Paróquia de Santo António, do Termo de Terena
Nas duas últimas décadas de 1600, depois da assinatura do tratado de paz com Castela em 1668, quando foi reconhecida a independência do Reino de Portugal, notou-se grande desenvolvimento nas terras de Capelins, também, devido à chegada da Casa do Infantado donatária das Defesas de Ferreira e de Bobadela e a criação do Concelho (não régio) de Ferreira, porém, não foi por muito tempo, porque a vizinha Castela envolveu-se numa guerra civil devido à sucessão do trono, logo a escassez de alimentos obrigou os vizinhos espanhóis a fazer incursões pelas terras de Capelins, roubando e destruindo o que havia nos Montes e nas herdades, obrigando à fuga da população para localidades mais recuadas da RAIA, mais seguras e da Paróquia de Santo António para Terena, no ano de 1705!
Em Setembro de 1703, o Cura Manoel Marques deu o seu lugar de Pároco de Santo António, ao Padre João Gomes que, conseguiu permanecer aqui até ao dia 09 de Maio de 1705, realizando o matrimónio de João Pereira com Inês Rodrigues neste mesmo dia!
Verificando-se o desaparecimento, fomos procurar o Padre João Gomes pelas Paróquias da região e foi encontrado na Paróquia de Santiago Maior, onde realizou o primeiro batismo no dia 01 de Agosto de 1706, mas a surpresa é que também nesta data, se encontrava nesta Paróquia o Padre Manuel Marques, antes Pároco de Santo António.
O Pároco João Gomes, não voltou mais à Paróquia de Santo António, continuou na Paróquia de Santiago Maior, onde faleceu no dia 01 de Abril de 1742, dedicando cerca de 37 anos a esta Paróquia.
A Paróquia de Santo António, voltou ao seu normal funcionamento 6 anos depois, onde se realizou o primeiro batismo no dia 03 de Fevereiro de 1712, o primeiro matrimónio no dia 03 de Setembro de 1713 e o primeiro funeral no dia 02 de Agosto de 1712.
Conforme referimos, a Casa ou Estado do Infantado estava instalada na Vila de Ferreira, as duas Defesas, pelo que, qualquer foragido que viesse para estas terras estava a salvo, desde que, não cometesse aqui o crime, porque o Estado do Infantado não julgava os criminosos do Reino, também, por isso, foi mais fácil o seu repovoamento. A Casa do Infantado, era defendida pelo Regimento da Casa de Bragança, assim, a sua intervenção nestas terras, eliminou os perigos vindos de além Guadiana e, permitiu o seu desenvolvimento, bem visível a partir de 1712.
Último matrimónio na Igreja de Santo António em 09 de Maio de 1705
João Pereira com Inês Rodrigues
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