sábado, 5 de setembro de 2020

A vizinha Anta de Santa Luzia - Rosário - Alandroal

A vizinha Anta de Santa Luzia - Rosário - Alandroal
A herdade de Santa Luzia situa-se na antiga Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, hoje Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Concelho de Alandroal! Esta herdade tem os seus limites nas Águas Frias, segue junto à margem esquerda da Ribeira de Lucefécit, até à herdade do Aguilhão, estando separada da Freguesia de Capelins pela dita Ribeira, por isso, houve sempre fortes ligações a esta Freguesia!
A herdade de Santa Luzia, ainda hoje encerra segredos, acolheu civilizações desde tempos muito recuados, conforme podemos confirmar através da "Anta" que, embora muito danificada, chegou até aos nossos dias, talvez tenham existido outras que desapareceram!
Uma das curiosidades sobre esta herdade é que, os seus verdadeiros proprietários, talvez, desde a Idade Média até à implantação do Liberalismo, nunca a conheceram, nem deviam imaginar onde se situava visto, serem os Frades de um Convento de Lisboa, sendo a mesma arrendada através de um seu representante e administrador dos seus bens!
Esta herdade, esteve alguns anos arrendada a um lavrador da Vila de Alandroal, conhecido pelo senhor "Bufo" e, como foi proprietário do Moinho do Escrivão, o mesmo começou a ser designando por Moinho do Bufo, na Ribeira de Lucefécit, agora submerso nas águas do Grande Lago de Alqueva.

Anta de Santa Luzia - Rosário - Alandroal


Resenha histórica da Vila de Terena - O Castelo da Vila de Terena

O Castelo da Villa de Terena, guardião das terras de Capelins
O “Castelo de Terena” localiza-se na Freguesia de Terena (São Pedro), concelho de Alandroal, distrito de Évora, em Portugal.
Em posição dominante no alto de um monte, integrou a linha de defesa do rio Guadiana, juntamente com os Castelos de Juromenha, Alandroal, Monsaraz e Mourão.


História

Antecedentes
Embora a primitiva ocupação humana da região remonte à pré-história, não há informações acerca do primitivo povoamento de Terena.

O Castelo Medieval
A informação documental mais antiga sobre o castelo data do reinado de Afonso III de Portugal (1248-1279), quando o cavaleiro-régio Gil Martins e sua esposa, D. Maria João, lhe passaram foral (1262).
Embora se desconheça a data precisa da edificação do castelo, existem duas hipóteses para a sua origem:
- uma defende que remonta à Baixa Idade Média, concretamente ao século XIII, altura em que o Alto Guadiana era território de fronteira, e dado o interesse manifestado por Dinis I de Portugal (1279-1325) na consolidação desta linha lindeira, em natural articulação com os castelos de Elvas, Juromenha e Alandroal.
- outra situa a sua edificação apenas no século XV, por iniciativa de João I de Portugal (1385-1433), tendo como fundamento a doação da vila à Ordem de São Bento de Avis.
Entretanto, embora este segundo momento possa ter representado uma renovação de uma estrutura anterior, não é suficiente para que se atribua ao século XV a totalidade do monumento. De fato, sob o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1387) encontram-se referidos o castelo e a sua Barbacã (1380), o que denota que os trabalhos de fortificação encontravam-se então em progresso.
João I de Portugal (1385-1433) fez a doação dos domínios da vila à Ordem de Avis, o que alguns autores, portanto, compreendem como um indicativo de obras de recuperação e modernização da sua defesa.
D. João II de Portugal (1481-1495) nomeou como Alcaide-mor da vila a Nuno Martins da Silveira (1482), nome associado a obras de reconstrução no castelo. Essa ampla campanha de obras prosseguiu nas primeiras décadas do século XVI, sob o reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521). Dela temos representação iconográfica, por Duarte de Armas no “Livro das Fortalezas” (c. 1509), onde observamos que a entrada se fazia através da torre de menagem, por porta rasgada no seu embasamento e ladeada por dois cubelos adossados à torre. O soberano outorgou o “Foral Novo” à vila (1512) e, por volta de 1514 teve lugar a remodelação da torre de menagem, por Francisco de Arruda, alterando-se o sistema de acesso pela construção de uma barbacã, pela qual se fazia a entrada - obrigando a um percurso em cotovelo e ao desalinhamento da entrada do arruamento direto que atravessava a vila.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias
No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), a posição defensiva do castelo foi preterida em detrimento da fortificação da Praça-forte de Elvas, que concentrou os esforços dos arquitetos militares a serviço de Portugal. Por essa razão não conheceu grandes obras de modernização no período, mas tão somente de reforço, como o demonstra a construção da “Porta das Sortidas”, voltada para a Espanha, defendida por dois cubelos. O engenheiro militar francês Nicolau de Langres elaborou projeto para o reforço das defesas da vila (Nicolau de Langres. “Desenhos e plantas de todas as praças do Reino de Portugal pelo tenente-general Nicolau de Langres, francês que serviu na Guerra da Aclamação”, s.d. [c. 1661], f. 17), que não chegou a ser executado. Terena e o seu castelo foram ocupados e saqueados em 1652 por tropas sob o comando de Francisco de Tuttavila y del Tufo, duque de San Germán, Governador das Armas da Estremadura Espanhola.

