sábado, 30 de dezembro de 2023

A lenda do milagre que fez Santo António, ao menino de Capelins

A lenda do milagre que fez Santo António, ao menino de Capelins 

O Joaquim António e a Maria Isabel moravam numas casas na Aldeia de Ferreira, tinham casado na Igreja de Santo António de Capelins, no mês de Setembro de mil oitocentos e noventa, naturalmente, o seu maior desejo era terem filhos, mas já tinham passado cinco anos desde o casamento e não conseguiam, então, começaram a fazer mesinhas indicadas por curandeiras (bruxas ou "soldadoras", como lhe chamavam em Capelins) e por efeitos das mesmas, ou por outro motivo desconhecido, conseguiram o que tanto desejavam e, aos vinte dias do mês de Maio de mil oitocentos e noventa e cinco anos, nasceu o seu filho, ao qual, foi dado o nome de Manuel, muito perfeito e cheio de saúde, sendo cumpridos todos os rituais religiosos, foi mostrado a Nossa Senhora das Neves e a Santo António e pedida a sua proteção ao longo da vida. 

O Manelinho, como lhe chamavam, era o enlevo dos pais e da família, uma vez que, já tinham pouca esperança de terem filhos, logo, era uma dádiva de Deus, por isso, viviam uma grande felicidade, até que, um dia o Manelinho adoeceu, e os pais pensaram que seria alguma maleita passageira, talvez efeitos da lua, comentavam eles, mas o tempo passava e não havia melhoras, estava cada dia mais debilitado, não descansava, chorava muito, sempre assustado e pouco comia. 

A Maria Isabel, andava preocupada e pediu ajuda à sua mãe que, depois de ver o menino, disse-lhe que era da lua, devia rezar a oração contra a lua e mais nada! A Maria Isabel ainda lhe disse que desconfiava das feiticeiras, porque ele, o pouco que adormecia, acordava a chorar e assustado, mas a mãe ficou assarapantada e disse-lhe para não pensar em tal coisa, porque, sabia muito bem que eram efeitos da lua e foi-se embora amuada. 

O Manelinho continuava a piorar, estava cada vez mais magrinho, e a oração contra a lua, não lhe fazia nada e, cada vez que a Maria pedia ajuda à mãe ela insistia que era da lua, até que, às escondidas da mãe, pediu auxílio a uma irmã mais velha e ela assim que viu o menino disse-lhe que eram feiticeiras que lhe faziam mal, e para não esperarem nem mais um dia, tinham de ir com ele a uma "soldadora", (bruxa) que elas conheciam, deviam partir de madrugada, sem contar a ninguém, ela morava num Monte perto de Borba, e assim fizeram. 

Saíram de Capelins pelas duas horas da madrugada na sua carroça e, ao nascer do sol já estavam à porta da "soldadora" que, não os fez esperar, porque levantava-se muito cedo e, assim que eles entraram, antes de lhe contarem o que ali os levava, ela disse-lhe que já sabia o que se passava com o menino e confirmou que era uma feiticeira muito poderosa que lhe fazia mal, e como a situação já estava muito adiantada, o menino só se salvava se houvesse uma troca de mortes, a da feiticeira pela do menino, eram eles que tinham de escolher! 

O Joaquim perguntou-lhe quem era a dita feiticeira, e ela respondeu-lhe que não podia dizer, eles iam saber, mas era quem não esperavam, e ele disse-lhe que, fosse quem fosse, não era homem para fazer uma coisa dessas, não era capaz de matar ninguém! E a "soldadora" respondeu-lhe que, nesse caso, ajudava a feiticeira a matar-lhe o filho! 

A Maria Isabel, não se conteve e disse que, para salvar o filho, era capaz de o fazer! 

A sua atitude incentivou o marido a mudar de ideia e pediu à "soldadora" para lhe dizer como teria de fazer, sem ser descoberto e preso! 

A "soldadora" disse-lhe que, era fácil, tinha de seguir os passos que ela lhe indicava e continuou: - Logo à noite fazem um defumador como lhe vou ensinar e rezam uma oração que vão aprender agora e, assim que acabarem, a primeira pessoa a entrar na sua casa é a feiticeira que faz mal ao seu menino, ela vai entrar de rompante e vai perguntar por ele e diz que o quer ver, mas não vão deixá-la chegar perto dele, depois fecham a porta à chave e vão amassá-la da cabeça aos pés com uns talegos cheios de areia fina, vão-lhe dar com os saquinhos de areia até verem que ela está com dificuldade em respirar, depois, abrem a porta e deixam-na sair, garanto-lhe que ela não passa desta noite, ninguém vai desconfiar do que aconteceu e o seu menino fica salvo, como a situação está, tão adiantada, não há outra maneira de o salvar! 

