domingo, 21 de agosto de 2016

Resenha histórica de Capelins 04-06-1793

Resenha histórica de Capelins 04-06-1793

Data do surgimento de Capelins associado à Freguesia nos livros Paroquiais

O primeiro documento Paroquial que encontramos e onde está registada "Igreja de Santo António de Capelins" é o assento de um óbito no dia 04 de Junho de 1793. 
O livro de assentos de óbitos onde se verifica o referido registo foi aberto pelo Padre Marcellino José Pereira, Reitor do Collégio dos Santos Innocentes e Escrivão das Rubricas em 23 de Novembro de 1791, pelo que com base nesse documento podemos confirmar que em Novembro de 1791, a Paróquia ainda não se designava de Santo António de Capelins, mas de Santo António, termo da Villa de Terena.
Abertura do livro de assentos de óbitos:
"Aos vinte e tres dias do mes de Novembro de mil sete centos e noventa hum, pelo Rdº Parocho (Pároco) da Freguesia de Santo António, termo da Villa de Terena me foi apresentado para rubricar este livro que háde servir para os assentos dos óbitos da dita Freguesia, o qual numerei e rubriquei na forma que se segue como Escrivão das Rubricas pella Provisão do Exmo Rmo exmo Snr Arcebispo da Metropole, de que fis este termo e eu o Pº. Marcellino José Pereira, Reitor do Collegio dos Santos Innocentes, o Escrivão das Rubricas o escrevi.
Assim, na abertura deste livro em Novembro de 1791, a Freguesia ainda não se denominava "Capelins".

Óbito de 04-06-1873 






Ermida de S. Francico de Assis - Rendeira - Santiago Maior

A Ermida de São Francisco de Assis na herdade da Rendeira, às portas da Freguesia de Capelins

Conforme referimos anteriormente existiu uma Ermida quinhentista semelhante às Ermidas de Santa Clara e de Santo António de Capelins, na Herdade da Rendeira, cujo orago era São Francisco de Assis.
Vejamos o que diz Túlio Espanca no Inventário Artístico de Portugal de 1978:
"Perdidas estão as três restantes Ermidas (...) S. Francisco da Rendeira. Da de S. Francisco de Assis (Rendeira), hoje desaparecida, erecta na Herdade da Rendeira, que se alcança pela estrada do Seixo-Cabeça de Carneiro, (...) temos conhecimento através da Corografia Portuguesa, do Padre Carvalho da Costa, volume II, 1708. 


Ermida de Santa Clara



A presença dos romanos nas terras de Capelins

A presença dos romanos nas terras de Capelins

Temos provas documentais e arqueológicas que todos podemos presenciar no terreno de que os Romanos habitaram em vários lugares da Freguesia de Capelins. Além de fundarem a Villa de Ferreira Romana (Outeiro dos Castelinhos), (Como sabem esta toponímia deve-se à Ferraria Romana que aqui existiu, ou seja a forja onde o ferro extraído da mina de Ferreira era transformado, de Ferraria passou a Ferreira), também habitaram no Monte do Escrivão, herdade da Negra (onde tinham uma mina), no Roncão, Azenhas del Rei, Amadoreira (mais uma mina), e outros lugares no Vale do rio Guadiana, até ao Gato, fim da Freguesia de Capelins. Além dos testemunhos arqueológicos, também existem estradas (caminhos de terra batida e sobre rochas desgastadas desses tempos). Esta estrada da fotografia era a mais importante desta região, já vinha de Oeste (dos lados da atual Ferreira) e conduzia ao Porto das Águas Frias de Baixo, fazendo a respetiva ligação a Mérida (Capital da Lusitânia), para onde escoavam cereais, minério e outros produtos e de onde recebiam outros que aqui não existiam! 


