segunda-feira, 3 de julho de 2017

Resenha histórica da Vila de Alandroal, de Terena e de Capelins

Resenha histórica da Vila do Alandroal, de Terena e de Capelins


O Alandroal é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Évora, região do Alentejo e sub-região do Alentejo Central, com cerca de 1 900 habitantes. Ergue-se a 341 m de altitude.
O Alandroal foi elevado à categoria de vila em 1486, por uma Carta de Foral atribuída por D. João II. A vila inclui apenas a freguesia de Nossa Senhora da Conceição.

O Município

É sede de um município com 544,86 km² de área e 6 187 habitantes (2006), subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Vila Viçosa, a leste por Espanha, a sul por Mourão e por Reguengos de Monsaraz e a oeste pelo Redondo. Ao concelho do Alandroal foram anexados, no século XIX, os territórios dos antigos municípios de Terena e Juromenha.
A povoação de Villarreal, situada no município de Olivença (Espanha), era uma povoação do antigo concelho de Juromenha.
O próprio Alandroal é uma das três vilas do concelho, sendo as outras Terena e Juromenha.

Alandroal















FOTO DE PORTUGUESE_EYES


Freguesias do Concelho de Alandroal:

Nossa Senhora da Conceição
Capelins (Santo António)
Juromenha (Nossa Senhora do Loreto)
São Brás dos Matos (Mina do Bugalho)
Santiago Maior (Alandroal)
Terena (São Pedro)



Nossa Senhora da Conceição

Orago Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora da Conceição é uma freguesia portuguesa do concelho do Alandroal, com 156,60 km² de área e 1 938 habitantes (2001). Densidade: 12,4 hab/km². Tem o nome alternativo de Alandroal e inclui esta vila e a aldeia do Rosário.
Localizada no centro do concelho, a freguesia de Nossa Senhora da Conceição tem por vizinhos as freguesias de São Brás dos Matos (Mina do Bugalho) a nordeste, Capelins (Santo António) a sul e Terena (São Pedro) a sudoeste, o concelho de Vila Viçosa a norte e a Espanha a leste.
É a maior freguesia do concelho em área mas apenas a segunda em população e em densidade demográfica. 




Terena

CAPELA DA BOA NOVA OU CAPELA DE NOSSA SENHORA DA BOA NOVA OU SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO DA BOA NOVA EM TERENA


História

Trata-se de um santuário mariano bastante antigo, julgando-se que possa resultar da cristianização de cultos pagãos, visto que nas imediações da vila de Terena subsistem as ruínas do templo do Deus Endovélico. As referências históricas a este santuário remontam ao século XIII, uma vez que nas Cantigas de Santa Maria, do Rei Afonso X de Castela, existem algumas composições dedicadas a Santa Maria de Terena. O templo é obra do século XIV, possuindo a característica de ser um raro exemplar português de igreja-fortaleza que chegou praticamente intacto aos nossos dias. A origem da invocação Senhora da Boa Nova parece estar ligada à lenda da Formosíssima Maria (Dona Maria,Rainha de Castela), a filha do Rei D. Afonso IV de Portugal que se deslocou à corte portuguesa para solicitar a seu pai que auxiliasse o marido na Batalha do Salado. Reza a lenda que a Rainha se encontrava neste local, nas imediações de Terena, quando recebeu a boa notícia, daí tendo nascido a invocação Boa Nova. O culto mantém-se bastante vivo, sendo este santuário palco de uma grande romaria que se celebra no primeiro fim-de-semana posterior à Páscoa. A importância desta romaria na região é de tal importância que a Segunda-Feira de Pascoela (dia principal da festa) é o feriado municipal do concelho do Alandroal. O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova foi classificado Monumento Nacional em 1910.


Exterior do templo

O Santuário é uma jóia da arquitectura religiosa do século XIV, templo-fortaleza de planta cruciforme, rara em Portugal, construído em forte cantaria granítica, coroado e ameias muçulmanas. Nas fachadas norte, sul e poente, abrem-se pórticos de arcos ogivais, góticos e estreitas frestas medievais, encimados por balcões defensivos, com matacães (por onde se jorravam líquidos a ferver, em caso de ataque), decorados com pedras de armas reais portuguesas. O conjunto da fachada principal é ainda enobrecido por singelo campanário, acrescentado no século XVIII. O templo era originalmente do padroado da Ordem de Avis, teve depois como donatários os Condes de Vila Nova (de Portimão).