O Joaquim e a Maria ouviram com atenção o que a "soldadora" lhe explicou, aprenderam a oração e com as mesinhas e a cruz de caravaca, que nunca devia deixar o  menino, voltaram a casa, onde chegaram a meio da tarde, prepararam tudo, e já a meio do serão, começaram a fazer o defumador e a rezar a oração, sem esperança de aparecer alguém em sua casa, já estava toda a gente a dormir na Aldeia de Ferreira, porque as pessoas levantavam-se muito cedo, pelas quatro ou cinco da manhã, para irem trabalhar nas herdades, mas continuaram, porque estava em causa a vida do seu filho e quando acabaram, pouco esperaram, entrou de rompante, uma mulher na sua casa, a perguntar como estava o menino e que o queria ver, era a mãe da Maria Isabel, a avó do Manelinho, o Joaquim e a Maria ficaram boquiabertos sem conseguirem dizer uma palavra, até que, ele fechou a porta à chave, olhou nos olhos da Maria e disse-lhe: - É pelo nosso filho, é ela ou ele, temos de o fazer! 

O Joaquim pegou nos talegos da areia e ia começar a bater na sogra, como a "soldadora" lhe tinha explicado, mas a Maria Isabel deu um grito que o assustou e, naquele momento, a mãe da Maria Isabel disse-lhe: - Sentem-se lá aqui, que eu já sei qual é o mal do nosso menino e sei como o vamos salvar! 

O Joaquim desistiu, aproximou-se dela e sentaram-se os três à mesa à luz da candeia de azeite e ela disse-lhe que eram as feiticeiras que faziam mal ao menino e já havia muito tempo, desculpou-se por ter afirmado que era a lua, porque a lua fazia mal às crianças, mas não era assim, e só havia uma maneira de o salvar, era encomendá-lo a Santo António, porque, não estava protegido, deviam ter feito alguma coisa mal quando lá foram com ele, que Santo António não gostou, deviam ter ido primeiro a Nossa Senhora e não foram, por isso, devia estar zangado com eles, por isso, não protegia o menino, então, no dia seguinte começavam uma novena, tinham de levá-lo lá e deixá-lo a seus pés enquanto rezavam umas orações que ela sabia, a pedir perdão, tinha de ser no fim do dia, decerto, ele os perdoava e o menino seria salvo. 

O Joaquim e a Maria, ouviram com atenção e ficaram desconfiados, na incerteza se ela era, ou não a feiticeira que fazia mal ao Manelinho, ou se ela tinha desconfiado do que lhe iam fazer e estava a ganhar tempo, ficaram num grande dilema, se não fizessem o que a "soldadora" lhe tinha dito, ainda se iam arrepender, depois já podia ser tarde! Estavam indecisos, até que ela se despediu, desejou as melhoras do menino e disse-lhe que, no dia seguinte, à tardinha estava ali, para ir com eles a Santo António e foi-se embora, e eles não tiveram coragem de fazer o que estavam preparados para fazer.

Depois dela sair, ficaram a olhar um para o outro e o Joaquim disse-lhe que no dia seguinte logo decidiam o que fazer, se ela vinha ter com eles, ou se dava alguma desculpa, porque toda a gente dizia que as feiticeiras não entravam na Igreja, pelo menos a rezar e ficaram à espera.

No dia seguinte, à hora marcada, lá estava a mãe da Maria e eles ficaram surpreendidos, seguiram para a Igreja de Santo António, ela entrou sem hesitar, meteu a mão na pia da água benta, benzeu-se, rezou com eles e voltaram para casa, deixando-os abismados. 

A novena foi cumprida e, ela acompanhou-os sempre, como no primeiro dia, e no último dia, o menino começou a melhorar, eles não queriam acreditar e, a partir daí, o Manelinho começou a comer e a descansar bem, e passado cerca de um mês, estava curado. 

O Joaquim e a Maria Isabel, não tiveram dúvidas que tinha sido um milagre de Santo António, e fizeram o devido agradecimento, não só pela vida do filho, mas também pela vida da mãe da Maria, que esteve marcada para morrer às suas mãos, e ficaram sempre com a dúvida se ela seria feiticeira, porque, entrou na Igreja de Santo António e rezou com muita fé, por isso, ou ela disfarçou bem, assumindo carregar com a eventual desgraça aplicada pelo mafarrico, ou eles foram enganados pela "soldadora" e, a feiticeira era outra, que se atrasou naquela noite.

Fim 

Texto: Correia Manuel 


Aldeia de Ferreira 




quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Doação do Lugar de Ferreira (na atual Neves) ao cavaleiro da Corte D. Gomes Freire de Andrade, pelo rei D. Duarte no dia 20 de Novembro de 1433.

Doação do Lugar de Ferreira (na atual Neves) ao cavaleiro da Corte D. Gomes Freire de Andrade, pelo rei D. Duarte no dia 20 de Novembro de 1433.

