sexta-feira, 31 de julho de 2020

A Vida económica e social nas Terras de Capelins

A vida económica e social nas terras de Capelins no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos e vinte annos

A partir do ano de 1712, não conhecemos mais fugas da população das terras de Capelins, devido a conflitos com os vizinhos de além Guadiana.
A Casa do Infantado dinamizou a atividade agro pecuária nas suas duas herdades das Defesas de Ferreira e da Bobadela.
As restantes 10 herdades foram divididas em duas ou mais parcelas e vendidas a lavradores e a seareiros, atraindo mais povoadores a esta Freguesia.
Devido à escassez de braços de trabalho, os lavradores foram obrigados a pagar mais 3/4 réis de jorna, logo, foi mais uma atração para muitos povoadores.
Em 1804, devido à Lei ou Decreto de Dª Maria I, foram vendidos os Baldios do Povo, em courelas, pela Câmara de Terena, o que atraiu muitos seareiros, principalmente a Montes Juntos, pelo que, para se perceber a evolução e dimensão da população, publicamos o movimento demográfico de 1820:
Nascimentos
1 - José Rodrigues
2 - Maria Lúcio
3 - Josepha Caeiro
4 - José Pateiro
5 - Fernando da Rosa
6 - Francisca Marques
7 - Vicente de Mira
8 - José Ramalho
9 - António Baeta
10 - José Romão
11 - Clara Rodrigues
12 - Mariana Ribeiro
13 - Serafim Rocha
14 - Genoveva António
15 - Sebastiana Farinha
16 - Francisca Rosado
17 - Vicente António
18 - Francisco José
19 - Isabel Rodrigues
20 - Joaquina Lopes *
21 - Maria Lopes *
22 - Gertrudes Busca
23 - Domingos Garcia
24 - Manoel Nunes
25 - Thomé José
26 - Antónia Guerra
27 - Francisca Mathias
28 - Maria Baptista
29 - Isidoro Rosado
30 - André Gonçalves
31 - Francisca Vasques
32 - Maria Grave
33 - Manoel Lopes

  • gemeas, depois faleceram
Os apelidos são dos respetivos pais.

Matrimónios
1 - Joaquim Rodrigues com Vitória de Jesus;
2 - José Lopes com Gertrudes Jacinta;
3 - Manoel Baptista com Pulquéria maria do Rosário;
4 - Manoel Fernandes com Maria Baptista;
5 - Joaquim José com Lucianna Maria;
6 - José Fernandes Velho com Margarida Ramalha;
7 - Luís Fernandes com Antónia Maria.

Óbitos
1 - Francisca Maria
2 - Fernando Joaquim (criança)
3 - Apolinário Rodrigues (criança)
4 - Henriqueta do Rosário
5 - Francisco Rodrigues
6 - Francisca Rosado (criança)
7 - Maria Lopes (criança) *
8 - Joaquina Lopes (criança) *
9 - Josepha Maria
  • gemeas.
No ano de 1820 a mortalidade infantil na Freguesia de Santo António de Capelins foi de 15,15 %.
Como se verificaram 33 nascimentos e, apenas 9 óbitos, mesmo sem conhecimento do número de imigrantes, podemos confirmar que houve aumento da população nas terras de Capelins no ano de 1820.

Livro dos Casamentos de 1808 a 1843


quarta-feira, 29 de julho de 2020

Freguesia de Santo António (Capelins) 1720

Freguesia de Santo António (Capelins) ano de 1720
O movimento demográfico de uma determinada região mostra-nos o nível de atividade económica e social da mesma! Assim, ao verificarmos os Registos Paroquiais de Santo António, ou seja, os nascimentos, casamentos e óbitos do ano de 1720 (há 300 anos) podemos deduzir que esta Freguesia se encontrava em desenvolvimento, pelo crescimento da população em termos de nascimentos, menos os óbitos, mas também devemos acrescentar os imigrantes, assim:
Ano de 1720
Batismos
1 - Manuel Fernandes (o pai era de Cheles - Espanha)
2 - Teodósia da Silva
3 - Domingos Martins
4 - Eugénia Fernandes
5 - Antónia Pouzão
6 - Mathias Catrapollo
7 - Catharina Vicente
8 - José Lopes
O apelido é dos respetivos pais.

