quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - O Pato Real ou Pato Bravo

 A Fauna de Capelins - O Pato Real ou Pato Bravo

Como sabemos, os romanos há cerca de 2.000 anos designaram o Rio Guadiana por "Anas" (dos patos) tal era o números de patos que aqui existiam! O pato real ou pato bravo é uma ave muito abundante nas terras de Capelins, embora, atualmente devido a vários fatores, não só da caça, o seu número seja mais reduzido, mas ainda se encontram pequenos bandos em regolfos do Grande Lago de Alqueva!
Pato-real
Anas platyrhynchos
A plumagem dos patos machos e das fêmeas são diferentes, os machos apresentam a cabeça verde garrafa e anel branco no pescoço sendo semelhante com algumas “formas” domésticas, tornando a espécie mais facilmente identificável entre todas as espécies de patos.
O dorso e o ventre são acinzentados e o peito é castanho escuro. O espelho alar é azul rodeado por finas linhas pretas e brancas e o bico é amarelo. As fêmeas têm um padrão de plumagem, em tons de castanho, sendo semelhante a outras espécies de patos de superfície. As suas patas são cor-de-laranja e o bico manchado de preto.
Este é o pato mais comum de Portugal, frequentando quase todo o tipo de habitats aquáticos: estuários, lagoas costeiras, pauis, açudes, barragens, rios e ribeiros, arrozais, terrenos inundados, lagos ornamentais, aquaculturas extensivas e valas de drenagem. A sua época de reprodução está compreendida entre Março e Julho, sendo a postura, normalmente composta por 9 a 13 ovos. A incubação dura 27 ou 28 dias. Nas áreas de invernada, o número destes patos começa a aumentar em Setembro, atingindo os seus máximos em Outubro, Novembro e Dezembro. Estes indivíduos começam a dispersar a partir de Janeiro/Fevereiro.
A sua alimentação é bastante variável e oportunista, compostas essencialmente por sementes, lagostim-vermelho, anfíbios e pequenos peixes.
(Adaptado de aves de Portugal e de biodeversidade)
Pato Real ou Pato Bravo 



Segredos de Capelins - Os escravos de Capelins

 Segredos de Capelins - 1685

Os escravos de Capelins
Através das nossas pesquisas tinhamos conhecimento da existência de escravos nas terras de Capelins, mas não se conhecia nenhum documento oficial que o provasse, porém, agora temos o Registo Paroquial do batismo do filho de uma escrava efetuado na Igreja de Santo António no dia onze de Março de 1685, realizado pelo Padre Manuel Nunes que escreveu o seguinte:
"Aos onze dias do mês de Março da era de mil seis centos e oitenta e cinco annos baptizei e pus os Santos Oleos a Luís filho de uma escrava de Manoel Gomes Pombo por nome ? foram padrinhos José D' Almeida e ? e por verdade fiz este termo q' asinei dia mez e era ut supra.
Padre Manoel Nunes"
Segue o respetivo registo do escravinho Luís, cujo nome da mãe não é divulgado pelo Padre Manoel Nunes, nem o nome do segundo padrinho ou madrinha! Agora, não temos dúvidas que, infelizmente em 1685 existiam escravos nas terras de Capelins!
"O padre escreve: De uma escrava, significa que o Manoel Gomes Pombo tinha mais de uma!"
Pode ler no último Registo do lado esquerdo! 

Registo do Batismo de Luiz filho de uma escrava de Capelins 



As escravas de Capelins

 Segredos de Capelins - 1685

As escravas de Capelins
Infelizmente, aqui temos mais uma escrava das terras de Capelins de nome Clara Rozada, a qual foi mãe do escravinho António, batizado na Igreja de Santo António no dia doze de Abril de 1685, pelo Padre Manoel Nunes que escreveu o seguinte:
"Aos doze dias do mez de Abril da era de mil seis centos e oitente e cinco annos, baptizei e pus os Santos Oleos a António filho de Clara Rozada escrava de Mathias Fernandes Busca, foram padrinhos Pedro Alves e Francisca Rodrigues e por verdade fiz este termo q' asinei dia mez e era ut supra.
Padre Manoel Nunes"
Podemos ler no primeiro Registo do lado direito, no entanto mais uma escrava deu à luz um menino que se encontra no primeiro Registo do lado esquerdo de outro dono e de 1684! 