Ao dicto gomez freire outra de doaçam do lugar de ferreira da par de terena etc
Dom Eduarte pella graça de deus etc A vos gonçallo Nogueira nosso almoxarife em estremoz E ao escprivam dese ofiçio E a outros quaees Quer que ao depos vos veerem E esto ouverem de veer a que esta carta for mostrada ssaude ssabede que nos querendo fazer graça e merçee a gomez freire d andrade, Teemos por bem E damos lhe que tenha E aja de nos em teença emquanto for nossa merçee ho logar de ferreira da par de Terena E coutada do dicto logar de terena, E Porem uos mandamos que lhos deixees teër e aver o dicto lugar de ferreira e coutada que dicto he com todas suas Rendas e dereitos e montados e lhe façaees acudjr E Responder com todallas dictas Rendas e dereitos bem e conpridamente e lhe nom ponhaees, nem consentaees sobrello poêr enbarguo nenhuü nem nenhuüa maneira que seja E uos sobredicto escpriuam Registaee esta nossa carta em cada huü anfio em vossos liuros pera se per elles cada uez licença como de nos traz o dicto lugar e Coutada E o dicto gomez freire a tenha pera sua guarda bmde all nom façadës Dante em santarem xx dias de Nouenbro El Rej o mandou afomso esteuez a fez Era do Naçimento de nosso Senhor Jesu christo de mill e iiij" xxxiij annos.
D. Gome Freire de Andrade foi pagem do rei D. João I e lutou a seu lado na batalha de Aljubarrota, por isso foi compensado, tornando-se o 1º Senhor da Bobadela - Oliveira do Hospital e de muitas outras terras, entre elas este Lugar de Ferreira, assim como, a Defesa de Terena, ou seja as 12 herdades até ao rio Guadiana, ficaram de fora os Baldios e o Roncão do Conde (Roncanito), tudo isso formava a Vila Defesa de Ferreira.
Era aqui o Lugar de Ferreira, assim como a Igreja Matriz de Santa Maria de Ferreira. 



terça-feira, 26 de dezembro de 2023

doaçam de ferreira e de terena a gomez garcia de Foyos - 1422 - D. João I

 Doação de ferreira e de terena a gomez garcia de Foyos - 1422 - D. João I

Como há muito escrevemos, a Villa de Terena e a Vila de Ferreira (espaço geográfico da, atual Freguesia de Capelins) desde 1262 foram sempre dos mesmos donatários, ou seja, estavam sempre juntas nas respetivas doações régias.
O donatário de ambas, Gomez Garcia Foyos, foi o último contemplado com as duas Vilas, 14 de Março de 1422, conforme podemos confirmar no documento seguinte, do rei D. João I que entregou estas e outras Vilas ao espanhol Gomez Garcia Foyos, pelos serviços prestados ao rei nas batalhas travadas com Castela durante a crise de 1383/85, assim como, ao cerco de Lisboa. Porém em 1433, o rei D. Duarte doou a Vila de Ferreira a D. Gomes Freire (de Andrade) e, em 1436 doou a Vila de Terena a D. Nuno Martins da Silveira.
Chancelaria de D. João I - Vol. I folha 18 v.
doaçam de ferreira e de terena a gomez garcia de Foyos
Dom Joham pella graça de deus Rey filho do muj nobre rey dom pedro meestre da cauallaria da ordem d aujs Regedor e defensor dos regnos de portugal e do algarue a quantos esta carta virem fazemos saber que nos querendo fazer graça e mercee a gomez garcia de foios nosso vassallo por mujtos e boons serujços que nos fez e faz e del entendemos receber adiante serujndo nos em esta guerra que auemos com castella bem e lealmente como boo [sic] e leal vasallo Teemos por bem e damos lhe em doaçam conprida e Juro d erdade pera todo sempre a el e a todos seus socesores que depos elle vierem as nossas villas de ferreira e de terena todas diujsadas com seus termos e Julgados e pella guisa que os dictos lugares tijnha e avja ante del fernam gomez de monte mollim castellaão Porem mandamos que elle e os dictos seus socesores aiam todas as rendas e portageens e alcauallas e fosadeiras e reguengos e rellegos e alcaidarias foros e quaãesquer outros djreitos que perteencem aos almoxarifados dos dictos lugares e termos e Julgados assy como melhor e mais compridamente os nos e os reis que ante nos forom aujamos e de djreito deujamos d auer e pella guisa que os auja o dicto femam gomez Porem mandamos aos nossos almoxarifes scpriuaães Jujzes e Justiças e concelhos e moradores pobradores dos dictos lugares e termos e Julgados e de cada huù delles e a quaeesquer outros que esto ouuerem de ueer que acudam e façam acudir des a dante desta nossa carta em diante com todas as dietas rendas e portageens alcauallas e fosadeiras reguengos Relegos alcaidarias foros e com todos os outros quaaesquer djreitos que aos dictos almoxarifados perteencerem pella guisa que dicto he aos dictos gomez garcia e a seus sucesores e nom a outro nemhuù � E II mandamos e defendemos aos dictos almoxarifes scpriuaães Jujzes e Justiças moradores e pobradores dos dictos logos e Julgados e termos e aos outros que esta aiam de ueer que sobre esta nom ponham embargo nezehuü aos dictos gomez garcia nem aos dictos seus sucesores nem consentam a outro nezehuü que o ponha porque nossa mercee he de elles auerem os dictos lugares e todollos outros djreitos e rendas pella guisa que dicto he E em testimunho desta lhe mandamos dar esta nossa carta asignada per nossa maão asellada do nosso seello pendente dada na cidade de lixboa xiiij dias de março o meestre o mandou .vaasco. afomso a fez era de mjl iiíj' xxij annos. 

