domingo, 26 de abril de 2020

Vias Romanas - Capelins

As Vias Romanas entre Évora e Monsaraz
Évora (Ebora) a Monsaraz (vide Carneiro, 2008) Existem dois possíveis trajectos rumo a Monsaraz:
  • Évora - Monsaraz por S. Manços: saindo de Évora pela porta de Moura e Chafariz del Rei, atravessava o Xarrama junto da Qta. da Luzerna seguindo depois a rota da EN256 para o Monte da Mesquita (villa) e Horta do Albardão a nordeste de S. Manços (a Igreja de S. Manços assenta sobre o mausoléu, ainda visível da villa do Álamo da Horta), Vale de Ferreiros, travessia do rio Degebe em Porto Calçado/Ponte do Albardão (vau lajeado, continuando pela calçada do Moinho da Ponte), na Vendinha (S. Vicente do Pigeiro), sai da EN256 e inflecte para nordeste rumo a Vilar de Barrada/Vila da Abegoria em Caridade e finalmente Reguengos de Monsaraz

  • Évora - Monsaraz por Nossa Senhora de Machede: este itinerário sai da cidade pela Qta. do Forno da Cal, rumo a Ns. de Machede (há calçada em Vale Melhorado; villa no Monte da Fonte Coberta), atravessa a ribeira de Machede (possível miliário à saída da ponte), Monte do Bussalfão, Monte da Magalhoa, cruza a ribeira de Bencafete, S. Domingos da Ordem, Monte da Fragosa, Poço da Capela e S. Vicente de Valongo (fortificação romana no «Castelo Velho» na outra margem em Alcorovisca, anterior à construção do Castelo Real já na Idade Média; a sul temos o grande povoado indígena fortificado designado por Castelos de Monte Novo ou «Cidade dos Cuncos», o maior povoado da Idade do Ferro no sul de Portugal, situado junto da confluência entre a ribeira da Pardieira e o rio Degebe), continuando por Montoito, Falcoeiras e S. Pedro de Corval (villa no Monte dos Pássaros) até Reguengos (placa funerária na Herdade de S. Romão em Perolivas; FE 681) e daqui a Monsaraz, onde há vestígios da via romana passando a nascente da povoação seguindo pelo Convento da Ns. da Orada, Ermida de Sta. Catarina (fragmento de um possível miliário no interior a servir de pilar ao altar-mor) e Ermida de S. Lázaro rumo ao rio Guadiana (Wolfram, 2011) que cruzaria a jusante da confluência deste com o rio Azevel.
  • Nas vias Romanas de ligação a Mérida, capital da Lusitânia, encontramos uma via que saía pelo menos de Capelins - Rosário - S. Brás dos Matos - Juromenha, ligando à via de Lisboa - Mérida! É nossa convicção que esta via era de Monsaraz, pela Ponte da Ribeira da Pêga, tornando-se parte dessa via a estrada real entre Monsaraz e Vila Viçosa, uma vez que, a Villa de Monsaraz foi, durante muitos anos, donatária da Casa de Bragança, a qual, tinha a sua sede em Vila Viçosa.
Vias Romanas nas Terras de Capelins:
Ramais derivando do Itinerário XIV de Lisboa a MéridaO Itinerário XIV é cruzado por diversas ramais que com uma orientação preferencial NO-SE, procurando as linhas de festo entre ribeiras de modo a evitar o seu cruzamento. Esta rede ainda mal conhecida teria pelo menos quatro grandes eixos, sendo que três deles dirigiam-se ao rio Guadiana (2019):
  • Eixo 1: Ponte de Sor - Estremoz - Guadiana: derivando adiante de Ponte de Sor na estáção viária de Fonte da Cruz, seguia para sudeste por Ervedal, Cano, Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Mina do Bugalho rumo à travessia do Guadiana em Mocissos; uma variante desta via desviava em Estremoz e seguia por Bencatel, Alandroal, Rosário e Outeiro dos Castelinhos rumo à travessia do Guadiana na Azenha d'El-Rei.

A outra via Romana que, talvez tivesse ligação entre Capelins e Monsaraz:
VIA XII - Item ab OLISIPONE EMERITAM m. p. ITINERARIO XII - Lisboa (OLISIPO) - Alcácer do Sal (SALACIA) - Évora (EBORA) - Mérida (EMERITA) CLXI milhas - 238.5 km
Em Alandroal a via deveria passar próximo da villa da Tapada de Vilares (na Carta Arqueológica do Alandroal, Calado indica a azinhaga que atravessa a villa como possível via romana; ver Calado, 1993). A partir daqui é provável que derivasse uma via para Bencatel, uma ligação a Vila Viçosa (passando no vicus marmorarius designado outrora como «Vilares», compreendendo a ermida de S. Marcos, Tapada de Fonte Soeiro e «Fonte da Moura», local onde apareceu um altar votiva de Canidius, IRCP375, hoje no Museu de Vila Viçosa) e para leste rumo ao rio Guadiana em Juromenha. Esta rede viária estaria muito ligada à exploração de mármores da região;
Uma outra via no sentido N-S servia também a actividade mineira oriunda pelo menos desde Capelins que ia atravessar a ribeira de Lucefecit junto do fortim romano do Outeiro dos Castelinhos (importante estrutura romana ao abandono!)
seguindo por Rosário, Mina do Bugalho, S. Brás dos Matos e Juromenha (onde podia atravessar o Guadiana; povoado na Malhada das Mimosas; tessera hospitalis em bronze), seguindo um ramal para o vicus do Monte da Nora em Terrugem (passando entre os casais rústicos do Monte do Outeiro, da Aboboreira e da Queimada em Ciladas) e outro na direcção de Elvas, confluindo todas nos eixos principais rumo a Mérida.

(Adaptado de informação diversa da net e visita a alguns troços destas vias)



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