Registo do batismo de António, filho da escrava Clara Rozada de Capelins




Escravas de Capelins 1684

 Segredos de Capelins - 1684

As Escravas de Capelins
Como podemos verificar nos anos de 1680 existiam muitas escravas nas terras de Capelins, neste caso, apresentamos mais um Registo do batismo de um escravinho chamado António filho da escrava Justa Martins, realizado na Igreja de Santo António no dia treze de Novembro de 1684 pelo Padre Manoel Nunes que escreveu assim:
"Aos treze dias do mez de Novembro da era de mil seis centos e oitenta e quatro annos baptizei e pus os Santos Oleos a António filho de Justa Martins escrava de Bento Martins Mendes, deu por pai Manoel da Sylva, foram padrinhos Francisco Nunes e Brazia Rodrigues e por verdade fiz este termo q'asinei dia mez e era ut supra.
Padre Manoel Nunes"
Este é o primeiro caso que conhecemos em que uma escrava deu o nome de alguém com pai do filho, nem em Monsaraz, Motrinos, Montemor e outros lugares encontramos escravinhos/as com pai nos Registos. 

Pode ler no primeiro registo do lado esquerdo. 









A Fauna de Capelins - A Galinhola

 A Fauna de Capelins - A Galinhola

A galinhola é uma ave da avifauna das terras de Capelins, mas não é fácil de observar, porque frequenta áreas húmidas de floresta ou densos matagais, podendo aparecer no vale do Guadiana ou das Ribeiras de Lucefécit e Azavel!
Galinhola
Scolopax rusticola
A galinhola também é conhecida como Dama dos bosques, é uma ave misteriosa e, embora relativamente comum, muito difícil de observar, se não for especificamente procurada.
A galinhola é uma limícola da mesma família das narcejas, aves com as quais apresenta muitas semelhanças morfológicas. Porém, tem uma envergadura que a aproxima mais da perdiz. A sua plumagem, em tons castanhos arruivados, serve-lhe de camuflagem perfeita nos locais que frequenta. Possui um bico forte e comprido e uma cauda curta, sendo as suas asas compridas e arredondadas.
A galinhola é uma espécie invernante em Portugal continental, chegando os primeiros indivíduos em final de Outubro. Ocorre de norte a sul.
É uma ave típica dos bosques, podendo frequentar um grande número de habitats, desde que associados a matas densas com sub-bosque húmido e algumas clareiras. Entre nós frequenta preferencialmente áreas de montados, estevais, giestais densos.

(Adaptado de aves de Portugal) 

Galinhola



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - O Estorninho preto

 A Fauna de Capelins - O Estorninho preto

O estorninho preto é uma ave que aparece em grandes bandos nos olivais das terras de Capelins e por aqui andam durante os meses de Inverno!
Estorninho-preto
Sturnus unicolor
Um dos cenários mais reconhecíveis da nossa avifauna engloba a presença dos estorninhos-pretos. Esta é uma alusão à sua abundância em zonas humanizadas, onde pode ser encontrado facilmente.
Embora se trate de uma espécie facilmente reconhecível, o estorninho pode ser confundido com o melro preto. Apresenta, tal como este último, o bico amarelado e o corpo escuro, embora a cauda seja mais curta, a postura mais ereta, distingue-se pelas patas rosadas pelos e tons esverdeados brilhantes no corpo, que é simultaneamente mais compacto. No Inverno, apresenta pintas claras ao longo do corpo, tornando a sua distinção face ao estorninho malhado bastante difícil. Ainda assim, o aspeto geral desta ave face à sua congénere é sempre mais escuro. Relativamente bem distribuído ao longo do território, pode ser localmente abundante junto a algumas localidades. Trata-se de uma espécie endémica da Península Ibérica e do sul de França, residente, e por isso observável durante todo o ano.
A partir do final do Verão podem ser observados bandos que reúnem dezenas ou mesmo centenas de indivíduos.
(Adaptado de aves de Portugal)
Estorninho preto 



Resenha histórica de Capelins e de suas Gentes - 1635

 Resenha histórica de Capelins e de suas Gentes - 1635 

Primeiro Matrimónio Registado na Paróquia de Santo António
O primeiro matrimónio registado na Paróquia de Santo António, foi realizado pelo Padre Luís de Campos, no dia 21 de Janeiro de 1635, entre os nubentes Bento Frade e Margarida Jorge! Por outras pesquisas sabemos que a Família Frade aparecem como lavradores da Freguesia de Santiago Maior, mas decerto já aqui o eram, enquanto a Família Jorge eram nesta data lavradores da herdade da Zorra, passando pouco depois para lavradores da herdade do Seixo, onde estiveram mais de duzentos anos! Assim escreveu o Padre Luís de Campos (o que veio de Monsaraz cerca de 1624 e aqui faleceu em 1639, sendo sepultado na Igreja de S. Pedro em Terena)!
"Aos vinte um dias do mês de Janeiro da era de mil seiscentos e trinta e cinco, por mandado do senhor Juiz dos casamentos recebi in facie eclasia a Bento Frade, solteiro filho de Fernão Alves e de Maria Fernandes, naturais e moradores nesta Freguesia de Santo António do Termo de Terena com Margarida Jorge, solteira filha de Manoel Jorge e de Catarina Gomes. Foram padrinhos Manoel Jorge e (...) e Inês (...) era ut supra e por verdade o fiz e asinei.
Luís de Campos"