Lugar de Ferreira 


segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Resenha histórica da Villa de Terena - 1436

 Resenha histórica da Villa de Terena - 1436

A Villa de Terena quando foi retirada à Família Riba de Vizela, donatários da mesma entre 1259 e 31-12-1312, no dia 16 de Outubro de 1314 foi doada pelo rei D. Dinis ao seu filho o Infante D. Afonso, depois o rei D. Afonso IV que nesse mesmo dia a doou à sua esposa a Infanta Dª Beatriz de Castela, que por sua vez a integrou na Casa das Rainhas, onde permaneceu até à sua morte em 25 de Outubro de 1359. Depois desta data, a Villa de Terena andou por vários donatários, entre as quais a Infanta Dª Beatriz de Castro, filha de D. Pedro I e de Dª Inês de Castro, mas também na posse de Dª Beatriz de Portugal filha do rei D. Fernando, até à crise de 1383/85.
Quando D. João I foi aclamado rei de Portugal, entregou esta Villa e outras ao espanhol Garcia Fóis, por ter lutado a seu lado, nas batalhas com Castela, mas em 1436, conforme podemos confirmar pela carta a seguir publicada do rei D. Duarte, no dia 08 de Maio de 1436 a Villa de Terena foi doada ao cavaleiro D. Nuno Martins da Silveira:
"doaçam de terena a nuno martjnz da silueira caualeyro
Dom Eduarte etc A quantos esta carta virem fazemos saber a uos nosos veedores da fazenda contadores corregedores Jujzes e Justiças e a quaãesquer outras pesoas que esta ouuerem de ueer e perteencer a que esta carta for mostrada saude sabede que nos consirando a criaçom que de mujto prolongado tempo auemos fecta em nuno martjnz da silueira caualeyro do nosso conselho e scpriuam da nossa purídade E mujto serujço que del sempre conthinuadamente Recebemos des o tempo da nossa primeira mocidade ataa ora E ao diante entendemos de Receber E por querermos husar e seguir as obras notaueës que os reís de que nos descendemos cujas almas o senhor deus na sua sancta gloria tenha fizeram em semelhante caso E principalmente do muy virtuoso Rey meu senhor e padre cuja e) ali/rna deus aia que nas pesoas semelhantes chegadas a el sempre os mujto acrecentou e lhes fez mujtas mercees E Porem sentindo como a nasa villa de terena esta em tal lugar e de nouo se começa de pobrar de pesoas de termos e de lugares de desuayradas maneiras E essa meesmo a dicta villa e a cerca della nom seer ajnda acabada E bem assy algüas outras obras que necesarias lhe som E por os do lugar seerem mjlhor gouernados e regidos e por teerem quem por elles requeira seus djreitos e praees, acordamos por nosso serujço e bem da dicta villa de a encomendarmos a algüa tal pesoa que as dictas cousas encamjnhase e mandase bem fazer E por a prolongada criaçom e afeiçom que acerca de nos sempre ouue o dicto nuno martjnz conhecemos del que he tal pesoa que nos serujra em ella bem e mandara fazer as cousas sobredictas como a nosso serujço comprem E pello muy boom deseio e razoões que teemos de o acrecentarmos e lhe fazer toda mercee que bem pudermos de nosso proprio moto e poder absoluto sem nos por el nem por outrem em seu nome seer esta requerido nem pedido nem demandado lhe damos e outorgamos e fazemos mercee e pura doaçam em sua vida da dicta villa de terena E de todallas rendas e djreitos reaães que na dieta villa e seu termo teemos e auemos e de djreito podemos e deuemos d auer assy dos reguengos e dizimas e portageens e açougagees [sic] e carcerageens e pensam de tabaliam ou tabaliaães E do forno ou fornos E assy quaãesquer outros djreitos que hi aiamos ou deuamos d auer per qualquer guisa que seia posto que aquj nomeados nom seiam assy reaães como pesoaães salua as sisas que pera nos se ham de recadar E queremos e lhe outorgamos a alcaidaria da dicta villa e que elle tenha o carcer e a cadea della em a qual mando guardar e teer os presos e malfectores pera se delles fazer comprimento de djreito e Justiça E aia e posa auer os djreitos que aa dicta alcaidaria perteencem com os outros djreitos afora as rendas das dictas sisas segundo susa he scprito E essa meesmo outorgamos e mandamos aos Jujzes e officiães e procuradores da dicta ujlla que a todo tempo que elles antre ssy hordenarem de fazerem Jujzes e officiaães ou algüas hordenações e regimentos que pertençam ao / proueito e bem comunal da dicta ujlla e qzzaeêsquer outras cousas semelhantes que estando o dicto nuno mar�nz na ujlla ou acerca della ataa Jornada de huü dia que per seu conselho e autoridade façam quaãesquer das sobredictas cousas por entendermos que se fara mjlhor e mais com nosso serujço e bem da terra E bem assy das rendas dessa ujlla com seu acordo façam e hordenem quaãesquer despesas que de fazer ouuerem estando el no lugar ou acerca como dicto he, a qual doaçam e mercee lhe fazemos e outorgamos que o dicto nuno martjnz aia em sua vida nom embargando quaaesquer djreitos constitujções liberdades priujlegios foros husos custurnes, auudos outorgados firmados em contrairo os quaães casos e cada huü delles auemos aquj por nomeados e declarados e anulados de nasa certa sciencia que ao dicto nuno martjnz nom possam fazer nem contradizer per Jujzo nemhuü a el nem poder gouujr desta mercee e doaçam que lhe assy per nos he fecta e outorgada E Porem mandamos aos sobredictos officiães Jujzes e Justiças e a cada huü delles que nom uaão nem consentam hir contra esta doaçam em parte nem em todo ante lha façam bem comprir e guardar E acudir a ella e a seus certos procuradores com tadollos djreitos e rendas sobredictas segundo dicto he sem outro nemhuü embargo que huüs e os outros a ella ponhaães vrnde al nom façades dante em a nossa villa d estremoz viij dias de mayo lapa afomso a fez era de mil iiij" xxxvj annos... 