No século XVIII, a vila e o seu castelo sofreram extensos danos causados pelo terramoto de 1755.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 35.443, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 1, de janeiro de 1946.

A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) a partir de 1937 encetou campanhas de obras de consolidação e restauro, que incluíram a reconstrução de um pano de muralha e a reinvenção de ameias. Uma nova campanha foi empreendida na década de 1980 destacando-se trabalhos na torre de menagem, entre os quais se destacam a reconstrução de abóbadas. Alguns críticos observam que nestas campanhas foram adulterados elementos arquitetónicos originais, vindo assim a descaracterizar o monumento.
O imóvel foi afeto à Junta de Freguesia de Terena por auto de cessão datado de 13 de janeiro de 1979, passando a estar afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da República, 1.ª série A, n.º 126, de 1 de junho.
A partir do ano 2000 as dependências do castelo foram utilizadas como cenário para o encontro anual da Inter-Medieval, uma associação internacional de sociedades de recriação histórica medieval fundada naquele ano por iniciativa Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal. Um dos pontos altos desses encontros é a recriação de um torneio medieval.
O imóvel encontra-se afeto à DRCAlentejo, pela Portaria n.º 829/2009, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 163 de 24 de agosto.

Características
Exemplar de arquitetura militar, manuelina, com intervenções seiscentistas, de enquadramento rural, implantado num esporão pronunciado, sobranceiro à vila, que domina num dos extremos a ribeira e albufeira do Lucefece e toda a paisagem envolvente.

O castelo apresenta planta pentagonal irregular, com as muralhas flanqueadas por quatro torres semicirculares e três em vértices. A torre de menagem apresenta planta quadrangular, dividida internamente em dois pisos, com amplos compartimentos abobadados iluminados por seteiras cruciformes. A Barbacã, a proteger a "Porta da Vila", apresenta planta retangular, com porta em arco de volta perfeita, ameiada e com adarve. Em lado oposto ao portão principal, a leste, rasga-se na muralha a "Porta do Campo", também denominada como "Porta do Sol". Entaipada durante a campanha de obras promovida no final do século XVII, apresenta ainda a primitiva estrutura dionisiana, em arco apontado ao estilo gótico, ladeada por dois torreões de planta circular.
Considerações finais:
Existem provas que, no ano de 1380 o rei D. Fernando fez uma doação de 4.000 libras, para obras no Castelo da Villa de Terena, principalmente para a construção da Barbacã, (A barbacã, em arquitectura militar, é um muro anteposto às muralhas, de menor altura do que estas, com a função de proteger as muralhas dos impactos da artilharia), logo as muralhas já existiam, não podia ser D. João I a ordenar a construção do mesmo, mas acreditamos que foi o rei D. Dinis, embora a sua construção fosse muito lenta devido à escassez de apoios financeiros! Talvez as obras possam ter ido até ao reinado de D. João I, que se verificou logo a seguir, 1385-1433.
De Fortalezas.org, com considerações finais dos Amigos de Capelins

Planta do Castelo da Villa de Terena


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