CAPELA DE NOSSA SENHORA DA BOA NOVA



















Interior

Contrastando com o aspeto pesado exterior, o interior surpreende-nos pela singeleza das linhas góticas e pelo aspecto amplo da nave, de planta de cruz grega, coberta por abóbadas de arcos quebrados. Os alçados da nave foram decorados no século XIX por rodapé escaiolado e pinturas murais realizadas pelo pintor Silva Rato, de Borba, representando santos da devoção popular alentejana. O púlpito, de alvenaria, é da mesma época e levanta-se volumoso no transepto da igreja. Os altares colaterais, de São Brás e Santa Catarina, são de talha dourada do século XVIII.
Mais interessante é a decoração do presbitério, cuja abóbada está coberta de pinturas fresquistas representando os reis da primeira dinastia até D. Afonso IV e diversas cenas do Apocalipse de São João, obra mandada fazer pelos Condes de Vila Nova, Comendadores da Ordem de Avis. O retábulo, maneirista, do século XVI, conserva entalhados belíssimas tábuas de estilo maneirista flamenguizante representando a Anunciação e Assunção da Virgem, o Presépio, o Pentecostes e a Ressurreição de Cristo. Ao centro, em maquineta dourada expõe-se a venerada imagem de Nossa Senhora da Boa Nova, de roca, e com o Menino Jesus ao colo. Nesta capela se conservou acesa durante séculos a lâmpada votiva dos Duques de Bragança. Subsistem ainda no espaço algumas campas antigas e aras votivas do Deus Endonvélico, provenientes do templo de São Miguel da Mota, também na freguesia de Terena. 

Nossa Senhora da Boa Nova 
























Terena (São Pedro)

Terena é uma freguesia portuguesa do concelho do Alandroal, com 82,95 km² de área e 859 habitantes (2001). Densidade: 10,4 hab/km². A freguesia inclui esta localidade e Hortinhas. Tem o nome alternativo de São Pedro, sendo por vezes também conhecida como São Pedro de Terena.

Localizada no centro do concelho, a freguesia de Terena (São Pedro) tem por vizinhos as freguesias de Nossa Senhora da Conceição a nordeste, Capelins a sueste e Santiago Maior a sudoeste, e os concelhos do Redondo a oeste e de Vila Viçosa a norte.
É a 4ª freguesia do concelho em área, mas a 3ª em população e em densidade demográfica.
As origens da vila de Terena são muito antigas. O seu primeiro foral foi concedido no século XIII, sendo elaborado pelo Cavaleiro D. Gil Martins e sua mulher D. Maria João. Já no século XVI, em 10 de Outubro de 1514, o Rei D. Manuel I concedeu-lhe o Foral da leitura nova. A vila de Terena desempenhou um importante papel de defesa fronteiriça, através do seu castelo, que integrava a linha de defesa do Guadiana. No seu território desenvolveu-se desde tempos remotos o culto à Virgem Maria (possível fruto da cristianização de cultos pagãos), sendo o seu Santuário, hoje chamado da Boa Nova, já celebrado por Afonso X de Castela nas suas Cantigas de Santa Maria. O concelho de Terena, que abrangia as freguesias de Terena, Capelins e Santiago Maior, foi extinto em 1836, estando desde então integrado no concelho de Alandroal. O concelho tinha, de acordo com o recenseamento de 1801, 1 757 habitantes. Nos finais da década de 1970, foi construída nesta freguesia a Barragem do Lucefécit, que permitiu o desenvolvimento da agricultura de regadio nesta região. Nesta vila decorre anualmente, no Domingo e Segunda-Feira de Pascoela, a afamada e concorrida romaria de Nossa Senhora da Boa Nova.