História da Vila de Ferreira - 1482

 História da Vila de Ferreira - 1482 

Através de documentos como este do rei D. João II, vamos fazendo o puzle da história das terras de Capelins, que se designava Vila de Ferreira, da qual fazia parte a Coutada de Terena (Couto senhorial).
Desde muito cedo que o Porto da Cerva, depois Porto D' El-Rei e mais tarde da Cinza era a passagem de pessoas, mercadorias e animais para, e de Castela, sabemos que aqui passavam muito gado quando havia feiras na região, incluindo na altura da Feira de S. João em Évora, assim, no dia 05 de Fevereiro de 1482, o rei D. João II, nomeou Vasco Ribeiro, escrivão dos gados que passavam entre Castela e Ferreira, sendo ao mesmo tempo nomeado Escrivão dos Orfãos da Vila de Terena e em Julho desse mesmo ano foi nomeado Escrivão da Câmara de Terena.

VASCO RIBEIRO

Documento simples Documento simplesNÍVEL DE DESCRIÇÃO
PT/TT/CHR/J/0006/217 CÓDIGO DE REFERÊNCIA
Formal TIPO DE TÍTULO
1482-02-05 A data é certa a 1482-02-05 A data é certa DATAS DE PRODUÇÃO
Escrivão gados de Castela por Ferreira ÂMBITO E CONTEÚDO
Chancelaria de D. João II, liv. 6, fol. 17 COTA ATUAL 

Carta de nomeação de escrivão dos gados de castela por Ferreira em 1482 



sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Registos Paroquiais de Santo António de Capelins em 1638

Registos Paroquiais de Santo António de Capelins em 1638

Vejamos os dois primeiros Registos de batismos do lado esquerdo da folha que publicamos, são ambos assinados pelo Padre Luís de Campos, mas reconhecemos que não foi ele que os escreveu, porque esta letra é do padre Gonçalo Rodrigues, cuja letra é, totalmente legível. assim sabemos que no ano de 1638 o padre Gonçalo ainda aparecia por Santo António, talvez a ajudar o padre Luis de Campos, devia estar doente, uma vez que faleceu pouco depois, no ano seguinte 1639, em Santo António, mas está sepultado na Igreja de São Pedro de Terena.
O primeiro Registo é do batismo do João, filho de Manuel Gomes Pombo e de Maria Roque. Este Pombo era lavrador nestas terras de Capelins e dono de escravos, por isso, decerto é a ele que se deve o nome do outeiro do Pombo, onde era o Casrelo da Vila de Ferreira.
A Maria Roque, mulher do Manuel Gomes Pombo, foi madrinha de batismo da criança que nasceu logo a seguir ao seu filho, uma menina chamada Brites, o mesmo que Beatriz, filha de Alvares Fernandes e de Maria Fernandes, o Registo do nascimento da Brites/Beatriz foi, igualmente escrito pelo padre Gonçalo Rodrigues.
Quem gostar de conhecer, pode ler tudo nestes Registos, já a escrita do padre Luís de Campos deixa muito a desejar, escrevia muito bem em Monsaraz, mas chegou aqui e mudou, só escrevia bem quando calhava, mas deixou-nos muitas pistas sobre a história de Capelins. 

