segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Resenha histórica da Villa de Terena - 1436

 Resenha histórica da Villa de Terena - 1436

A Villa de Terena quando foi retirada à Família Riba de Vizela, donatários da mesma entre 1259 e 31-12-1312, no dia 16 de Outubro de 1314 foi doada pelo rei D. Dinis ao seu filho o Infante D. Afonso, depois o rei D. Afonso IV que nesse mesmo dia a doou à sua esposa a Infanta Dª Beatriz de Castela, que por sua vez a integrou na Casa das Rainhas, onde permaneceu até à sua morte em 25 de Outubro de 1359. Depois desta data, a Villa de Terena andou por vários donatários, entre as quais a Infanta Dª Beatriz de Castro, filha de D. Pedro I e de Dª Inês de Castro, mas também na posse de Dª Beatriz de Portugal filha do rei D. Fernando, até à crise de 1383/85.
Quando D. João I foi aclamado rei de Portugal, entregou esta Villa e outras ao espanhol Garcia Fóis, por ter lutado a seu lado, nas batalhas com Castela, mas em 1436, conforme podemos confirmar pela carta a seguir publicada do rei D. Duarte, no dia 08 de Maio de 1436 a Villa de Terena foi doada ao cavaleiro D. Nuno Martins da Silveira:
"doaçam de terena a nuno martjnz da silueira caualeyro
Dom Eduarte etc A quantos esta carta virem fazemos saber a uos nosos veedores da fazenda contadores corregedores Jujzes e Justiças e a quaãesquer outras pesoas que esta ouuerem de ueer e perteencer a que esta carta for mostrada saude sabede que nos consirando a criaçom que de mujto prolongado tempo auemos fecta em nuno martjnz da silueira caualeyro do nosso conselho e scpriuam da nossa purídade E mujto serujço que del sempre conthinuadamente Recebemos des o tempo da nossa primeira mocidade ataa ora E ao diante entendemos de Receber E por querermos husar e seguir as obras notaueës que os reís de que nos descendemos cujas almas o senhor deus na sua sancta gloria tenha fizeram em semelhante caso E principalmente do muy virtuoso Rey meu senhor e padre cuja e) ali/rna deus aia que nas pesoas semelhantes chegadas a el sempre os mujto acrecentou e lhes fez mujtas mercees E Porem sentindo como a nasa villa de terena esta em tal lugar e de nouo se começa de pobrar de pesoas de termos e de lugares de desuayradas maneiras E essa meesmo a dicta villa e a cerca della nom seer ajnda acabada E bem assy algüas outras obras que necesarias lhe som E por os do lugar seerem mjlhor gouernados e regidos e por teerem quem por elles requeira seus djreitos e praees, acordamos por nosso serujço e bem da dicta villa de a encomendarmos a algüa tal pesoa que as dictas cousas encamjnhase e mandase bem fazer E por a prolongada criaçom e afeiçom que acerca de nos sempre ouue o dicto nuno martjnz conhecemos del que he tal pesoa que nos serujra em ella bem e mandara fazer as cousas sobredictas como a nosso serujço comprem E pello muy boom deseio e razoões que teemos de o acrecentarmos e lhe fazer toda mercee que bem pudermos de nosso proprio moto e poder absoluto sem nos por el nem por outrem em seu nome seer esta requerido nem pedido nem demandado lhe damos e outorgamos e fazemos mercee e pura doaçam em sua vida da dicta villa de terena E de todallas rendas e djreitos reaães que na dieta villa e seu termo teemos e auemos e de djreito podemos e deuemos d auer assy dos reguengos e dizimas e portageens e açougagees [sic] e carcerageens e pensam de tabaliam ou tabaliaães E do forno ou fornos E assy quaãesquer outros djreitos que hi aiamos ou deuamos d auer per qualquer guisa que seia posto que aquj nomeados nom seiam assy reaães como pesoaães salua as sisas que pera nos se ham de recadar E queremos e lhe outorgamos a alcaidaria da dicta villa e que elle tenha o carcer e a cadea della em a qual mando guardar e teer os presos e malfectores pera se delles fazer comprimento de djreito e Justiça E aia e posa auer os djreitos que aa dicta alcaidaria perteencem com os outros djreitos afora as rendas das dictas sisas segundo susa he scprito E essa meesmo outorgamos e mandamos aos Jujzes e officiães e procuradores da dicta ujlla que a todo tempo que elles antre ssy hordenarem de fazerem Jujzes e officiaães ou algüas hordenações e regimentos que pertençam ao / proueito e bem comunal da dicta ujlla e qzzaeêsquer outras cousas semelhantes que estando o dicto nuno mar�nz na ujlla ou acerca della ataa Jornada de huü dia que per seu conselho e autoridade façam quaãesquer das sobredictas cousas por entendermos que se fara mjlhor e mais com nosso serujço e bem da terra E bem assy das rendas dessa ujlla com seu acordo façam e hordenem quaãesquer despesas que de fazer ouuerem estando el no lugar ou acerca como dicto he, a qual doaçam e mercee lhe fazemos e outorgamos que o dicto nuno martjnz aia em sua vida nom embargando quaaesquer djreitos constitujções liberdades priujlegios foros husos custurnes, auudos outorgados firmados em contrairo os quaães casos e cada huü delles auemos aquj por nomeados e declarados e anulados de nasa certa sciencia que ao dicto nuno martjnz nom possam fazer nem contradizer per Jujzo nemhuü a el nem poder gouujr desta mercee e doaçam que lhe assy per nos he fecta e outorgada E Porem mandamos aos sobredictos officiães Jujzes e Justiças e a cada huü delles que nom uaão nem consentam hir contra esta doaçam em parte nem em todo ante lha façam bem comprir e guardar E acudir a ella e a seus certos procuradores com tadollos djreitos e rendas sobredictas segundo dicto he sem outro nemhuü embargo que huüs e os outros a ella ponhaães vrnde al nom façades dante em a nossa villa d estremoz viij dias de mayo lapa afomso a fez era de mil iiij" xxxvj annos... 



Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...