Matrimónios
1 - João Martins com Ana Gomes
2 - José Rodrigues com Francisca Nunes

Óbtios
1 - Alexandre Barbosa
2 - Manoel Gonçalves
3 - Domingos Fernandes
4 - Isabel Martins

Verifica-se que, no ano de 1720, nasceram 8 crianças na Freguesia de Santo António e, verificaram-se 4 óbitos, logo, mesmo sem conhecimento do número de imigrantes que aqui chegaram, podemos confirmar que houve aumento da população, o mesmo é dizer que existiu dinamismo social nesse ano, nesta Freguesia.

Batismos em Santo António em 1720


terça-feira, 28 de julho de 2020

Paróquia de Santo António, do Termo de Terena

Paróquia de Santo António, do Termo de Terena
Nas duas últimas décadas de 1600, depois da assinatura do tratado de paz com Castela em 1668, quando foi reconhecida a independência do Reino de Portugal, notou-se grande desenvolvimento nas terras de Capelins, também, devido à chegada da Casa do Infantado donatária das Defesas de Ferreira e de Bobadela e a criação do Concelho (não régio) de Ferreira, porém, não foi por muito tempo, porque a vizinha Castela envolveu-se numa guerra civil devido à sucessão do trono, logo a escassez de alimentos obrigou os vizinhos espanhóis a fazer incursões pelas terras de Capelins, roubando e destruindo o que havia nos Montes e nas herdades, obrigando à fuga da população para localidades mais recuadas da RAIA, mais seguras e da Paróquia de Santo António para Terena, no ano de 1705!
Em Setembro de 1703, o Cura Manoel Marques deu o seu lugar de Pároco de Santo António, ao Padre João Gomes que, conseguiu permanecer aqui até ao dia 09 de Maio de 1705, realizando o matrimónio de João Pereira com Inês Rodrigues neste mesmo dia!
Verificando-se o desaparecimento, fomos procurar o Padre João Gomes pelas Paróquias da região e foi encontrado na Paróquia de Santiago Maior, onde realizou o primeiro batismo no dia 01 de Agosto de 1706, mas a surpresa é que também nesta data, se encontrava nesta Paróquia o Padre Manuel Marques, antes Pároco de Santo António.
O Pároco João Gomes, não voltou mais à Paróquia de Santo António, continuou na Paróquia de Santiago Maior, onde faleceu no dia 01 de Abril de 1742, dedicando cerca de 37 anos a esta Paróquia.
A Paróquia de Santo António, voltou ao seu normal funcionamento 6 anos depois, onde se realizou o primeiro batismo no dia 03 de Fevereiro de 1712, o primeiro matrimónio no dia 03 de Setembro de 1713 e o primeiro funeral no dia 02 de Agosto de 1712.
Conforme referimos, a Casa ou Estado do Infantado estava instalada na Vila de Ferreira, as duas Defesas, pelo que, qualquer foragido que viesse para estas terras estava a salvo, desde que, não cometesse aqui o crime, porque o Estado do Infantado não julgava os criminosos do Reino, também, por isso, foi mais fácil o seu repovoamento. A Casa do Infantado, era defendida pelo Regimento da Casa de Bragança, assim, a sua intervenção nestas terras, eliminou os perigos vindos de além Guadiana e, permitiu o seu desenvolvimento, bem visível a partir de 1712.