Registos Paroquias de Santo António de Capelins 1638 


Monte do Seixo em Capelins 1637

 Monte do Seixo em Capelins 1637

Como temos escrito, por várias vezes, os Montes das herdades da Vila de Ferreira, já existiam na década de 1630 e decerto muito antes, parece-nos que desde a década de 1430, quando a Vila foi doada a D. Gomes Freire de Andrade, continuando na posse desta Família até Junho de 1674, no entanto é naquela data que encontramos os Montes mencionados nos Registos paroquiais de Santo António, como neste caso, o "Monte do Sexo" em 1637, no seguinte Registo de óbito escrito pelo padre Luís de Campos.
"Aos dois de Novembro da era acima, (1637, está no primeiro Registo, faleceu da vida presente Maria Dias, viúva do Monte do Seixo, "fez testamento", com todos os Sacramentos,
Luís de Campos
Pode ler-se no penúltimo Registo do lado esquerdo. 

Registos Paroquiais de Santo António 1637  



Registos Paroquiais de Santo António 1635

 Registos Paroquiais de Santo António 1635

Batismo das gémeas Maria e Catarina no dia 7 de Janeiro de 1635 na Igreja de Santo António.
Temos escrito que o primeiro padre a fazer os Registos de Batismos, Casamentos e óbitos na Igreja de Santo António com início em 1633 foi o padre Luís de Campos, que veio de Monsaraz, e pensamos estar correto, mas este não foi o primeiro padre a chegar a esta Igreja, porque nos finais da centúria de 1500 encontramos nos Registos Paroquiais de São Pedro de Terena a indicação que o padre da Freguesia de Santo António era o padre Gonçalo Rodrigues e verificamos que, após a chegada do padre Luís de Campos, ainda foi o padre Gonçalo Rodrigues a batizar as gémeas Maria e Catarina no dia 07 de Janeiro de 1635 na Igreja de Santo António, conforme podemos confirmar no último Registo do lado direito.
Pode ler-se, perfeitamente esta escrita de 1635 feita na Igreja de Santo António em Capelins 

Registo de batismo feito pelo padre Gonçalo Rodrigues


O Monte do Foro em Capelins -1636

  O Monte do Foro em Capelins 1636

Quando aqui publicamos segredos, assim como resenhas da história de Capelins é com base em documentos oficiais, neste caso, são Registos Paroquiais, escritos na Igreja de Santo António de Capelins pelos respetivos Párocos, a partir do ano de 1633, mas temos Registos de gentes de Capelins na Paróquia de São Pedro de Terena a partir de 1572. Sabemos que, a Vila de Ferreira (atual Freguesia) foi da Família Freire de Andrade entre 1433 e 1674, logo muitos destes Registos Paroquiais são de antes da mesma ter sido retirada à dita Família, naquela data 1674, por isso, sabemos que a Vila estava dividida em 12 herdades com um Monte cada e estavam arrendadas a lavradores, e foi assim até 1698, depois deu-se uma reforma agrária.
Nesta folha de Registos de óbito que publicamos, podemos confirmar que em 1636 lá estava o Monte do Foro, entre a Igreja de Santo António e a Aldeia de Ferreira, onde no dia 31 de Outubro de 1636 faleceu Maria Nunes e fez testamento, logo era pessoa com bens, nesse tempo, ainda a herdade da Defesa de Ferreira não era da Casa do Infantado e já existiam Montes dentro dela e aforamentos em enfiteuse, sem ser o Monte da herdade, o Monte Grande, como nos outros casos! No mesmo Monte do Foro, três dias depois, em 3 de Novembro de 1636 faleceu Inês Fernandes, sem Sacramentos e não fez testamento. Há outros óbitos nesta data ou próximo da mesma, e no mesmo Monte do Foro, tal como noutros das herdades da Vila de Ferreira.
No topo da folha do lado esquerdo podemos observar o seguinte Registo de óbito escrito pelo padre Luís de Campos que veio de Monsaraz e escreveu:
"Aos 3 de Abril da era de 1636 anos, enterrei no adro um velho que morreu nas Fontanas, o qual se diz ser de Monte de Trigo."
Luís de Campos
(Este pobre sem nome, era indigente, não entrou na Igreja, foi sepultado à porta)
Na folha do lado direito podemos ler:
"Aos trinta e um de Outubro da era de mil seiscentos e trinta e seis anos, faleceu da vida presente Maria Nunes do Monte do Fouro, com todos os Sacramentos e fez testamento.
Luís de Campos
No mesmo Monte do Foro três dias depois, deu-se mais um falecimento:
"Aos três dias do mês de Novembro da era acima, faleceu da vida presente Inês Fernandes do Monte do Fouro, sem Sacramentos , não fez testamento.
Luís de Campos"
Pelo número de falecimentos no dito Monte do Foro, podemos deduzir que tinha muitos moradores!

