segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Repassando o Rio Guadiana por Ferreira

Repassando o Rio Guadiana por Ferreira

Após a Batalha dos Atoleiros, no dia 6 de Abril de 1384, em Fronteira, Portalegre, veja-se este episódio, que envolveu o Alcaide-mor de Alandroal, Pedro ou Pêro Rodrigues (o encerra-bodes) e Álvaro Gonçalves, capitão dos escudeiros de Vila Viçosa (o coitado), que aqui se apresenta por envolver Ferreira, a nossa região e para verificarmos como foram as relações entre Portugal e Castela, em tempo de paz e de guerra.
“ Invejosos da glória obtida por D. Nuno Alvares Pereira na batalha dos Atoleiros, Álvaro Gonçalves e Pedro ou Pêro Rodrigues determinaram logo depois da Páscoa, isto é, no primeiro meado de Abril do dito ano de 1384, fazerem juntos, por sua conta e risco, uma entrada em Castela. O primeiro reuniu os trinta escudeiros que tinha Vila Viçosa e o segundo os dez ou pouco mais que tinha o Alandroal. E assim em número de quarenta e cinco de cavalo e duzentos de pé de ambas as vilas se dirigiram para o Guadiana e passando este rio, no porto da Cinza, perto de Cheles seguiram sem impedimento a sua marcha por entre Alconchel e Vila Nova del Fresno. Ali se toparam com numerosas manadas que pastavam tranquilamente e, puderam apresar mil e quatrocentas vacas, setecentos novilhos, vinte e seis éguas, nove poldras de três anos e outros poldrinhos pequenos, obrigando os quatorze vaqueiros que guardavam estes gados a virem-nos tocando para Portugal. Repassando o Guadiana, vieram por FERREIRA, e pelo Sobral caminhando placidamente até Pardais e ali na planície da antiga povoação Romana, entre a Fonte de Soeiro e a Ermida do Evangelista S. Marcos, fizeram alto para repartir a presa. Chamava-se a isto dividir no campo. Ora, pertencendo o quinto destes despojos a Álvaro Gonçalves, conforme a concessão que lhe fizera o Mestre de Aviz, renunciou a esse emolumento permitindo que se repartisse a presa com igualdade e ficassem ricos os seus soldados que eram todos naturais e moradores em Vila Viçosa como ele mesmo. As éguas que lhe pertenceram, mandou-as para uma quinta sua perto de Benavente, no Ribatejo. Isto foi o prólogo de grandes acontecimentos realizados ainda na primavera de 1384 – ano fertilíssimo deles para a nossa terra”. 

Lugar da Vila Defesa de Ferreira de 1314











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