domingo, 26 de julho de 2020

Paróquia de Santo António, anos de 1640 a 1672

Paróquia de Santo António, anos de 1640 a 1672
No início da década de 1640, as terras de Capelins (que era quase todo o espaço geográfico da atual Freguesia de Capelins) cujos donatários era a Família Freire de Andrade, verificou-se algum desenvolvimento, devido às relações comerciais, no Porto da Sisa (Cinza), onde existiam barcas internacionais, com a vizinha Castela, a criação de gado, o cultivo de cereais e, os Moinhos das Ribeiras e do Rio Guadiana, porém, devido à Guerra da Restauração da Independência iniciada logo a partir de 1640 e que durou até 1668, estas terras tornaram-se inabitáveis, porque as incursões de malfeitores e das tropas de além Guadiana eram constantes, chegando mesmo, a ocupar a Villa de Terena por duas vezes.
Assim, parece-nos que no início do ano de 1642, a Igreja de Santo António fechou as portas e a Paróquia ficou inativa até 1672 e mudou-se para a Vila de Terena, ou os respetivos Livros Paroquiais desapareceram.
O último batismo verificado na Paróquia de Santo António foi o do André Gonçalves no dia 04 de Dezembro de 1641!
Durante a referida Guerra registou-se o batismo de Manoel Nunes, nesta Paróquia, no dia 09 de Março de 1664, mas foi apenas este batismo, realizado por um padre espanhol de nome Joam, o qual, desapareceu e não se encontra nos Registos da Paróquia de Terena! Um mistério! Depois, voltaram a realizar-se os batismos nesta Paróquia na Igreja de Santo António, com o do Manuel Gomes, no dia 02 de Outubro de 1672 e seguintes, sem interrupção até 1705! (ausência de 23 anos, porque regista-se este misterioso batismo e, mais nenhum até 1672, sendo o mais correto, contar 31 anos).
O último casamento realizado na Igreja de Santo António foi o de Francisco Fernandes com Maria Fernandes, no dia 02 de Março de 1642.
O primeiro casamento após a Guerra da Restauração, na Igreja de Santo António, foi o de Estevão Nunes com Maria Cortes, no dia 04 de Fevereiro de 1674! (ausência de 32 anos).
O último funeral em Santo António, antes da Guerra da Restauração, foi o de Vicente Caeiro (criança) no dia 09 de Outubro de 1641.
O primeiro funeral em Santo António após a dita Guerra foi o de Maria de Morais, no dia 06 de Setembro de 1672! (ausência de 31 anos).
A partir de 1673, nota-se grande aumento demográfico na Freguesia de Santo António, uma vez que, neste ano registaram-se 12 nascimentos e, a partir daqui, regista-se um aumento significativo, até 1705, quando surge outra guerra, neste caso, a da Sucessão espanhola, mas que teve graves consequências nas terras de Capelins.
Os atos religiosos da Paróquia de Santo António, incluindo os Registos de nascimentos, matrimónios e óbitos, durante este espaço temporal, passaram para Terena.
Pensamos que, nesta ausência forçada pela guerra, a Igreja de Santo António esteve inativa e, a primitiva Igreja de Nossa Senhora das Neves, caiu em ruínas ou foi destruída, sendo, depois, nos finais de 1600, construída a atual.

Figura Sacra na Igreja de Santo António

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