domingo, 15 de novembro de 2020

As lontras da Ribeira de Lucefécit

As lontras da Ribeira de Lucefécit
A Freguesia de Capelins dá as Boas Vindas à Ribeira de Lucefécit, que parte da Freguesia de Rio de Moinhos, Concelho de Borba, no limite da herdade da Boieira com a herdade Defesa de Ferreira, onde se despede da Freguesia de S. Pedro de Terena, aqui inicia a sua colaboração com o Grande Lago de Alqueva! Na margem esquerda são terras das Águas Frias e Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Alandroal! Neste lugar existe uma ponte que liga as terras de Capelins às da Aldeia do Rosário, junto à qual damos início à aventura da descida da dita Ribeira até às Azenhas D' El-Rei no saudoso rio Guadiana, sempre junto às suas águas, subindo, descendo, contornando rochedos em alguns lugares muito perigosos de ultrapassar! Neste percurso, inserido na natureza mais pura e no quase absoluto silêncio, somos sobressaltados a todo o momento com os estrondos dos mergulhos das lontras nas águas que, mais parecem mergulhos de pessoas ou de animais de grande porte, depois das insultarmos pelo susto que nos pregaram, muitas vezes conseguimos ver a sua cabecinha à espreita, feitas atrevidas a certificarem-se se somos seus inimigos, ou apenas passantes! Esta situação, em cada ano que fazemos este percurso, mais vezes vai acontecendo, dando provas que a sua população está a aumentar.
Lontra de água doce:
Predador de peixes, a lontra precisa de água para viver. De preferência doce e limpa, porque o mustelídeo não suporta um habitat poluído, muito menos alimentos contaminados com químicos ou outros resíduos industriais e agrícolas. Por causa dos seus hábitos marcadamente aquáticos, desenvolveu um órgão que lhe dá um sentido peculiar. Vamos conhecer este animal territorial, solitário e discreto, que vive nas margens dos ribeiros e dos rios, como o Guadiana e o Sado.
No mundo das lontras existe sempre um curso de água fluvial por perto. Embora este mamífero passe dois terços do seu tempo em terra firme e defenda um vasto território de dez quilómetros de extensão, é a mergulhar que encontra os 600 gramas de alimento diário de que precisa para viver.
E não será tarefa muito complicada. Com um corpo perfeitamente ajustado ao meio subaquático, a lontra consegue estar cinco minutos submersa e é uma excelente nadadora, chegando a atingir os 12 km/h.. Além de ter o tato desenvolvido, faro apurado, audição excelente, uma visão adaptada para dentro de água, tem também um sentido especial que são as vibrissas, “um órgão sensitivo no focinho que permite detetar pequenas vibrações sob a água, provocadas pelo movimento das suas potenciais presas, especialmente úteis em águas com visibilidade reduzida ou durante a noite”.
Animal solitário mais noturno do que diurno, a lontra pertence à família dos mustelídeos, como o texugo, a doninha, a marta e a fuinha. Vive em tocas nas margens ribeirinhas e durante os períodos de estio pode ser avistada nas albufeiras das barragens. O macho é maior e mais pesado do que a fêmea, porém, em média tem cerca de oito quilos de peso e 1,30 metros de comprimento. A pelagem é essencialmente castanha, espessa e brilhante, o corpo alongado, a cabeça achatada, olhos pequenos, patas curtas com cinco dedos ligados por uma membrana interdigital e uma cauda longa de ponta afilada. Mas outra característica tem este mamífero protegido pela Convenção de Berna que faz dele o melhor bioindicador da qualidade da água: é que a lontra não vive onde existam indícios de poluição.
(De RTP Ensina)


Lontra 

 


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