Registos Paroquiais de Santo António de Capelins 



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Memórias do Chiquinho de Capelins, quando o Menino de Jesus lhe deu um gatinho de corda

Memórias do Chiquinho de Capelins, quando o Menino de Jesus lhe deu um gatinho de corda

Quando o Chiquinho de Capelins era pequeno, ainda não existia o Pai Natal, por isso, é mais velho do que ele, só cá chegou muitos anos mais tarde, tirando o lugar ao Menino Jesus, ao qual, eram dedicadas todas as festas da época natalícia, era ele que, na noite de 24 de Dezembro descia pelas chaminés das casas da Aldeia e deixava, alguma coisita nos sapatinhos de quem os tinha ou, numa meia, mas, geralmente, não era mais do que uns bombons e uns rebuçados de frutas, ainda não apareciam em Capelins, os ratinhos, coelhinhos, sinos, pequenos pais natal e sombrinhas em chocolate.

O Chiquinho de Capelins, por vezes, sem esperar, era presenteado com alguns bombons pelas primas, tias e vizinhas em Capelins de Baixo, no dia de Natal entregavam-lhe alguns bombons e diziam-lhe: - Toma lá Chiquinho, olha,  isto deixou o Menino de Jesus para ti, ali na minha chaminé, porque tu portaste-te bem durante o ano, fizeste poucas birras!  

O Chiquinho apanhava os bombons com as duas mãos e perguntava-lhe, porque motivo o Menino Jesus tinha deixado as coisas dele, lá nas chaminés delas, e elas diziam-lhe que ele andava com muita pressa e para acabar as entregas até ao nascer do sol, tinha-lhe pedido para elas entregarem os bombons ao Chiquinho, e ele ficava convencido que era verdade. 

O Menino Jesus, era mais generoso uns anos do que outros e, houve um ano que lhe deixou um gatinho de corda, que corria e dava cambalhotas, tinha quatro rodinhas para deslizar e tinha uma espécie de asa que ia dando a volta e quando chegava à parte de baixo o contacto com o chão obrigava-o a dar uma cambalhota ficando em pé, e continuava fazendo isso até acabar a corda. 

O Chiquinho adorou o presente, não havia nada igual na Aldeia de Ferreira e, até os adultos ficavam admirados com as habilidades do gatinho, mas quando lhe deram corda e o meteram no chão junto dos pés dele, o gatinho partiu para um lado dando cambalhotas e o Chiquinho partiu para o outro apavorado, foi um terror para ele, e embora lhe mostrassem que o gatinho era de lata, não fazia mal e como funcionava, fez uma birra que não queria entrar em casa e não o fizeram chegar perto do brinquedo, não o queria próximo dele, chorava e pulava aterrorizado, tiveram de esconder o gatinho debaixo de uma tigela, na prateleira mais alta na casa dos avós, e mesmo assim, não o faziam entrar em casa, e depois de saber o sítio onde o gatinho estava guardado dava uma curva para não passar próximo dele, e o gatinho teve de ficar escondido com o rabo de fora durante muito tempo, e não brincava com ele, por isso, durou alguns anos. 

O Chiquinho de Capelins, nunca mais recebeu uma prenda do Menino Jesus que o marcasse para a vida, como foi o gatinho de corda que corria e dava cambalhotas.

Fim 

Texto: Correia Manuel 


 



segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Memórias do Chiquinho de Capelins, quando foi ator de teatro

Memórias do Chiquinho de Capelins, quando foi ator de teatro 

O Chiquinho de Capelins quando entrou para a escola primária era de pequena estatura e depressa ganhou a alcunha do "pequeno", passado pouco tempo a empregada da professora, a "Neca", achou que lhe ficava melhor o "pintarroxo", o nome de um passarinho que ela gostava muito, mas a rapaziada da escola não percebiam o que era isso, e passaram a chamar-lhe "pinto roxo", assim, já todos percebiam que era um pinto de cor rôxa.  

Perto do Natal do ano seguinte, já andava na segunda classe, um dia a professora anunciou que nesse ano a festa era diferente do ano anterior, além da construção do lindo presépio com musgos apanhados no campo, com simulação de montanhas, caminhos, lagos e rios, com a choupana e o menino Jesus deitado nas palhinhas e as figuras da família, Nossa Senhora e São José, dos reis magos e dos animais, a vaca, o burro, ovelhas, cordeiros e outros, que cada um levava de casa e que a professora aceitava, ou não, nesse ano iam representar uma peça de teatro, para a qual, brevemente seriam anunciados os atores e atrizes e o respetivo papel, deixando a rapaziada muito entusiasmada.

