quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Rio Guadiana entre Juromenha e Mourão em 1656

 Amigos de Capelins

Vejamos as 24 fortificações e atalaias ao longo do Rio Guadiana com muita importância na Guerra da Restauração.

"Deste levantamento arqueológico resultou a contabilização de 24 estruturas militares, entre estruturas de planta circular ou quadrangular (a maioria, genericamente designadas por atalaias) e de desenho troncocónico, este característico da fortificação moderna e por isso datável da segunda metade do séc. XVII [Fig. 5].


ENTRE MOURÃO E OLIVENÇA: O GUADIANA
EM 1656 POR NICOLAU DE LANGRES
Francisco Bilou*
Quadro superior do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora 
 





Mapa do Rio Guadiana entre Juromenha e Mourão desenhado no ano de 1656
Fig. 1 – Reprodução da planta de Nicolau de Langres de 1656.
Bibliothèque nationale de France, département Cartes et plans, GE C-5329.
UM DESCONHECIDO DOCUMENTO
No fundo de cartografia da Bibliotèque nationale de France encontra-se
uma desconhecida planta corográfica de título bem sugestivo: “Este Mappa setirou
por orden das Nõi Joanne M.es de Vascoallos Tenente g.te de sua Mag.de no anno
1656 pello Tenente g.te Niculas de Langres” [fig. 1].
Pese embora os erros de escrita, próprios de alguém pouco familiarizado
no uso da língua, como era o caso do engenheiro francês, não há dúvida de
que se trata de uma peça original, de alto valor histórico, representando um
significativo troço do rio Guadiana, entre Juromenha e Mourão.
A existência de um outro desenho assinado por Langres, de 28 de junho
1657, com igual levantamento corográfico do Guadiana, desta feita à altura de
Moura, reforça a ideia de que as defesas do rio foram alvo de cuidada atenção
por parte do exército português, tendo em vista as operações militares que
por esse tempo se preparavam, caso da tomada da vila de Mourão, sucesso de
armas que ocorreu no outono de 1657.

ENTRE MOURÃO E OLIVENÇA: O GUADIANA
EM 1656 POR NICOLAU DE LANGRES
Francisco Bilou*
Quadro superior do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora

















Podemos verificar quais os Moinhos existentes no Rio Guadiana em Capelins em 1656 e as toponímias de então.
Como já aqui referimos o Porto da Cinza em 1380 desigbava-se Porto da Serva, agora verificamos que em 1656 ainda se designava Porto da Serva!
"No entanto, a planta de 1656 é mais do que um simples documento histórico de análise geopolítica e militar. Do ponto de vista socioeconómico, e mesmo etnográfico, não pode deixar de ser referido o elenco toponímico dos moinhos de vento e de água (azenhas), estas, símbolo por excelência do rio Guadiana neste passo pelo Alentejo e Extremadura espanhola, bem como os portos de passagem do rio, a maioria coincidentes com os paredões para retenção da água associados às estruturas moageiras. No quadro seguinte coteja-se a informação recolhida por Langres em meados do século XVII com aquela que a historiografia foi registando ao longo do tempo, fazendo-se notar com sublinhado de cor a prevalência dos topónimos ao longo do tempo.
ENTRE MOURÃO E OLIVENÇA: O GUADIANA
EM 1656 POR NICOLAU DE LANGRES
Francisco Bilou*
Quadro superior do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora








Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...