terça-feira, 30 de outubro de 2018

História de vidas de gentes de Capelins - 1833

História de vidas de gentes de Capelins  - 1833

Como referimos, através das escrituras efetuadas no Cartório de Terena entre 1724 e 1852, conseguimos conhecer um pouco da história de Capelins e das suas gentes, em algumas escrituras como as de juro, podemos concluir que, alguns lavradores conseguiam enriquecer com a sua atividade de agro-pecuária, os que emprestavam, porém, outros não davam conta das suas finanças, todos os anos pediam empréstimos, concedidos por lavradores da região mediante o pagamento juros, por exemplo, a cinco por cento. 

Esta escritura de juro foi feita no dia 13 de Fevereiro de 1833, no Monte Real, mas existem outras da mesma família, desde muitos anos antes. 
" Escritura de juro da quantia de quarenta e três mil e duzentos réis metálicos que a deram de juro de cinco por cento na forma de Lei toma Domingos Esteves do Monte do Rial deste Termo, cuja quantia hé pertencente aos herdeiros do falecido Manoel Jorge, Total a quantia de 43.200 Réis.
Saibam quantos este Instrumento de Escritura de juro de cinco por cento, virem que tendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oito centos e trinta e trez annos, sendo aos treze dias de Fevereiro do ditto anno, no Monte do Rial Freguezia de Santo António de Capelins, onde digo de Capelins Termo de Terena, onde eu Tabelião adiante nomiado e asignado, vim e logo aqui em o ditto Monte do Rial aonde hé morador Domingos Esteves aparecerão e foram presentes os herdeiros habilitados da hirança do falecido Manoel Jorge - Manoel Henrique morador na Villa de Ferreira; Maria de Santa Anna; Francisco Caeiro; Thereza de Jesuz viúva de Ignácio Caeiro; e Manoel Caeiro todos moradores no Termo da Villa de Terena de que eu Tabelião dou fé serem os próprios, E logo por Domingos Esteves me foi dito que tomava de juro de cinco por cento a quantia de quarenta e trez mil e duzentos réis metálicos por tençantes aos herdeiros habilitados da hirança do falecido Manoel Jorge Lavrador que foi da Erdade do Sexo, E logo aqui pelo ditto tomador Domingos Esteves me foi apresentado um Requerimento de theor e forma seguinte - (...)
(...)
3 páginas depois, o capital foi entregue ao suplicante e seguiram-se as assinaturas: 
Tomador: Domingos Esteves 
Fiador: 
Miguel Ramalho 
(Lavrador do Monte da Galvoeira) 
herdeiros: 
Manoel Caeiro 
Francisco Caeiro 
A rogo de Thereza de Jesus 
Gabriel António de Rosa 
Manoel Henrique 
Maria de Santa Anna 
Luís Gonzaga de Paiva"


No requerimento do suplicante apresentado ao Tabelião, a rogo de Thereza de Jesus, assinou: Thomé dos Mártires.
1 de 4 páginas da Escritura de juro feita no Monte Real no dia 13 de Fevereiro de 1833 


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