquele dia, o Joam e a Talanna estavam sempre juntos, guardavam as cabras, tiravam-lhe o leite, faziam queijos e sempre que tinham tempo, reforçavam o curral e construíam choças resistentes ao frio, às chuvas e a eventuais ataques de animais selvagens, afastadas da Ribeira, mas à noite, contra a sua vontade, o Joam tinha de regressar com as suas cabras para casa, onde chegava sempre muito triste, por deixar a Talanna sozinha na sua choupana! 
Os pais e irmãos do Joam reparavam na sua tristeza e sabiam a sua causa, então, a pedido da mãe e dos irmãos, o pai teve uma conversa com ele:
Pai: Oh Joam, vamos lá conversar! O que se passa contigo filho? Andas doente, ou o teu mal tem a ver com a tua amiga cabreira? 
Joam: Oh pai, não vou mentir, a verdade é que quanto mais conheço a Talanna, mais perdido de amor estou por ela! Parece que a conheço de toda a minha vida e não tenho dúvida que a amo ao ponto de dar a minha vida por ela!
Pai: Oh Joam, estou a ver que é um caso muito sério! Então, já lhe disseste o que sentias por ela? 
Joam: Ainda não pai! Eu acho que ela também gosta de mim, mas posso estar enganado e depois ela pode ficar zangada e não me querer lá perto dela! 
Pai: Pois é filho, mas tens de correr esse risco, não podes continuar a sofrer assim, tens de falar com ela e se estiveres enganado dás outro rumo à tua vida! Foi sempre assim, filho!
Joam: Está bem pai, de amanhã não passa sem dizer à Talanna o que sinto por ela e de saber o que ela sente por mim! 
Pai: Então, faz isso filho, faz isso! Já sabes que estamos todos a teu lado! 
O Joam, depois da conversa com o pai, ficou mais aliviado, após a ceia deitou-se, adormeceu e passou a noite a sonhar que estava casado com a Talanna, era pai de muitos filhos, a morar numa linda Aldeia no lugar onde existiam os currais e as choças dela, eram donos de muitas cabras e viviam todos muito felizes! 
Acordou de madrugada, levantou-se, fez as rotinas habituais, com os irmãos tiraram o leite às cabras e depois de tudo tratado soltou-as, foi descendo o Ribeiro do Alcaide e depressa se juntou à Talanna! 
Cumprimentou-a e reparou que ainda estava mais linda! Ela respondeu ao Joam com um sorriso que ele desconhecia e o arrepiou, mas ao mesmo tempo o despertou para o que vinha pronto a fazer e estava no momento certo para lhe dizer o que sentia por ela: 
Joam: Talanna, quero ter uma conversa contigo, mas tens de me prometer que não te zangas comigo! Prometes? 
Talanna: Sim, prometo, seja a conversa que for, prometo que nunca me vou zangar contigo! Nunca seria mal agradecida, pelo que tens feito por mim! 
Joam: Pois, é esse o problema! Quero que me respondas o que tiveres de responder e que não te sintas obrigada a responder o que não sentes, por achares que tens alguma dívida para comigo! 
Talanna: Oh Joam, deixa-te dessa conversa e diz lá o que tens a dizer, juro que vou ser sincera na resposta! 
Joam: Talanna, quero dizer-te que, estou perdido de amor por ti! Nunca conheci uma rapariga com tanta beleza, o teu olhar tem o brilho das estrelas e a tua doçura o reflexo do luar, eu quero ficar contigo para sempre! 
Talanna: Oh Joam, não fico zangada, não! Mas devem se os teus olhos que me vêem assim! Eu não mereço tanta admiração! O que queres que eu responda?
Joam: Então, já sabes o que sinto por ti, só quero que me digas se também gostas de mim!
Talanna: Sim, Joam! Desde o primeiro momento que te vi, que gosto de ti, mas não tinha a certeza se gostavas de mim! 
Joam: Então, agora já tens a certeza que te amo e quero casar contigo! Assim que tivermos as coisas aqui organizadas vamos a minha casa para conheceres a minha família e para eles te conhecerem! 
Talanna: Sim, está bem, mas não tenho roupa para me apresentar na casa da tua família, antes tenho de ir comprar roupa a uma feira! 
Joam: Olha, daqui a quinze dias há uma feira em al-Julumaniya (Juromenha), os meus irmãos ficam aqui a guardar as cabras e nós vamos comprar a tua roupa e outras coisas, depois no fim do mês que vem há uma grande feira em al-Bash (Elvas), também vamos! 
Talanna: Está bem Joam, tenho alguns dirrãs guardados, posso comprar a roupa e mais algumas cabras! 
Joam: Então, está combinado! E a partir de hoje somos namorados? 
Talanna: Sim, Joam, somos namorados, mas ficas a saber que, enquanto não casarmos não ficas aqui na choça, nem vai haver nada entre nós! 
Joam: Sim, não pensei numa coisa dessas! Continuamos como até agora, mas temos de tratar do nosso casamento e depressa! 
O Joam, nessa noite entrou em casa tão contente que todos perceberam qual tinha sido a resposta da Talanna! Mas ele confirmou que, a partir daquele dia eram namorados!
