domingo, 23 de novembro de 2014

A Conquista das Terras de Capelins aos Mouros em 1167

A conquista das terras de Capelins, aos mouros, por D. Afonso Henriques e Geraldo Sem Pavor em 1167 

Em 1167, as terras fronteiriças do Alto Guadiana, de Elvas a Mourão, foram conquistadas aos mouros, por D. Afonso Henriques ajudado por Geraldo Sem Pavor, incluindo a região de Capelins. Porém, foram perdidas em 1191, quando o Califa de Córdova, Almansor, com as suas tropas as recuperou para os mouros, onde permaneceram até 1242, nesta data, o rei português D. Sancho II, afastou-os definitivamente, dando início à sua cristianização. Os mouros que ficaram em Capelins, tiveram que se converter ao Cristianismo e, foram obrigados a pagar altas rendas das terras que ficaram a explorar.
Já no reinado de D. Afonso III, a herdade de Santa Maria de Terena, que incluía quase todo o espaço geográfico ocupado hoje pelo Concelho de Alandroal, foi doada à família Ribas de Vizela, nobres de Guimarães, muito afeiçoados á pessoa do rei. Foi assim, que em 1262, com o primeiro foral da Vila de Terena e seu termo (Concelho), se iniciou o povoamento desta região. 

O povoamento e Foral da Vila de Terena, incluindo Ferreira, por D.Afonso III


A Família Riba de Vizela, oriunda de Guimarães, fazia parte da corte de D. Sancho II e depois de D. Afonso III, tiveram como marca familiar a lealdade e a a feição à pessoa do rei, sendo D. Gil Martins nomeado Mordomo-Mor da Cúria e, quando, o rei procedeu à distribuição das terras conquistadas, fez a doação de Terena e de Viana a D. Gil Martins de Riba de Vizela e a sua esposa Dª. Maria Eanes, os quais, em Fevereiro de 1262, concederam o primeiro Foral à Vila de Terena e seu termo, (Concelho), incluindo as terras de Ferreira, ou seja, todo o espaço geográfico ocupado atualmente pelo Concelho de Alandroal. Ainda, em 13 de Dezembro de 1261, D. Gil Martins, apenas em 10 meses, chegou a entendimento com o Cabido da Sé de Évora e com o Bispo D. Martinho, sobre a construção de Igrejas em Terena e no seu termo.
Em 1264, D. Gil Martins exilou-se em Castela, na corte de Afonso X, o rei sábio, devido a agravos com o rei D. Afonso III, onde permaneceu até à sua morte em finais de 1274.
Em 1275, o seu filho D. Martim Gil, que esteve sempre junto de seu pai, em Castela, voltou para Portugal, à corte de D. Afonso III, herdando os bens de seu pai, entre os quais, a Vila de Terena e seu termo (Concelho), que incluía as terras de Ferreira.  Em 1276, foi-lhe concedida a tenência de Elvas, ficando, assim, mais próximo destes seus domínios, que começou a frequentar, mostrando mais interesse na sua administração e desenvolvimento da região.
Em 1280, já no reinado de D. Dinis, D. Martim Gil, abandonou a tenência de Elvas e voltou novamente para Castela, onde permaneceu até 1284, quando faleceu o rei Afonso X. Nesta data, voltou a Portugal, à corte de D. Dinis, que, fez dele seu Alferes-Mor, cargo que manteve até 1295, quando a seu pedido foi substituído por seu filho, também com o mesmo nome, D. Martim Gil, e faleceu ainda nesse ano.

D. Martim Gil sucedeu a seu pai no lugar de Alferes-Mor do reino e no senhorio de Terena e Ferreira. Foi forte apoiante de D. Dinis, mas, devido a um litígio com o seu cunhado em 1312, e, devido à pronúncia do tribunal, sentiu-se ofendido e exilou-se em Castela, onde faleceu em Dezembro desse ano, não deixando descendentes masculinos, extinguindo-se com ele esta linhagem. Também com ele, se extinguiu o senhorio de Terena, voltando a Vila e as terras de Ferreira à Coroa.


Ermida de Nossa Senhora das Neves em Capelins




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