domingo, 27 de janeiro de 2019

A Fuga dos moradores das terras de Capelins entre 1705 e 1712

A Fuga dos moradores das terras de Capelins entre 1705 e 1712

Ao consultarmos os Livros Paroquiais de Santo António de Capelins, verificamos que faltam Assentos Paroquiais de nascimentos, casamentos e óbitos entre o dia 09 de Maio de 1705 e 03 de Fevereiro de 1712, logo pensamos que, os mesmo, se teriam extraviado ficando os respetivos Registos perdidos, porém, na consulta casual aos Registos da Paróquia de Santiago Maior, encontramos o Registo do óbito de uma residente no Monte da Vinha, da Freguesia de Santo António, que teve de ser sepultada naquela Igreja por a sua Freguesia se encontrar deserta devido ao inimigo. Esta situação, causou-nos curiosidade por não termos conhecimento de desentendimentos entre Portugal e Castela durante esse espaço de tempo, mas fomos confirmar e concluímos que, afinal houve, foi entre essa datas que Castela passou por grande crise e pela Guerra da Sucessão ao trono, na qual, Portugal também esteve envolvido! 
Todas as guerras provocavam graves consequências económicas e sociais e esta não foi exceção, faltava tudo e principalmente alimentos, os quais, tinham de ser procurados através de todos os meios, incluindo a força das armas, junto às fronteiras! Assim, pensamos estar explicado o motivo da fuga dos lavradores e dos restantes moradores, indefesos, das terras de Capelins para Santiago Maior, Terena e outras localidades mais seguras!

Guerra da Sucessão do trono de Espanha 
A Guerra da Sucessão Espanhola ocorreu entre 1701 e 1714, envolvendo diversas monarquias europeias em torno dos direitos de sucessão da coroa espanhola. Após a morte de rei Carlos II, que não deixara herdeiros, terminava a dinastia dos Áustria, ramo espanhol da Casa de Habsburgo. Com o falecimento precoce de seu sobrinho, José Fernando, príncipe da Baviera, subiu ao trono espanhol o Duque de Anjou, Filipe de Anjou, neto de Luís XIV, dando início à dinastia de Bourbon na Espanha.
Uma vez que, os Bourbon teriam, além da França, poder sobre a Espanha e suas conquistas, as demais potências europeias recearam os efeitos da união de dois reinos tão poderosos sob a mesma dinastia. A preocupação vinha sobretudo por parte da Inglaterra, rival da França na disputa pela hegemonia europeia e nos espaços ultramarinos. O domínio espanhol dos Bourbon poderia alterar as dinâmicas e os balanços das relações tanto políticas quanto comerciais, o que dificultaria uma possível hegemonia inglesa. Ao mesmo tempo, a França temia uma união entre Espanha e Áustria sob as mãos de um mesmo monarca Habsburgo, como reivindicava o imperador Leopoldo I da Áustria em favor de seu filho, o arquiduque Carlos. Assim, em 1701, o conflito motivado pela crise sucessória da Espanha culminou numa guerra entre monarquias europeias.
A guerra inicia-se em 1701, porém é oficializada em 1702 quando a Grande Aliança declara guerra contra a França. As batalhas iniciaram-se no norte da Itália, mas desdobraram-se por muitos outros territórios europeus, além de gerar conflitos na América como nas disputas territoriais entre os portugueses e espanhóis em torno da Colónia de Sacramento. Assim como ocorreram muitas batalhas importantes, como a da conquista de Gibraltar.
Houve várias tentativas de apaziguamento entre os reinos envolvidos na guerra, sendo a mais efetiva o Tratado de Utrecht, assinado em 1713. Entretanto, o fim da guerra só foi estabelecido em 1714.

Também concluímos que, foi nesta data, que os ingleses ocuparam Gibraltar, onde permanecem!

Batalha da Guerra da Sucessão do trono de Espanha



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