domingo, 5 de novembro de 2017

Vale Sagrado do Lucefécit

Vale Sagrado do Lucefécit 

Conforme podemos verificar na presente informação da Direção Geral do Património Cultural - DGPC, o Vale da Ribeira de Lucefécit, está em vias de classificação com a designação de Vale Sagrado do Lucefécit, esperamos, assim, que no mesmo seja englobada a Ermida de Nossa Senhora das Neves, do século XVII. 
"O território onde se integra o vale da ribeira de Lucefecit que se propõe classificar com a designação geral de Vale Sagrado do Lucefecit, corresponde ao último troço desta linha de água que, nascendo na Serra de Ossa, atravessa o concelho do Alandroal desaguando no Guadiana, entre o sítio da Rocha da Mina e a foz deste rio, incluindo, também, vários afluentes onde se situam distintos vestígios de antigas ocupações humanas.
Os valores que se pretendem preservar integram-se numa unidade de paisagem com caraterísticas únicas quer em termos naturais, como culturais, englobando aspetos geológicos, ecológicos, arquitetónicos e arqueológicos.
Desde longa data aproveitada para pastorícia, atividades agrícolas e mineiras, esta região foi igualmente muito marcada, ao longo de séculos, por diversas práticas religiosas centradas em locais muito próximos da ribeira de Lucefecit.
De facto, verifica-se que em termos patrimoniais o território deste vale encerra grande quantidade de sítios arqueológicos, sendo desde logo de destacar o sítio de São Miguel da Mota, classificado como Imóvel de Interesse Público, onde se sobrepõem estruturas de várias épocas, nomeadamente um povoado fortificado da II Idade do Ferro, um Santuário, posteriormente romanizado dedicado a Endovellicus, a divindade mais conhecida da Lusitânia e, finalmente, a Ermida de São Miguel da Mota, um templo já cristão. Neste local, além de terem sido encontradas inúmeras inscrições dedicadas a Endovélico, foram identificadas diversas peças escultóricas, nomeadamente em 2002, altura em que foram descobertas seis estátuas em mármore branco de grandes dimensões. Os materiais romanos resultantes das intervenções mais recentes apontam também para um período de ocupação situado entre os séculos I e II. Na encosta Este do Cabeço da Mota, foram igualmente realizadas algumas sondagens arqueológicas que parecem demonstrar que seria aí que se localizava este importante Santuário.
Na margem direita de Lucefecit, num esporão rochoso com vertentes abruptas, localiza-se igualmente o sítio arqueológico da Rocha da Mina cujos trabalhos arqueológicos realizados entre 2011 e 2012, apontam para a presença de um outro santuário pré-romano. É de destacar a existência neste sítio de um conjunto de degraus associados a um pavimento talhado no afloramento rochoso, elementos que, habitualmente, são descritos como "altares de sacrifício", bem como a presença, no mesmo local, de um poço quadrangular com pouca profundidade. Ao longo deste território, distribuídos por diversos cabeços sobranceiros à ribeira, pontuam vestígios de outros povoados fortificados como no sítio do Castelo Velho classificado como Monumento Nacional, do Outeiro dos Castelinhos ou de Águas Frias, este último, parcialmente submerso pelas águas da albufeira do Alqueva. Igualmente são conhecidas neste território diversas estruturas megalíticas como a necrópole do Lucas, perto da Aldeia das Hortinhas, composta por quinze pequenas antas localizadas a Sul da ribeira de Lucefecit, bem como antigas minas do período romano.
É igualmente de destacar o importante conjunto de testemunhos de património imaterial como diversos cultos, festas, procissões ou peregrinações religiosas de períodos mais recentes". 

DGCP

Ermida de Nossa Senhora das Neves - Capelins 



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