No final do verão de mil cento e vinte e um, o Joam e a Talanna casaram-se, foi um casamento muito simples, no entanto, teve boda! Ele recebeu algumas cabras dadas pelos pais que juntou às dela, formando uma grande cabrada, guardadas pelos dois, mas ela começou a dedicar-se aos trabalhos junto e dentro das choças, como tirar o leite às cabras, fazer e cuidar dos queijos e tratar de outros animais que compraram nas feiras e alguns foram oferecidos pelos pais do Joam, como, galinhas, patos, perus e outros! 
A sua vida estava muito bem organizada e, naturalmente, a família começou a crescer com o nascimento dos filhos! 
O rebanho de cabras também crescia dia a dia e os currais e casebres aumentavam constantemente! 
Os irmãos e irmãs do Joam, foram casando e construindo os seus casebres junto ao seu, sendo, muito rapidamente constituída uma aldeia que, por ter sido iniciada por Talanna ficou com a designação do seu nome, ou seja, Aldeia de Talanna!
A Aldeia de Odieayan, terra natal de Talanna, não ficava longe dali, mas desde a sua triste partida, ela nunca mais lá tinha voltado, até que um dia bateu-lhe a saudade do sitio e da família e disse ao Joam que sentia muita vontade de lá voltar, não só, por uma questão de sentimento, mas para saber se os tios e primos tinham sobrevivido à moléstia e se tinham voltado para os seus casebres! 
O Joam nem hesitou e disse-lhe que iam lá mais depressa do que ela imaginava, ele sabia que existia um lugar de fácil passagem do Odiana, junto ao Castelo dos Mocissos, por isso, seria já na semana seguinte a sua visita a Odieayan na Ribeira de Olivença! 
No fim do mês de Setembro trataram dos mantimentos para a viagem e no último dia desse mês meteram-se a caminho, montados numa burra e num burro, partiram cedo e, antes do meio dia já estavam à porta do casebre que tinha sido da família da Talanna! 
Bateram à porta e apareceu uma prima que tratava do casebre e lá residia, caíram nos braços uma da outra, depois entraram e num instante a prima contou-lhe como tinham passado desde a saída dali e disse-lhe estavam todos vivos!
O Joam e a Talanna foram visitar toda a família, passaram o resto do dia a ouvir e a contar o que se tinha passado nas suas vidas durante os últimos oito anos e confirmaram que os tios e primos vivam com muitas dificuldades, então deixaram-lhe tudo o que podiam dispensar, pão, queijos e roupa! 
Antes de partirem, disseram à família que, podiam mudar-se para a sua nova aldeia, onde havia trabalho para todos! Os tios agradeceram, mas responderam que, aquela era a sua terra e não conseguiam mudar-se dali, porém, três primos e duas primas aceitaram e voltaram com eles, ainda nesse dia, para a Aldeia de Talanna! 
No dia seguinte, começaram todos a trabalhar, os primos a tirar o leite às cabras e a fazer trabalhos agrícolas! As primas a recolher o leite, prepará-lo, fazer queijos, tratar os queijos em cura, uma autentica fábrica da época! 
Em meados do mês de Outubro o Joam e a Talanna, voltaram à Ribeira de Olivença, levaram mantimentos, roupas, duas cabras e um cabrito para deixar lá por tempo indeterminado, porque, assim, não lhe faltaria leite e queijos e, depois os cabritos que as cabras tivessem, seriam para eles! 
No ano seguinte, voltaram a visitar a sua família da Ribeira de Olivença e, além de outras coisas, levaram-lhe mais uma cabrita e um cabrito, ficaram com cinco fêmeas e o cabrito e, quando voltaram trouxeram o bode que tinham levado no ano anterior, em cabrito, de volta! 
A vida económica do Joam e da Talanna, estava cada vez mais próspera, era a casa agrícola mais rica da região, tinham quatro rebanhos de cabras e muitas terras para sul por sua conta, então, quando voltaram à Ribeira de Olivença, levaram mantimentos e mais duas cabras! 
A Talanna, juntou a família e disse-lhe que, as cabras que ali tinham emprestadas e as que levavam naquele dia, passavam a ser deles e o casebre e outros bens que pertenciam aos seus pais, também seriam deles!
Os tios e os primos, agradeceram-lhe muito e como forma de reconhecimento decidiram que, aquele lugar, passava a designar-se Aldeia de Talanna e, foi assim que surgiu a Talana ou Telena além Odiana na Ribeira de Olivença! 
A atividade agro pecuária do Joam e da Talanna continuava a crescer, tinham muitas dezenas de trabalhadores por sua conta, entre os quais, muitos familiares! 
Como a ameaça dos cristãos na região era cada vez maior, falava-se num temido bando comandado por um Geraldo (Geraldo Sem Pavor) que roubava e matava sem piedade, o que obrigou à concentração dos mouros desta região neste lugar, o qual, foi crescendo dia a dia, passando a designar-se At - Talanna, o mesmo que, veio ser a Villa de Terena dos cristãos, situada no Lugar da foz do Ribeiro do Alcaide com a Ribeira de Lucefécit.

E foi assim que, a linda Villa de Terena nasceu, da história de um grande amor entre Joam e Talanna.

Fim 

Texto: Correia Manuel

Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova - Terena 



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