Último matrimónio na Igreja de Santo António em 09 de Maio de 1705
João Pereira com Inês Rodrigues


segunda-feira, 27 de julho de 2020

A Fuga dos Povoadores da Paróquia de Santo António em 1705

A Fuga dos Povoadores da Paróquia de Santo António em 1705
A Guerra da Sucessão Espanhola, obrigou ao despovoamento das Terras de Capelins, (1705-1711) os seus moradores refugiaram-se em Santiago Maior e em Terena, onde existia mais segurança, ficando a Paróquia de Santo António, muitas vezes deserta, sem ali poderem realizar batizados, casamentos ou óbitos, a lavradora do Monte da Vinha não foi sepultada na Igreja de Santo António, por causa do inimigo e foi para Santiago Maior. As incursões feitas pelos espanhóis na procura de alimentos eram constantes e perigosas para os moradores das Terras de Capelins.
Em 1712 o Padre Miguel Gonçalves Gallego, chegou a Santo António e, a partir desta data, verifica-se grande desenvolvimento nas Terras de Capelins, surgem as Aldeias de Capelins de Baixo e Capelins de Cima, em torno do Monte Grande que era da Casa do Infantado e, onde já existiam alguns Montes, como o Monte dos Capelins (dos Gomes, onde morava Maria Gomes).
A Guerra da Sucessão Espanhola ocorreu entre 1701 e 1714, envolvendo diversas monarquias europeias em torno dos direitos de sucessão da coroa espanhola. Após a morte de rei Carlos II, que não deixara herdeiros, terminava a dinastia dos Áustria, ramo espanhol da Casa de Habsburgo. Com o falecimento precoce de seu sobrinho, José Fernando, príncipe da Baviera, subiu ao trono espanhol o Duque de Anjou, Filipe de Anjou, neto de Luís XIV, dando início à dinastia de Bourbon na Espanha.
Santo António


domingo, 26 de julho de 2020

Paróquia de Santo António, anos de 1640 a 1672

Paróquia de Santo António, anos de 1640 a 1672
No início da década de 1640, as terras de Capelins (que era quase todo o espaço geográfico da atual Freguesia de Capelins) cujos donatários era a Família Freire de Andrade, verificou-se algum desenvolvimento, devido às relações comerciais, no Porto da Sisa (Cinza), onde existiam barcas internacionais, com a vizinha Castela, a criação de gado, o cultivo de cereais e, os Moinhos das Ribeiras e do Rio Guadiana, porém, devido à Guerra da Restauração da Independência iniciada logo a partir de 1640 e que durou até 1668, estas terras tornaram-se inabitáveis, porque as incursões de malfeitores e das tropas de além Guadiana eram constantes, chegando mesmo, a ocupar a Villa de Terena por duas vezes.
Assim, parece-nos que no início do ano de 1642, a Igreja de Santo António fechou as portas e a Paróquia ficou inativa até 1672 e mudou-se para a Vila de Terena, ou os respetivos Livros Paroquiais desapareceram.
O último batismo verificado na Paróquia de Santo António foi o do André Gonçalves no dia 04 de Dezembro de 1641!
Durante a referida Guerra registou-se o batismo de Manoel Nunes, nesta Paróquia, no dia 09 de Março de 1664, mas foi apenas este batismo, realizado por um padre espanhol de nome Joam, o qual, desapareceu e não se encontra nos Registos da Paróquia de Terena! Um mistério! Depois, voltaram a realizar-se os batismos nesta Paróquia na Igreja de Santo António, com o do Manuel Gomes, no dia 02 de Outubro de 1672 e seguintes, sem interrupção até 1705! (ausência de 23 anos, porque regista-se este misterioso batismo e, mais nenhum até 1672, sendo o mais correto, contar 31 anos).
O último casamento realizado na Igreja de Santo António foi o de Francisco Fernandes com Maria Fernandes, no dia 02 de Março de 1642.
O primeiro casamento após a Guerra da Restauração, na Igreja de Santo António, foi o de Estevão Nunes com Maria Cortes, no dia 04 de Fevereiro de 1674! (ausência de 32 anos).
O último funeral em Santo António, antes da Guerra da Restauração, foi o de Vicente Caeiro (criança) no dia 09 de Outubro de 1641.
O primeiro funeral em Santo António após a dita Guerra foi o de Maria de Morais, no dia 06 de Setembro de 1672! (ausência de 31 anos).
A partir de 1673, nota-se grande aumento demográfico na Freguesia de Santo António, uma vez que, neste ano registaram-se 12 nascimentos e, a partir daqui, regista-se um aumento significativo, até 1705, quando surge outra guerra, neste caso, a da Sucessão espanhola, mas que teve graves consequências nas terras de Capelins.
Os atos religiosos da Paróquia de Santo António, incluindo os Registos de nascimentos, matrimónios e óbitos, durante este espaço temporal, passaram para Terena.
Pensamos que, nesta ausência forçada pela guerra, a Igreja de Santo António esteve inativa e, a primitiva Igreja de Nossa Senhora das Neves, caiu em ruínas ou foi destruída, sendo, depois, nos finais de 1600, construída a atual.

