terça-feira, 28 de julho de 2020

Paróquia de Santo António, do Termo de Terena

Paróquia de Santo António, do Termo de Terena
Nas duas últimas décadas de 1600, depois da assinatura do tratado de paz com Castela em 1668, quando foi reconhecida a independência do Reino de Portugal, notou-se grande desenvolvimento nas terras de Capelins, também, devido à chegada da Casa do Infantado donatária das Defesas de Ferreira e de Bobadela e a criação do Concelho (não régio) de Ferreira, porém, não foi por muito tempo, porque a vizinha Castela envolveu-se numa guerra civil devido à sucessão do trono, logo a escassez de alimentos obrigou os vizinhos espanhóis a fazer incursões pelas terras de Capelins, roubando e destruindo o que havia nos Montes e nas herdades, obrigando à fuga da população para localidades mais recuadas da RAIA, mais seguras e da Paróquia de Santo António para Terena, no ano de 1705!
Em Setembro de 1703, o Cura Manoel Marques deu o seu lugar de Pároco de Santo António, ao Padre João Gomes que, conseguiu permanecer aqui até ao dia 09 de Maio de 1705, realizando o matrimónio de João Pereira com Inês Rodrigues neste mesmo dia!
Verificando-se o desaparecimento, fomos procurar o Padre João Gomes pelas Paróquias da região e foi encontrado na Paróquia de Santiago Maior, onde realizou o primeiro batismo no dia 01 de Agosto de 1706, mas a surpresa é que também nesta data, se encontrava nesta Paróquia o Padre Manuel Marques, antes Pároco de Santo António.
O Pároco João Gomes, não voltou mais à Paróquia de Santo António, continuou na Paróquia de Santiago Maior, onde faleceu no dia 01 de Abril de 1742, dedicando cerca de 37 anos a esta Paróquia.
A Paróquia de Santo António, voltou ao seu normal funcionamento 6 anos depois, onde se realizou o primeiro batismo no dia 03 de Fevereiro de 1712, o primeiro matrimónio no dia 03 de Setembro de 1713 e o primeiro funeral no dia 02 de Agosto de 1712.
Conforme referimos, a Casa ou Estado do Infantado estava instalada na Vila de Ferreira, as duas Defesas, pelo que, qualquer foragido que viesse para estas terras estava a salvo, desde que, não cometesse aqui o crime, porque o Estado do Infantado não julgava os criminosos do Reino, também, por isso, foi mais fácil o seu repovoamento. A Casa do Infantado, era defendida pelo Regimento da Casa de Bragança, assim, a sua intervenção nestas terras, eliminou os perigos vindos de além Guadiana e, permitiu o seu desenvolvimento, bem visível a partir de 1712.

Último matrimónio na Igreja de Santo António em 09 de Maio de 1705
João Pereira com Inês Rodrigues


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