Castelo de Terena
















FOTO DE PORTUGUESE_EYES



ANTIGOS PAÇOS DO CONCELHO DE TERENA


Os Antigos Paços do Concelho de Terena são um edifício histórico situados na vila de Terena, no concelho do Alandroal, distrito de Évora. Terena, que foi sede de concelho desde a Idade Média, possuíu certamente um anterior espaço destinado à sede do município, possivelmente no interior do castelo, mas o edifício actual data do século XVIII e fica situado na Rua Direita, junto à Igreja da Misericórdia e ao Pelourinho.
A fachada principal tem escada exterior (com corrimão e balaústre de mármore), com porta encimada pelo Escudo Real Português, também em mármore, do reinado de D. João V e duas janelas de sacada. No piso inferior funcionava o Celeiro Comum, estando o portão datado de 1882. Uma vez extinto o município de Terena (que era composto pelas freguesias de Terena, Santo António de Capelins e Santiago Maior), em 1836, o edifício (exceptuando o Celeiro Comum) foi cedido à irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Terena, que nele instalou o seu Hospital. No espaço de Celeiro Comum funcionaram, no século XX, a Junta de Freguesia de Terena e o Posto do Registo Civil da Freguesia. A Misericórdia (proprietária do imóvel) manteve o hospital aberto até à década de 1950, estando desde então o edifício encerrado, à espera de uma digna recuperação.

ANTIGOS PAÇOS DO CONCELHO DE TERENA




















A Torre do Relógio

A Torre do Relógio da vila de Terena, concelho de Alandroal, fica situada na Rua Direita, junto ao pelourinho e à Igreja da Misericórdia.
O primitivo relógio da vila ficava situado na torre de menagem do castelo, mas ficou danificado pelo terramoto de 1755, conforme narração do Pároco nas Memórias Paroquiais de 1758. Por esse motivo, em data incerta da segunda metade do século XVIII foi construída a actual torre destinada ao relógio mecânico que durante séculos marcou as horas da vila de Terena.
A torre, de cúpula hemisférica com pináculos nos acrotérios, eleva-se alterosa por entre o casario envolvente. Possui dois sinos antigos, o maior, destinado às horas, tem a seguinte inscrição:
"FOI. FEITO. A. 1773. SENDO. VEREAD. VELLADA.ROQVE.GALEGO. PROCVRADOR.VEDIGAL.ESCRIV.O BENAZOL".
O mostrador, voltado a poente, é de mármore e tem numeração romana.


Torre do Relógio





















FOTO DE ALENTEJANO




IGREJA MATRIZ DE SÃO PEDRO - TERENA



A Igreja Matriz de São Pedro, Paroquial de Terena fica situada num dos pontos mais elevados da vila, de cujo adro se desfruta amplo panorama. A igreja é muito antiga, já existia em 1394.
Segundo a tradição terá sido a segunda igreja paroquial da vila e sucedeu à primeira que era a igreja hoje conhecida por Santuário da Boa Nova.
Das origens, conservam-se as estátuas góticas do Padroeiro e de Santa Catarina Mártir, em mármore, expostas nos acrotérios da fachada principal. A Igreja Matriz foi depois alterada no século XVI, de cujo período são vestígios a ábside, de abóbada nervurada, coberta de azulejos do tipo maçaroca. No século XVIII foram executados o retábulo de talha dourada do altar-mor e o púlpito, em mármore. Neste período a igreja tinha quatro irmandades: Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Rosário, São Miguel e Ordem Terceira de São Francisco). O Prior era apresentado pela Coroa e tinha dois clérigos Beneficiados. Já no século XIX foram feitas outras obras da igreja, que deram à nave o aspecto actual, realizando-se as pinturas da abóbada e do arco da Capela-Mor, tendo sido acrescentado o coro e remodelados o Baptistério, que conserva a Pia antiga, a Capela do Santíssimo Sacramento e o Altar da Senhora do Rosário, entre outras modificações de menor importância.
Na Sacristia conserva-se o trípico de pintura do século XVI representando São Pedro, São Paulo e Santo André, que se crê ter sido o primitivo retábulo do altar-mor. 


IGREJA MATRIZ DE SÃO PEDRO - TERENA



















IGREJA DA MISERICÓRDIA - TERENA


A Igreja da Misericórdia, sede da irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Terena, fica situada na Rua Direita, no centro histórico da vila de Terena, concelho de Alandroal.
Embora não se conheça a data exacta da fundação da Misericórdia de Terena, sabe-se que deve ter ocorrido na segunda metade do século XVI, pois a abóbada da Capela-Mor da igreja é ainda do reinado de D.João III.
A fachada é muito simples, de empena triangular e portal marmóreo da segunda metade do século XVIII. O interior é de uma só nave, com coro lateral e púlpito de mármore. No alçado do lado do evangelho levantava-se a Galeria dos Mesários, de madeira entalhada. A capela-mor, de abóbada nervurada quinhentista, está revestida de pinturas murais do século XVIII, representando motivos florais. O retábulo é de talha dourada e marmoreada, decorada com as Armas Reais e os símbolos da Paixão de Cristo, expondo no Trono a imagem de roca do Senhor Jesus dos Passos.
Nos anexos da igreja situam-se as salas da Mesa e do consistório da Misericórdia. Presentemente a Misericórdia de Terena está sem actividade, encontrando-se a igreja muito arruinada e necessitando de restauro urgente. 

