sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 A Lebre

Desde sempre, as lebres deram-se muito bem pelas terras de Capelins, ainda hoje, ao atravessarmos os campos, quase sempre conseguimos ver uma ou outra lebre a levantar-se da cama à nossa frente e a desaparecer em corrida desenfreada aos saltos fazendo uma dança!
Noutros tempos, quando uma criança corria e aterrava, os mais velhos, exclamavam: - Então, apanhas-te uma lebre? Pensamos que, essa frase devia vir dos tempos em que havia abundância de lebres e quando alguém as encontrava na cama, no seu habitat, atirava-se de peito ao chão para cima delas e apanhavam-nas, por isso, a queda da criança era semelhante, mas a lebre é que não existia!
Em Portugal, a lebre encontra-se disseminada por todo o território, embora apareça com mais frequência na planície alentejana.
As lebres vivem em grupos com 6 a 10 elementos, embora, quando se sentem ameaçados, os vários elementos do grupo sigam em direcções diferentes, por forma a despistar os perseguidores, se os houver.
A sua fuga ao “sprint” torna-a um alvo díficil para os caçadores e, para os cães, uma presa difícil de perseguir. A lebre é uma espécie que se encontra em alerta permanente, pelo que a sua aparição é rara, sendo encontrada pelos caçadores que conhecem os seus territórios favoritos e, fugazmente, por outras pessoas que trabalham ou passeiam nos campos. A Lebre prefere os pousios e as terras cultivadas, sobretudo planas, húmidas e pouco cobertas.
Sendo uma espécie herbívora, a base da sua alimentação é constituída por ervas e colheitas agrícolas.
Normalmente tem uma a três ninhadas por ano; o período de gestação é de 42 a 44 dias e a ninhada é constituída por uma ou duas crias (raramente três),com cerca de 100 g de peso, que, ao contrário dos coelhos, nascem já de olhos abertos e com pêlo, sendo amamentadas até às três semanas. Alcançam o peso de adulto aproximadamente aos 150 dias. O macho atinge a maturidade sexual aos seis meses e a fêmea aos sete/oito meses. Vive um máximo de 9 anos.
A principal causa de declínio prende-se com a caça, já que é uma espécie cinegética muito apreciada, e com a actividade agrícola (utilização de máquinas, que destroem as tocas, e herbicidas).
Durante os últimos anos do século passado, as lebres sofreram baixas importantes, devido à febre hemorrágica que se fez sentir, com particular intensidade na Península Ibérica, levando ao seu quase extermínio em algumas zonas. Esta espécie encontra-se protegida durante parte do ano, por forma a garantir a sua sobrevivência.
in " Covão da Ponte"

Lebre



Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...