Registo do matrimónio de Bento Frade com Margarida Jorge 


domingo, 27 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - O Chapim Azul

 A Fauna de Capelins -  O Chapim Azul

O chapim azul é uma pequena ave que faz parte da fauna das terras de Capelins, embora não seja muito fácil a sua observação, aparece saltitando de árvore em árvore, procurando alimento. A sua plumagem é muito exuberante o que o distingue das restantes espécies de chapins.
Chapim-azul
Cyanistes caeruleus
Apesar das suas pequenas dimensões, estamos na presença de uma ave destemida, que se movimenta por entre os ramos das árvores mesmo sobre as nossas cabeças.
O chapim azul é uma das mais coloridas espécies na nossa avifauna florestal.
A cabeça possui um barrete azul, lista ocular preta e a face branca, enquadradas por um colar preto conferindo-lhe uma máscara facial, típica de alguns chapins. O peito e o abdómen são amarelados, enquanto o dorso é cinzento-azulado.
Esta ave esvoaça freneticamente pelo meio da folhagem, pelo que nem sempre é fácil apreciar o padrão das suas cores.
O chapim azul distribui-se por todo o território, em zonas de montados, florestas mistas e alguns parques e jardins, é uma espécie comum, ocorrendo durante todo o ano, mas pode ser observado em maior abundância em zonas com árvores velhas e frondosas.
(Adaptado de aves de Portugal)
Chapim Azul 


sábado, 26 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - A Petinha dos Prados

 A Fauna de Capelins - A Petinha dos Prados

A petinha dos prados é uma ave constituinte da avifauna das terras de Capelins, sendo muito abundante entre os meses de Outubro e Abril, embora tenha a designação de petinha dos prados, também é/era muito frequente observá-la nas terras lavradas à procura de alimento.
Petinha-dos-prados
Anthus pratensis
O aparecimento das primeiras petinhas-dos-prados marca o final da época estival. Esta espécie de ave nem sempre fácil de observar, invade o país no início do Outono e, fazendo jus ao seu nome, povoa os prados portugueses.
A petinha-dos-prados é uma espécie insectívora, facto que pode ser facilmente reconhecido pelo seu bico fino. A plumagem é castanha esverdeada, o peito é fortemente malhado e as patas são rosadas. Esta petinha pode confundir-se com outras espécies do mesmo género, mas com alguma prática pode ser distinguida da petinha ribeirinha e da petinha marítima pela plumagem mais esverdeada e pelas patas rosadas e da petinha dos campos (espécie estival) pelo peito fortemente malhado e da petinha das árvores (que também é estival) pela ausência de nuances amareladas no peito e pelos tons esverdeados da plumagem.
De todos os passeriformes que nos visitam no Outono e no Inverno, a petinha-dos-prados é certamente um dos mais abundantes, estando presente em todo o tipo de terrenos agrícolas, pastagens, incultos ou campos encharcados. Os primeiros indivíduos surgem por vezes em finais de Setembro, mas é no mês de Outubro que as petinhas-dos-prados chegam em grande número ao nosso país, podendo ser observadas ao longo do Outono e do Inverno. Em Março começam a partir, desaparecendo as últimas no início de Abril.
(Adaptado de aves de Portugal)
Petinha dos prados 



Rio Guadiana 1682

 Saudoso Rio Guadiana 1682

O nosso saudoso rio Guadiana no ano de 1682, roubou mais uma vida a um capelinense, neste caso a um moço chamado Francisco Fernandes, conforme escreveu o Padre Manoel Nunes:
"Aos vinte e três dias do mês de Junho da era de mil seiscentos e oitenta e dois annos, faleceu da vida presente Francisco Fernandes, moço solteiro, sem Sacramentos, por se achar afogado em Guadiana, está enterrado na sexta cova começando da mão esquerda de cima para baixo na quinta carreira e por verdade fiz este termo q'asinei dia mês era ut supra.
Padre Manoel Nunes"
E foi assim que o nosso saudoso rio Guadiana tirou a vida a mais um moço capelinense.
Pode ler no 3º Registo do lado esquerdo!
Francisco Friz = Francisco Fernandes! 