Figura Sacra na Igreja de Santo António

Resenha histórica de vidas de Gentes de Capelins - 1699

Resenha histórica de vidas de Gentes de Capelins - 1699
Assim que a Vila de Ferreira (quase todo o espaço geográfico da atual Freguesia de Capelins) foi retirada à Família Freire de Andrade em 1674, verifica-se grande mudança em termos de desenvolvimento destas terras! Surgiram várias herdades e Montes de lavradores, os quais, como precisavam de muita mão de obra nessas herdades, foram obrigados a pagar mais 3/4 réis de jorna para atrair trabalhadores a estas terras e, de verdade, nos finais de 1600, há grande aumento da população, vindos de muitos lugares, alguns, distantes.
Vejamos o movimento demográfico verificado no ano de 1699, ainda no século XVII.
Nascimentos em Capelins no ano de 1699 e, origem dos respetivos pais.
1 - Josepha Gonçalves (sem indicação da origem)
2 - Maria da Silva (Santiago - Terena)
3 - João Roque (Santiago - Terena)
4 - João Jorge (Villa de Terena)
5 - Bento Brás (Freixo - Évoramonte)
6 - António Gomes (Villa de Alandroal)
7 - Maria Pires (Villa de Terena)
8 - Mariana Gonçalves (Cubo - Fumagueira)
9 - Isabel Fernandes (Redondo)
10 - Isabel Affonso (Cume - Guarda)
11 - Maria Rodrigues (Olival - Aguda - Bispado de Coimbra)
12 - Helena Alvares (Monsaraz)
13 - Isabel Nunes (Santiago - Terena)
14 - Maria Fernandes (Villa de Terena)
15 - Isabel Cordeiro (Vila Viçosa)
16 - João Gomes (Monsaraz)
17 - Domingos Marques (Villa de Terena)

Matrimónios realizados na Igreja de Santo António no ano de 1699
1 - Francisco Gonçalves com Catarina Lopes
2 - Domingos Francisco com Josepha Maria
3 - Manuel Marques com Margarida Gonçalves
4 - André Gonçalves com Maria da Conceição
5 - António Rodrigues com Isabel Costa
6 - Domingos Jorge com Isabel Fernandes.

Óbitos verificados na Freguesia de Santo António no ano de 1699
1 - António Rodrigues (lavrador da herdade da Talaveira)
2 - Maria Dias
3 - Maria Costa

Assim, no ano de 1699, registaram-se 17 nascimentos, sendo 11 meninas e 6 meninos!
Realizaram-se 6 matrimónios;
Faleceram 3 pessoas

Podemos concluir que, no ano de 1699, verificou-se grande aumento da população na Freguesia de Santo António, uma vez que, nasceram 17 crianças e houve 3 óbitos!

Matrimónios em 1699, realizados na Igreja de Santo António


Nascimentos em Santo António 1640

História das Gentes de Capelins
Sendo no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e quarenta annos
No ano da Restauração da Independência de Portugal, os Registos Paroquiais de Santo António, apresentam os seguintes nascimentos, matrimónios e óbitos:
Nascimentos = 10
1 - Luzia Fernandes
2 - António Pereira
3 - Maria Martins
4 - Maria Fernandes
5 - Domingos Simão
6 - Inês Fernandes
7 - Inês Dias
8 - Manuel Gonçalves
9 - Bento Gonçalves
10 - João Fernandes
Os Párocos registavam apenas o nome próprio, pelo que, os apelidos aqui acrescentados são dos respetivos pais.