Villa de Ferreira Romana 

Foto: DGPC



De Santa Maria a Nossa Senhora das Neves

De Santa Maria a Nossa Senhora das Neves 

No livro "Inventário Artístico de Portugal" 1978 de Túlio Espanca" podemos ler: " Primitiva Matriz da Vila de Ferreira, com o título original de Santa Maria e já existente no ano de 1320 como vinculo do padroado real (...). Da traça primitiva da fundação medieval, nada existe atualmente, (...)." Seguidamente é descrita a nova Ermida de Nossa Senhora das Neves, construída nos finais de 1600!
Com
esta descrição de Túlio Espanca, que esteve presente na dita Ermida  e devido à fonte onde recolheu algumas das suas informações, concluímos que, a Paróquia de Ferreira deve existir desde cerca de 1510 e porquê? Porque verifica-se que, em 1510 já estão registadas Visitações de clérigos a algumas Paróquias.
No que se refere à da Villa de Ferreira, sabemos que foi feita uma Visitação por um clérigo no verão de 1534 (dizemos no verão, em comparação com as datas que conhecemos no então Concelho de Monsaraz). 
No ano de 1572/3 já se encontram Registos Paroquiais na Paróquia de São Pedro de Terena onde constam as Freguesias de Santiago e de Santo António.
Esta Visitação de um clérigo a todas as Paróquias do Bispado de Évora, (ainda não era Arcebispado), mandada fazer pelo Bispo Infante D. Afonso (Filho do rei D. Manuel I), (ora se foi a todas as Paróquias e o clérigo esteve na Vila de Ferreira em 1534 (isso está registado no Livro da Visitação da Diocese de Évora de 1534, codigo CXXIII-1-1. Biblioteca Publica de Évora, então isso significa que a Vila de Ferreira em 1534 já seria Paróquia. (Esperamos consultar esse famoso livro).
Já tivemos a oportunidade de ler os resultados de algumas Visitações a Paróquias vizinhas da atual freguesia de Capelins e podemos informar que os clérigos tinham como missão averiguar duas situações: A espiritual e a temporal. A espiritual, baseava-se no número de fregueses existentes e os que iam às missas e a sua colaboração em todos os atos religiosos. A temporal tinha a ver com os materiais, o seu estado e a sua existência ou não, ou seja como se encontrava a estrutura das Igrejas, as taças, os bancos, as cruzes, as imagens as pias e outros. Eram depois assinaladas as deficiências e dado um prazo curto para que tudo fosse corrigido.
Os Registos Paroquiais de Santo António, tiveram início em 1633 pelo Padre Luís de Campos, mas como foi referido, tiveram início cerca de 1572 na Paróquia de São Pedro de Terena, que se encontram ao dispor via on-line.


Ermida de Nossa Senhora das Neves em Capelins




De Santa Maria de Ferreira a Nossa Senhora das Neves

De Santa Maria de Ferreira a Nossa Senhora das Neves

Conheça como a padroeira da Villa Defesa de Ferreira, da Igreja Matriz desta Villa passou a designar-se Nossa Senhora das Neves no ultimo decénio de 1600, quando foi construída a nova Igreja, substituindo a Igreja Matriz de 1314. (Santa Maria e Nossa Senhora das Neves são a mesma divindade)
Nossa Senhora das Neves

Santa Maria Maior
05 de Agosto
Um facto curioso que a tradição da igreja nos lembra é o da neve de um verão do século IV.
Narra a tradição que um casal de certa idade, porém de muitas posses e sem ter herdeiros, vivia em oração, pedindo a Nossa Senhora uma orientação quanto ao destino de seus bens.
Era noite de 4 para 5 de agosto, quando o senhor João teve um sonho revelador em que Nossa Senhora lhe aparecia e indicava o topo de um monte que no dia seguinte estaria coberto de neve: seria o local da construção de uma igreja a Ela dedicada.
Na manhã de 5 de Agosto, a notícia de um estranho fenómeno abala toda a cidade de Roma: o Monte Esquilino estava coberto de neve.
Vendo no fenómeno a confirmação do seu sonho, o casal decide visitar o Papa Libério, que com todo o clero de Roma vai ao local.
O feliz casal iniciou a construção e a basílica passou a ser chamada “Santa Maria Maior” por ser a mais importante basílica Mariana.
A basílica de Santa Maria Maior é uma das basílicas papais, que possuem trono e altar papais, além de uma porta santa para o jubileu romano. Como curiosidade no interior da basílica, em uma das capelas laterais, está, segundo a tradição, o berço do Menino Jesus.
A cada 5 de agosto uma celebração solene lembra o milagre das neves, com uma chuva de pétalas de rosas brancas.
Ao iniciar o seu pontificado, o Papa João Paulo II pediu que deixassem para todo o sempre, uma lamparina de óleo acesa diante do ícone da Santa Maria Maior.
Que a lâmpada da devoção não se apague com o vento da indiferença e muito menos, com a frieza dos corações. 


Nossa Senhora das Neves - Basílica




As cozeduras de pão nas Terras de Capelins 

Os amigos/as conhecem a mitologia que envolvia uma cozedura de pão nas Terras de Capelins? Além de todo o processo frenético na preparação que se iniciava no dia anterior, tinham que ver as fases da lua, qual era a propícia que não viesse estragar a cozedura, no dia da cozedura eram rezas e mais rezas (para levedar bem, para cozer bem, para levantar bem e outras) e cruzes feitas na massa, com farinha sobre a boca do forno, porque tinham que afastar as feiticeiras, não viessem estragar o pão. Com todo o respeito por estas tradições, em breve contamos tudo! 


Pão



Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...