IGREJA DA MISERICÓRDIA - TERENA






















FOTO DE ALENTEJANO





PELOURINHO DE TERENA

O Pelourinho de Terena , símbolo do antigo poder municipal da vila, é uma obra do século XVI, reinado de D. João III.
É constituído por fuste e capitel de xisto, encimado por esfera marmórea. Fica situado na Rua Direita, junto à Torre do Relógio e à Igreja da Misericórdia.
Este pelourinho está classificado como Imóvel de Interesse Público, pelo IPPAR (Decreto 23122, DG 231 de 11 de Outubro de 1933). 


Pelourinho de Terena





























CAPELA DE SANTO ANTÓNIO - TERENA


A Capela de Santo António fica situada no Rossio da vila de Terena, concelho de Alandroal.
A ermida, de linhas arquitectónicas simples e do estilo popular alentejano, com fachada simples e característico telhado de linhas radiadas, assinalada no terreiro fronteiro por cruzeiro popular. A sua construção deveu-se à iniciativa de um grupo de fiéis encabeçado por João Nunes Ribeiro, Cavaleiro da Ordem de Cristo, no ano de 1657. A nave, pequena e em forma de rotunda copular tem púlpito de mármore e ferro forjado. O altar é de talha dourada do século XVII, albergando as imagens de Santo António, São Bento e São Vicente Ferrer. Presentemente serve de capela funerária da vila de Terena.

ERMIDA DE SÃO SEBASTIÃO - TERENA

A ermida de São Sebastião é um monumento religioso situado na freguesia de Terena (São Pedro), concelho de Alandroal, distrito de Évora. A ermida ergue-se à saída da vila, à beira do caminho que leva ao célebre Santuário da Boa Nova. São desconhecidas as origens desta ermida, mas sabe que já existia no século XVI, pois figura na vista panorâmica que Duarte de Armas desenhou do castelo de Terena. Ao que tudo indica terá sido construída por iniciativa da câmara da vila, a exemplo do que se passou com muitas das suas congéneres ermidas de concelhos vizinhos, e dedicada a São Sebastião, o santo protector contra a fome, a peste e a guerra. Este monumento é um bom exemplar da arquitectura popular religiosa rural alentejana, sendo a sua fachada unicamente decorada pelo singelo campanário. O interior, igualmente simples, de uma só nave, tem apenas um altar, onde se veneram as imagens do padroeiro, de São Pedro e de São Bartolomeu. Em 1870 o espaço envolvente desta ermida foi aproveitado para a construção do cemitério público, em cujo portão foi colocada a seguinte inscrição destinada à meditação dos transeuntes: Detem caminhante o Passo/A Humana condição chora/Olha-te bem neste espelho/Vê o que és e vai-te embora. 

Capela de Santo António - Terena




















FREGUESIA DE CAPELINS (SANTO ANTÓNIO)


Área
- Total 86,57 km2
População (2001)
- Total 673
- Densidade 7,8/km2 

Orago Santo António

Capelins é uma freguesia portuguesa do concelho do Alandroal, com 86,57 km² de área e 673 habitantes (2001). Densidade: 7,8 hab/km². Tem o nome alternativo de Santo António, sendo que o nome oficial da freguesia é Capelins (Santo António).
Localizada na extremidade sueste do concelho, a freguesia de Capelins tem por vizinhos as freguesias de Santiago Maior a oeste, Terena a noroeste e Nossa Senhora da Conceição a norte, os municípios de Mourão a sueste e Reguengos de Monsaraz a sudoeste e a Espanha a leste.
É a 3ª freguesia do concelho em área, a 4ª em população e também a 4ª em densidade demográfica.
Esta freguesia pertenceu, até 1836, ao extinto concelho de Terena. Fazem parte desta freguesia os aglomerados populacionais de Ferreira de Capelins e Montes Juntos. 


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