Matrimónios = 12
1 - Salvador João com Maria Rodrigues
2 - Vicente Gonçalves com Brites Mendes
3 - Bento Fernandes com Maria Nunes
4 - João Fernandes com Brites Dias
5 - Marcos Fernandes com Maria Vaz
6 - Fernando Nunes com Maria Dias
7 - Manuel Nunes com Maria Fernandes
8 - Matheus Sanches com Maria Gonçalves
9 - Pedro Gonçalves com Maria Ribeira
10 - António Fernandes com Inês Rodrigues
11 - Pedro Martins com Inês Gonçalves
12 - Vicente Vaz com Brites Dias

Óbitos = 16
1 - Catarina Gonçalves
2 - Gonçalo Nunes
3 - Domingos Fernandes
4 - Miguel Fernandes
5 - Manuel Marques (criança)
6 - Margarida Fernandes (criança)
7 - Vicente Caeiro (criança)
8 - Inês Gonçalves (criança)
9 - Andreza Fernandes (criança)
10 - Maria Vaz
11 - António Fernandes (criança)
12 - Inês Courela
13 - Andreza Dias
14 - Manuel Fernandes (criança)
15 - Maria Matheus
16 - Domingos Fernandes (criança)

É de salientar que, a mortalidade infantil nesta comunidade, no ano de 1640 foi de 80 % face aos nascimentos.


Nesta época, estas pessoas, ou residiam nos Montes das herdades ou junto aos mesmos em cabanas, ou no Lugar de Ferreira, junto à atual Ermida de Nossa Senhora das Neves e alto do Monte de Ferreira, onde há pouco tempo foi descoberto outro silo comunitário.

Primeiro Livro de Registos da Paróquia de Santo António


Resenha histórica de vidas de Gentes de Capelins - 1680

Resenha histórica de vidas de Gentes de Capelins - 1680
Durante a Guerra da Restauração da Independência de 1640-1668, eram feitas incursões constantes nas terras de Capelins pelas tropas de Castela e por grupos de malfeitores, obrigando a população a afastar-se da raia! Após o final da guerra, em 1668, foi muito difícil repovoar estas terras, onde tinha ficado tudo destruído! Podemos verificar através dos Registos Paroquiais de Santo António, dos nascimentos, casamentos e óbitos que, somente doze anos depois, a população começou a aumentar.
Vejamos os Registos do ano de 1680, há 340 anos:
  • Nascimentos: 9
Sendo 5 do sexo Feminino e 4 do sexo Masculino
  • Casamentos: 3
  • Óbitos: 2

Assim, nasceram:
1 - Manuel Gonçalves
2 - Francisco Annes
3 - Antónia Rodrigues
4 - Guiomar Mendes
5 - Manuel Lopes
6 - Maria de Mira
7 - Águeda Nunes
8 - Catarina Telles
9 - Simão Fernandes
Como sabemos, os Párocos só escreviam o nome próprio, pelo que o apelido aqui indicado é o dos respetivos pais.

Casamentos
1 - Manuel Pires com Maria Lopes
2 - Bento Fernandes com Inês Mendes
3 - Bartholomeu Gonçalves com Maria Marques

Óbitos
1 - António Lourenço (Mancebo solteiro, faleceu sem Sacramentos, porque quando o Confessor chegou já tinha falecido).
2 - Pedro Gonçalves de Sequeira
Ambos estão enterrados na quarta carreira, covas nº 10 e nº 16.

