quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A Fauna de Capelins - O Picanço Comum

 A Fauna de Capelins - O Picanço Comum

O Picanço é uma ave pouco abundante nas terras de Capelins, mas conseguimos ver alguns pousados nos fios dos telefones ou elétricos esperando o ataque às suas presas, pequenos répteis, insetos e gafanhotos! Noutros tempos, talvez por existirem mais do que hoje, ou por estarem menos treinados encontravam-se caídos por baixo dos fios do telefone, porque em voo não os visualizavam e, ao bater-lhe, ou ficavam atordoados ou com alguma asa partida e quando a rapaziada tentava por-lhe a mão em cima não se escapava das suas picadas, metiam respeito, porque o seu bico afiado deixava marcas.
O Picanço-real Lanius meridionalis é uma ave da ordem dos Passeriformes com cerca de 25 cm de comprimento. A subespécie Ibérica (meridionalis) apresenta dimensões e aspecto geral idênticos ao do Picanço-real do Norte da Europa L. excubitor. Todavia, os indivíduos das populações ibéricas são mais escuros. As suas partes superiores são acinzentadas. Quando observado à distância, as suas partes inferiores também parecem mais escuras, exceptuando o peito. Quando observado mais de perto pode-se frequentemente observar o peito, barriga e flancos tingidos de cor de rosa. Um supercílio estreito de cor branca contrasta com a máscara facial de cor preta e a colorida coroa (ardósia). Apresenta ainda uma mancha branca na asa restrita às primárias. Ambos os sexos são semelhantes e os juvenis são muito similares aos adultos sendo todavia, mais pálidos.
O Picanço-real L. meridionalis, é uma espécie residente no território nacional. Aparentemente, em algumas zonas da sua área de estudo, pode realizar movimentos de carácter local, como por exemplo, movimentos do tipo altitudinal.
Difere do seu congénere norte europeu (L. excubitor) por preferencialmente nidificar em arbustos mais pequenos e de utilizar biótopos mais fechados e com maior densidade de arbustos e pequenas árvores do que aquele. Apesar disso, em Portugal, frequenta sobretudo habitats abertos, com árvores e arbustos dispersos, onde faz o seu ninho. É bastante eclético na escolha dos biótopos que frequenta que, vão desde áreas agrícolas, dunas, pastagens ou matos dispersos. Aparentemente, é mais abundante nas planícies da metade sul do país. À semelhança de outras espécies de picanços pode ser frequentemente observado em postes de telefone ou electricidade que utiliza como locais privilegiados de observação do seu território de caça.
Pequeno predador que, alimenta-se de pequenos vertebrados e invertebrados. A composição da sua dieta pode variar bastante com a localização geográfica. Destacam-se os pequenos répteis, com particular destaque para os pequenos lagartos, pequenos roedores, aves, anfibios e uma série de invertebrados. À semelhança de outras espécies de picanços, os alimentos que não são imediatamente consumidos são "empalados" em árvores ou arbustos com picos ou em alternativa em vedações ou cercas com arame farpado.
É uma espécie territorial, monogâmica, nidificando em árvores e arbustos, sendo os seus ninhos constituídos por uma taça com pequenos ramos e ervas. Realiza apenas uma postura, normalmente constituída por 5-6 ovos. O tempo de incubação varia entre os 13-16 dias. Em Portugal os primeiros ninhos com ovos podem ser encontrados pelo menos a partir do princípio de Abril.
(Adaptado de Naturlink)

Picanço



Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...