domingo, 16 de janeiro de 2022

Resenha histórica da Fortaleza de Juromenha

 Resenha histórica da Fortaleza de Juromenha 

A ocupação do planalto onde se situa a Fortaleza de Juromenha perde-se nos tempos, há provas arqueológicas que já ali existiam instalações de diversos povoadores desde o perído histórico e, talvez, devido à defesa estratégica, à presença do rio Guadiana, à fertilidade das terras e outros fatores favoráveis, o lugar foi atrativo para todos os povos que se instalaram nesta região.
Juromenha, foi conquistada aos mouros no ano de 1167 por Geraldo Geraldes, o Sem Pavor, mas cerca do ano de 1191, foi perdida, por ação do Califa de Córdova, voltando, definitivamente à cristandade no reinado de D. Sancho II, cerca do ano de 1230.
Durante alguns anos, a Fortaleza de Juromenha esteve na posse do Reino, com algumas doações esporádicas, mas por carta do Rei D. Sancho II no dia 05 de Maio de 1237, foi trocada pela Vila de Mafra e doada ao Mestre da Ordem de Avis, D. Fernando Rodrigues Monteiro.
Foi o Rei D. Dinis que elevou Juromenha a vila, tornando-a sede de concelho, sendo um Termo (Concelho) até ao dia 06 de Novembro de 1836.
As muralhas desta Fortaleza eram de taipa do período dos Mouros e D. Dinis mandou reforçá-las com a construção de 17 torres quadrangulares, possuindo a de menagem 45 metros de altura.
A Fortaleza de Juromenha tornou-se muito importante, sendo escolhida para a realização de dois casamentos reais, o de D. Afonso IV, filho de D. Dinis, com Dª Beatriz de Castela e, mais tarde, o de D. Afonso XI de Castela com Dª Maria de Portugal, filha de D. Afonso IV e neta de D. Dinis, a mesma, que parece, mandou construir o Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova na Vila de Terena e, evocada por Luís de Camões nos Lusíadas, com a designação de formosíssima Maria.
Quando o grande projeto da Fortaleza de Juromenha, durante a guerra da Restauração, estava quase concluído, em 1659, sofreu grande destruição, por consequência de um incêndio que atingiu o paiol da pólvora, causando uma explosão.
Hoje, ainda podemos ver alguns troços das muralhas dos séculos XIII e XVII, assim como, as ruínas dos Paços do Concelho, da Casa do Governador, da torre de menagem, restos de Barbacãs medievais, baluartes seiscentistas, fossos, guaritas e algumas canhoneiras que continuam a dominar a margem direita do rio Guadiana, alargada pelo enchimento do Grande Lago de Alqueva.
Salienta-se que, neste momento, existe um grande projeto de recuperação desta Fortaleza, com algumas obras em curso.
Esta simples invocação, pretende ser uma singela homenagem prestada pelo Amigos de Capelins à Fortaleza de Juromenha.
Fim
Fortaleza de Juromenha
Texto: Correia Manuel
Foto: Amigos de Capelins 



Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...