Registos Paroquiais de Santo António

Casamentos em 1680


A Guerra da Restauração 1640 - 1668

A Guerra da Restauração entre 1640-1668 e, seus efeitos nas Terras de Capelins
Os confrontos da Guerra da Restauração tiveram início no golpe de estado da Restauração da Independência de 1 de Dezembro de 1640 que, pôs fim à monarquia dualista da Dinastia Filipina iniciada em 1580 ! Os confrontos terminaram com o Tratado de Lisboa de 1668, assinado em nome de Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, pelo qual ficou definitivamente reconhecida a independência do reino de Portugal.
Ao consultamos os Registos Paroquiais de Santo António de Capelins, verificamos que no ano de 1640 a população estava a crescer e em grande expansão, porém, no início do ano de 1642, existe uma interrupção de nascimentos, casamentos e óbitos na Paróquia de Santo António! Podia ser extravio de livros Paroquiais, mas reparamos que, cerca de 1660, os Registos continuam no mesmo livro e na mesma folha onde tinham terminado muitos anos antes! Pelo que, concluímos que houve fuga da população das Terras de Capelins, nesse espaço de tempo! nada se perdeu na Igreja de Santo António, porque nestas circunstâncias tudo era levado para a Villa de Terena em segurança. Mas a Villa de Terena, foi assaltada pelas tropas de Castela, duas vezes, nesta época.
A primitiva Igreja Matriz de Santa Maria (depois Nossa Senhora das Neves) desapareceu (destruída ou por ruína, ou ambas) neste espaço temporal, desta Guerra, surgindo mais tarde, a Ermida de Nossa Senhora das Neves, já no início de 1700!


Resenha histórica da Igreja de Santo António de Capelins

Resenha histórica da Igreja de Santo António de Capelins
Conforme consta em diversos documentos e livros, a Igreja de Santo António de Capelins, foi construída nos primeiros decénios de 1500.
Segundo Túlio Espanca, a Igreja de Santo António foi ampliada, sendo acrescentada para dentro da herdade da Sina, uma vez que, se situava numa courela, da qual, temos a escritura de compra e venda.
Na dita ampliação foi sacrificado o alpendre (semelhante ao da Ermida de Santa Clara), sobre os metros desse acréscimo, basta medir a distância entre o marco que está na rua e que indica os limites da herdade da Sina até à frente ocidental da Igreja. Também sabemos que as ombreiras em granito da porta a Ocidente, foram avançadas e continuam as de origem. Sobre a data da ampliação, pensamos, ter sido muito mais cedo da indicada por Túlio Espanca, talvez antes de meados do ano de 1600, porque, os Párocos descrevem num Livro dos Assentos de Óbito o lugar das sepulturas dentro da Igreja e, já cerca de 1650/60, são mencionadas as sepulturas que constam na planta desenhada em 1790. É verdade que, a Igreja sofreu outra grande modificação, talvez nos finais de 1800, quando vamos encontrar vários casamentos na Igreja de Nossa Senhora das Neves, mas pensamos que, esta modificação foi a mudança da nave que era em tabuado, para alvenaria. Obviamente que, não afirmamos nada, apenas transcrevemos o que alguns documentos e autores nos dão a conhecer.
Assim, cf. Túlio Espanca as dimensões das duas Igrejas aqui comparadas, são as seguintes:
Igreja de Santo António de Capelins
Medidas Interiores
Nave
Comprimento = 15,90 metros
Largura = 5, 10 metros
Abside = A parte do fecho da nave até ao fim da Capela Mor
Fundo = 3,75 metros
Largura = 4,10 metros

Comparação com a Ermida de Santa Clara
Neste caso, devido à segurança (já estava em ruínas) as medidas são pelo exterior, mas sabemos que, as paredes podiam ter 0,60/0,80 metros, será retirar esta dimensão
Nave:
Comprimento = 13,50 metros
Largura = 4,90 metros
Abside
Fundo = 4,80 metros
Largura = 4,80 metros

Voltando à Igreja de Santo António de Capelins, se a dimensão da nave são 14,90 metros e tinha 6 carreiras de sepulturas com 7 sepulturas ao comprimento, podemos deduzir que cada sepultura e espaço de segurança entre elas em comprimento seria de 2 metros, logo 2 metros vezes as 7 sepulturas, dá 14 metros de comprimento, mas como à entrada da capela Mor tinha duas filas de sepulturas de crianças, dá seguramente os 14,90 metros do seu comprimento! Assim, prova-se que, em 1650/60 já era válida a planta feita em 1790 e, naquela data 1650/60 a Igreja de Santo António de Capelins já estava ampliada e com as dimensões atuais.


Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

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