sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A Fauna de Capelins - O Coelho Bravo

 A Fauna de Capelins - O Coelho Bravo

O coelho bravo era uma das espécies cinegéticas mais abundante nas terras de Capelins, vivia nos matagais, nas margens das Ribeiras de Lucefécit e Azevel, nos Ribeiros e nas margens do Rio Guadiana, onde havia silvados, pedregulhos, lenhas e sítios onde fosse possível escavar túneis onde se escondiam dos predadores! Até apareciam nos ferragiais das Aldeias! Havia alguns lugares mais propícios ao seu habitat e aí à noitinha apareciam às centenas ou milhares a devorar as pastagens! Hoje, devido a vários fatores, a ocupação dos seus principais habitat pelas águas do Grande Lago e, principalmente pela doença hemorrágica viral quase desapareceram das terras de Capelins!
Esperamos que voltem, com saúde!
O Coelho-bravo é uma espécie importante nos ecossistemas mediterrânicos, fazendo parte da alimentação duma ampla gama de predadores, sendo a presa principal de espécies em perigo de extinção, como o Lince-ibérico e a Águia-imperial.
O coelho-bravo é uma espécie característica dos ecossistemas mediterrânicos apresentando, no entanto, uma larga distribuição geográfica. As populações de coelho-bravo podem ser agrupadas em duas subespécies distintas: Oryctolagus cuniculus cuniculus e Oryctolagus cuniculus algirus. A primeira inclui o coelho-bravo da Europa Central, assim como as populações que dele derivaram, respectivamente as que ocorrem em França, Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, América do Sul, e ainda todas as raças de coelho doméstico. Na segunda, inserem-se as populações ibéricas, do Norte de África e de várias ilhas atlânticas e mediterrânicas.
Em pequena escala, a abundância de coelhos pode ser determinada pelo clima e outros factores, embora numa grande escala os padrões de abundância sejam provavelmente determinados pela variabilidade do habitat, onde a justaposição de solos que possibilitem a construção de tocas com zonas de alimentação, favorece uma elevada densidade populacional a nível local. A espécie tende a ser mais frequente em zonas de orla onde exista interligação entre culturas, prados e áreas de mato, de modo a que as zonas de alimentação e abrigo sejam próximas.
Existem diferenças consideráveis na dieta alimentar dos coelhos em diferentes locais e estações do ano, embora os coelhos se alimentem principalmente de plantas herbáceas e arbustos, preferindo normalmente as primeiras, apresentando-se o tubo digestivo adaptado a uma alimentação exclusivamente vegetal.
O coelho-bravo é uma espécie polígama. Em todas as regiões os coelhos são capazes de se reproduzir no ano do seu nascimento. O período de gestação é de 28 a 30 dias, cada fêmea tem em média 2 a 4 ninhadas por ano, função da duração da época de reprodução, com 2 a 7 láparos. Após o período principal de reprodução o efectivo populacional pode ter duplicado ou triplicado, e nos melhores casos quadruplicado.
As taxas de sobrevivência e mortalidade apresentam diferenças a nível regional. As populações das regiões Mediterrânicas têm os ritmos biológicos fortemente sintonizados com as variações climáticas e nutricionais.
As doenças que afectam o coelho têm um carácter cíclico, existindo períodos críticos ao longo do ano. As duas doenças principais são a Mixomatose e a Doença Hemorrágica Viral.
Relativamente à Mixomatose, a proporção de animais afectados varia com a classe etária, região e ano. A infecção pelo vírus da Mixomatose demonstra ter uma grande variabilidade em condições naturais, reflectindo as diferentes características regionais da doença, variação nos modos de transmissão e no diferente estado imunológico das populações. Os vectores da doença são pulgas e mosquitos. A Mixomatose é um factor importante de mortalidade não só directamente, mas também porque predispõe os animais atingidos pela doença à predação. Os períodos principais de incidência situam-se na Primavera e no Verão, podendo também ocorrer no Outono. Dado que a doença pode incidir após a reprodução, diminui o número total de adultos que entra na reprodução no ano seguinte.
A Doença Hemorrágica Viral (DHV) apresenta os mesmos vectores de transmissão da Mixomatose, situando-se os períodos principais de incidência no final do Outono e princípio do Inverno. É uma doença muito contagiosa capaz de provocar elevadas taxas de mortalidade (40-90%), não afectando animais com idade inferior a 2-3 meses. Os insectos, aves e mamíferos podem actuar como vectores passivos na transmissão do vírus, podendo o homem funcionar como um importante meio de disseminação da doença (por exemplo, pela realização de repovoamentos). Actualmente, a DHV é considerada o factor de mortalidade mais importante na Península Ibérica, tendo um efeito catastrófico nas populações de coelho-bravo. Uma diminuição no sucesso reprodutivo dos predadores tem sido relacionada com o declínio das populações de coelhos após a DHV, sendo de prever mudanças nos ecossistemas dependentes desta espécie.
(De Naturlink)

Coelho Bravo



Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...