A partir daquele dia, já não se falou de outra coisa na escola da Aldeia de Ferreira, até que chegou o dia tão esperado e, a professora anunciou o nome da peça, condizente com a época natalícia e, parece que se designava, "Jesus e o Barrabás" e foi dizendo os nomes dos alunos e alunas e atribuindo o seu papel na dita peça e quando chegou à vez do Chiquinho disse-lhe que ele seria o "Barrabás" deixando-o de cabelos em pé, porque já tinha ouvido alguns contos ao avô Xico Alavanéu sobre esse "Barrabás" que era detestável, ladrão, assassino e tinha sido trocado por Jesus na absolvição,  disse logo à professora que não queria fazer esse personagem e ficou fora de si, porque a rapaziada começaram a rir e a chamar-lhe "Barrabás", estava certo que, a partir daquele dia deixava de ser o "pequeno" e, o pinto roxo, e passava a ser o Barrabás, não podia aceitar isso! 

A decisão da professora deu um grande desgosto ao Chiquinho, que começou a chorar e a fazer uma birra, continuando a dizer que não fazia o Barrabás, mas a professora fixou-o nos olhos e disse-lhe que fazia, decerto que fazia e pouco depois, começaram os ensaios. 

O Chiquinho ainda levou algumas chapadas na cara à conta de ser ator e contrariado foi obrigado a ensaiar a peça, e no ato do julgamento de Jesus feito pelo governador Poncio Pilatos, a seguir a uma deixa dos outros atores, ele entrava na sala encostado a um pau com os cabelos desgrenhados, cabeça ao lado, barafustando e, em cima do estrado de madeira que ficava por baixo do quadro dava três pancadas com o pau e dizia: - Eu cá sou o Barrabás! E continuava com uma lenga lenga, mas tinha de falar sempre com a língua de fora, o que era impossível, ou uma coisa ou outra, não conseguia falar com a língua de fora, mas a professora não compreendia e o Chiquinho chorava irritado, misturando lágrimas e ranho, mas não foi dispensado desse papel.

No dia da representação, não houve melhoras, não ligou à deixa e tiveram de o chamar para entrar na sala, ainda pensou em fugir, mas teve medo das consequências e entrou a chorar de raiva, e involuntáriamente apresentou uma boa imagem do Barrabás, mas ninguém percebeu nada do que ele disse. 

A experiência do Chiquinho como ator de teatro, deixou-o muito traumatizado e nunca mais aceitou nenhum papel nas peças de teatro, quando surgiram convites no trabalho para representação nas Festas do Natal, porque o trauma ficou para a vida. 

Quanto à alcunha de "Barrabás", menos mal, acabou por ficar esquecida, porque, seriam já três alcunhas, demais para um rapaz só. 

Fim 

Texto: Correia Manuel 


Escola Primária da Aldeia de Ferreira



domingo, 17 de dezembro de 2023

A desertificação da Freguesia de Capelins

 A desertificação da Freguesia de Capelins

Conforme dados demográficos do Instituto Nacional de Estatística (INE) a Freguesia de Capelins desde 1960 não deixou de perder residentes, podemos verificar como tem sido esta perda em termos de números e percentagem, de alguns anos face aos residentes em 2021 (Censos), assim:
Anos: Residentes
1864 1320
1970 1.224
2001 673
2021 398
No ano de 1970, face ao ano de 1864, a população da Freguesia de Capelins diminuiu 96 indivíduos, que em termos percentuais corresponde a menos 7,84 %.
No ano de 2001 face ao ano de 1864, a população da Freguesia de Capelins diminuiu 647 indivíduos, que em termos percentuais corresponde a menos 49,02 %.
No ano de 2021 face ao ano de 1864, a população da Freguesia de Capelins diminuiu 922 indivíduos que em termos percentuais corresponde a menos 69,85 %.
No ano de 2001 face ao ano de 1970, a população da Freguesia de Capelins diminuiu 551 indivíduos que em termos percentuais corresponde a menos 54,98 %.
No ano de 2021 face ao ano de 1970, a população da Freguesia de Capelins diminuiu 826 indivíduos que em termos percentuais corresponde a menos 32,56 %.
No ano de 2021 face ao ano de 2001 a população da Freguesia de Capelins diminuiu 275 indivíduos que em termos percentuais corresponde a menos 59,14 %.
Comparamos, agora a população residente em 2021 com 2001 por grupos etários:
Anos/Idade 0-14 15-24 25-64 >65
2001 68 55 292 258
2021 28 31 183 156
Estes números estão em linha com o que se verifica em quase todas as localidades da Raia, e todos sabem quais são as principais causas, por isso, deviam ser tomadas medidas para remediar o grave problema da desertificação do interior deste país.

Freguesia de Capelins
Aldeia de: Faleiros - Ferreira - Montejuntos




































Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...