Rio Guadiana 1678

 Saudoso Rio Guadiana 1678

O saudoso rio Guadiana foi essencial em termos económicos e lúdicos à comunidade capelinense, proporcionando muitas alegrias, nas festas, chamadas paródias, mas também causou muita tristeza, porque roubou a vida a muitos capelinenses de todas as idades! Um dos primeiros afogamentos de um capelinense registado nos livros Paroquiais de Santo António foi o de António Caeiro, mas existe, pelo menos outro ainda antes deste, de um morador na Aldeia da Barrada - Monsaraz!
Neste Registo podemos ler o seguinte:
" Aos quatro dias do mês de Setembro da era de mil seiscentos e setenta e oito annos, faleceu da vida presente António Caeiro (...) sem Sacramentos por se achar afogado por desastre em Guadiana, está enterrado na segunda cova da terceira carreira começando da mão esquerda de cima para baixo, e por assim se passar na verdade fiz este termo q'asinei dia mês era ut supra.
Padre Manoel Nunes"
Nossa nota: O senhor António Caeiro, afogou-se no rio Guadiana no dia 4 de Setembro de 1678, devido a um desastre! Em 4 de Setembro o rio Guadiana, em princípio, estaria sem corrente, apenas devia ter água em algum pego, mas fosse como fosse, deu-se o desastre e o senhor António Caeiro perdeu a vida.
Podemos ler no primeiro Assento do lado direito. 



sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - A Alvéola branca

 A Fauna de Capelins - A Alvéola branca

A alvéola é uma ave migratória que faz parte da avifauna das terras de Capelins, sendo mais frequente observar-se a designada alvéola branca do que a cinzenta! Esta ave muito nervosa e desconfiada, senão esperta, aparece no inverno e acode às terras lavradas à procura de alimento, mas também surge noutros lugares, até nas ruas das localidades, pousa próximo dos humanos, com a cauda sempre em movimento e à defesa, basta um pequeno gesto, assusta-se e levanta logo voo.
Alvéola-branca
Motacilla alba
A alvéola-branca é uma das espécies mais conhecidas da generalidade das pessoas, com o seu típico baloiçar da cauda e a combinação preto-e-branco da coloração.
A alvéola-branca é bastante fácil de identificar, com o seu típico
padrão escuro na cabeça, garganta e dorso, que contrasta com o
branco no peito e abdómen, assim como nas faces.
A cauda comprida e patas compridas são extremamente visíveis, pois esta ave passa bastante tempo no solo, baloiçando bastante a cauda, no que é um comportamento bastante característico desta espécie.
A subespécie britânica Motacilla alba yarrellii, que ocorre com
regularidade no nosso território, distingue-se por possuir a mancha
negra na garganta a estender-se até ao peito, e por ter o dorso negro, ao contrário da subespécie nominal que o possui cinzento-escuro.
Trata-se de uma espécie mais comum na metade norte do
território, onde está presente durante todo o ano.
Durante a passagem outonal e no Inverno, a população reforça-se com a chegada de aves de passagem e invernantes.
Entre os meses de Outubro e Março, a alvéola-branca é uma espécie comum na metade sul do território, ocorrendo também a subespécie britânica como invernante, embora neste caso seja mais escassa que a subespécie nominal.
(Adaptado de aves de Portugal)
Alvéola branca
Foto: Biologo Amador 



quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A Fauna de Capelins - A Carriça

 A Fauna de Capelins - A Carriça

A carriça é uma das aves mais pequenas da fauna das terras de Capelins! É mais fácil ouvir o seu canto muito forte e melódico do que observar a própria ave que, passa despercebida devido ao seu minúsculo tamanho! Tem uma plumagem acastanhada clara, mas um pouco mais escura no dorso. A sua designação científica não deixa de ser estranha.
Carriça
Troglodytes troglodytes
A carriça é um dos mais pequenos passeriformes da nossa avifauna, mas simultaneamente com um dos cantos mais poderosos e melódicos.
Trata-se de umas das silhuetas mais características da nossa avifauna, com corpo pequeno e compacto, cauda curta e que habitualmente levanta em ângulo recto relativamente ao resto do corpo. A tonalidade geral é castanho-claro, mais escuro no dorso que nas partes inferiores, possuindo uma lista supraciliar pálida. As primárias possuem pequenas pintas claras visíveis e os flancos são pintalgados.
A carriça é relativamente abundante ao longo do território, com excepção das zonas mais secas e abertas do sul e sudeste alentejano e do litoral algarvio. Está presente em todos os meses do ano, pois trata-se de uma espécie residente no nosso território.
(Adaptado de aves de Portugal)
Assoc. Vimaranense 

Carriça 



Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...