sábado, 11 de maio de 2019

Moinho do Major - 19

Os Moinhos de água da Freguesia de Capelins
19 - Moinho do Major
O Moinho do Major situa-se na margem esquerda da Ribeira do Azevel, junto à herdade do Roncanito, antigo Roncão do Conde, numa das várias curvas descritas por esta Ribeira, no seu curso, no limite desta herdade e, da Freguesia de Capelins.
Existem indícios que este Moinho foi mandado construir pelos Condes de Vila Nova, Senhores destas terras, pelo menos nos decénios de 1600 a 1800, sendo este Moinho construído, talvez, nos finais de 1600, como auxiliar do Moinho da Volta, decerto do mesmo proprietário, no entanto, esta herdade ou Roncão do Conde, foi administrada, cerca do ano de 1800, pelo Sargento Mor das Ordenanças (guarda do Reino) de Monsaraz, Francisco Pedro Sobrinho de Sousa, o qual, faleceu no dia 05 de Julho de 1823, e também foi Sargento Mor das Ordenanças de Terena e que, ao reformar-se passou a Major, daí, deduzimos que se era detentor da dita herdade, também seria do Moinho, o qual, ganhou o nome da sua patente de Major.
Era um Moinho de rodízio, ou roda motriz horizontal de submersão, com um aferido, ou seja, um casal de mós ou linha de moagem. 
Como todos os Moinhos tinha um açude, construído em pedra imbrincada ou travada, em aparelho gravitacional, que cortava a Ribeira de margem a margem, e barrava e canalizava a água para o poço, onde trabalhava a roda motriz. 
O Moinho do Major é o quarto mais alto no curso da Ribeira do Azevel na Freguesia de Capelins, por isso, trabalhava poucos meses durante o ano, uma vez que, a água nesta Ribeira era pouco abundante, para mover a roda motriz. 
Junto a este Moinho, foram encontradas manchas de ocupação humana e artefactos dos períodos do Neolítico, do Calcolítico e de outros, que nos leva a pensar que, como o terreno devia estar trabalhado em termos de acessos, facilitou a construção do Moinho neste lugar.
O Moinho do Major foi desativado no decénio de 1960, quando do exôdo da população desta região e do surgimento das moagens motorizadas junto às localidades e deixou de compensar a deslocação aos Moinhos de água que ficavam mais distantes e a maioria dos caminhos para os alcançar, eram maus.
(Algumas informações, foram obtidas no livro: "Os Moinhos e os Moleiros do Rio Guadiana, de Luís Silva, porém, outras foram em diversos documentos e conhecimentos pessoais com presença em diversos Moinhos da Freguesia de Capelins e com explicações de alguns Moleiros, neste caso, tivemos a colaboração do amigo Isidro Pinto, natural do Ferragudo, Monsaraz). 

Texto: Correia Manuel

Do Memorial na Aldeia de Montejuntos - Capelins




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