domingo, 14 de outubro de 2018

Resenha histórica da Vila de Terena e seu Termo (Concelho), Incluindo a Vila de Ferreira

Resenha histórica da Vila de Terena e seu Termo (Concelho), Incluindo a Vila de Ferreira
Além de outros, apresentamos comprovativos de que a Vila de Terena e seu Termo (Concelho), em 1314 foi doada por D. Dinis ao seu filho D. Afonso que, veio ser o rei D. Afonso IV e nunca a D. Afonso Sanches, seu filho bastardo. 
493 “Agora, que se recebeo por palavras de presente, lhe acreceo a pòsse das arras prometidas a sua molher a Princesa Dona Brites; e muytos lugares de que elRey lhe fez merce” (ML, VII, p. 85). Este autor remete para Ruy de Pina, do qual extrai o seguinte: “despois que se receberaõ em Lisboa por palavras de prezente: elRey lhe deu (ao Principe) Viana, Terena, o Castello de Ourem, e a terra de Armamar junto a Lamego, e a sua molher grandes terras, e muytas joyas, e riquezas” (ML, VII, p. 85).

Quando em 16 de Outubro de 1314 D. Dinis doou Terena e seu Termo (que incluía a Vila Defesa de Ferreira) ao seu filho D. Afonso, que veio ser D. Afonso IV, este doou-a imediatamente a sua esposa Dª Betariz (Brites) de Castela, ficando ambas na Casa das Rainhas até à morte de Dª Beatriz em 1359! 
Conforme as normas, após a morte da Rainha consorte, todos os bens da Casa das Rainhas, voltavam à Coroa! Depois, só encontramos os lugar de Ferreira e Terena, em 24 de Março de 1376, quando o rei D. Fernando, através de uma carta faz a doação destes, e de outros lugares à sua filha a Infanta Dª Beatriz.
Parece que esta doação ficou sem efeito devido ao constante no Tratado de Santarém de 1373, pelo qual, o rei D. Fernando perdoa todos os portugueses que apoiaram os castelhanos na intentona para a sua morte e ainda lhe devolvia todos os bens, eventualmente confiscados e foi o que aconteceu com os bens da sua meia irmã Dª Beatriz de Castro, uma das acusadas da intentona.
Porém, em 28 de Agosto de 1378, D. Fernando faz seu testamento e nele clarifica as traições de que fôra objeto, justificando suas coações aos traidores do reino português. Acusa o Pacheco, alguns naturais do reino e seus meio-irmãos, Infantes Dinis 61 e Beatriz de Castro de terem conspirado para sua morte 62, aproveitando para deserdá-los da sucessão do reino 63. Acusação suficiente para não devolver os bens confiscados do Pacheco e do Infante Dinis. Tal menção testamentaria indica-nos, também, que a tentativa de regicídio deve ter ocorrido antes de meados de 1378. A Chancelaria Fernandina corrobora tal hipótese através de quatro cartas. A primeira, datada de 19 de Dezembro de 1378, na qual transfere-se bens da Infanta Beatriz de Castro a Fernando Afonso de Albuquerque, sem menção direta a traição 64. 
64 Recebe. os lugares de Terena e Ferreira (TT, ChancDF, l. II, f. 36v). Ou seja: (Torre do Tombo, Chancelaria D. Fernando, I, II, folha 36 v) 
(Conf. Revista da Faculdade de Letras - História - Porto , III série volume 7 - 2006, pp. 263-284.

Como podemos verificar, consta na Chancelaria de D. Fernando que, em 19 de Dezembro de 1378, Terena e Ferreira, foram retirados a Dª Beatriz de Castro, filha de D. Pedro I e de Dª Inês de Castro e, ficaram na posse de D. Fernando Afonso de Albuquerque, mas, as mesmas Vilas, foram doadas por D. Fernando a sua filha Dª Beatriz no ano de 1376, e depois em 03 de Novembro de 1379, nesta data, já o rei as tinha retirado à sua meia irmã a Infanta Beatriz de Castro, ficando, oficialmente na posse da Infanta Dª Beatriz de Portugal, sua filha.

O Lugar de Ferreira, era neste sítio - atual Neves




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