terça-feira, 17 de novembro de 2020

 O Pombo Bravo

Durante os meses de Inverno, quando na nossa região de Capelins existia muita bolota, era habitual verem-se grandes bandos de Pombos Bravos, não se demoravam por aqui muito tempo, mas durante dias, senão meses, viam-se passar pelos céus à procura das paragens já programadas, ou no nosso país ou nas serras espanholas que daqui se avistam! Hoje, raramente por aqui aparecem, porque, neste momento, nem comida nem agasalho aqui encontram!
No nosso país pode encontrar-se três espécies de pombos, com a designação geral de pombos bravos: O pombo torcaz, o pombo das rochas e o pombo bravo. São aves caracterizadas pelo seu aspecto robusto, asas pontiagudas, cabeça relativamente pequena, cauda comprida e voo rápido.
Outras características que têm em comum – assim como a rola – é a sua dependência da água (os grãos de que se alimentam são amolecidos no papo), sendo assim frequente ver os pombos em bebedouros onde saciam a sede, logo levantando voo. Normalmente vivem em bandos fora da época de criação e aos pares durante o acasalamento.
As três espécies têm uma silhueta e forma de voo características, não oferecendo dificuldades de identificação; no entanto, apontam-se de seguida alguns pormenores específicos de cada uma delas.
Nome Cientifico: Columba Palumbus
Nome Vulgar: Pombo-Torcaz
È o maior dos três pombos (41cm de comprimento), tem duas manchas brancas nos lados do pescoço e outras duas manchas brancas nas asas que o tornam facilmente reconhecível quando em voo.
È um migrador parcial; a maioria da população, proveniente do norte da Europa visita Portugal durante o outono e o inverno. Os animais que criam no nosso país apresentam uma distribuição englobando praticamente todo o território, mas de inverno concentram-se, sobretudo, nas regiões com montado de sobro e azinho.
O pombo torcaz é característico das zonas arborizadas e a sua alimentação é obtida nesses locais – bolota, azeitona mas também se alimenta nas áreas abertas – de cereais, por exemplo.
O ninho é normalmente construído em árvores, a alturas geralmente elevadas; podem ser feitas 3 posturas de 2 ovos (raramente 1), são incubados pelo macho e pela fêmea durante 17 dias.
Nome Cientifico: Columba Livia
Nome Vulgar: Pombo-das-Rochas
Considerado como antepassado dos nossos pombos mansos, este pombo, bastante mais pequeno ( 33cm de comprimento ) e esbelto que o torcaz, representa também outras características que permitem uma fácil distinção daquele: ausência das manchas brancas no pescoço e nas asas, duas barras pretas nas asas, sobretudo visíveis quando em voo, e uropígio branco.
È uma espécie residente, apresentando uma distribuição alargada a quase todo o país, embora localizado devido ao tipo de habitat preferencial.
O habitat do pombo das rochas, tal como o nome indica, está sobretudo ligado ás zonas rochosas, incluindo a orla marítima e áreas adjacentes; a sua alimentação é á base de grãos e sementes.
Nidifica nas falésias ou mesmo em edifícios, geralmente em colónias. O ninho é feito de uma camada delgada de pequenos ramos e raízes e é construído por ambos os sexos, normalmente o macho transporta o material e a fêmea coloca-o. A postura é de 2 ovos, raramente 1 e a incubação dura 17 a 19 dias.
Nome Cientifico: Columba Oenas
Nome Vulgar: Pombo-Bravo
Sensivelmente do mesmo tamanho do pombo das rochas, não apresenta, ao contrário deste, uropígio branco e barras alares negras. Identifica-se pelas pontas das asas negras e dorso nitidamente mais escuro do que o pombo das rochas.
Espécie também residente, mas, das três espécies em causa é a que apresenta uma distribuição menos alargada no nosso país, restrita sobretudo ao interior.
O seu habitat está especialmente relacionado com zonas arborizadas (bosques ou florestas) a sua alimentação baseia-se em grão e em menor percentagem em bagas e bolota.

(De A. C. Pesca Cultural e Ambiental da Matela Junqueira)

Pombo Bravo


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