A Conquista desta região aos Mouros, por Geraldo o Sem Pavor
Alandroal,
Elvas, Juromenha, Monsaraz e outras localidades na área do Alto Guadiana, foram
conquistadas aos muçulmanos, por D. Afonso Henriques e Geraldo Sem Pavor, em 1167,
depois, reocupadas por Almançor, o califa de Córdoba, ficando definitivamente no domínio português entre 1228/1242,
já no reinado de D. Sancho II. Por analogia, com as terras vizinhas, podemos atribuir a reconquista das terras
de Capelins, dentro dessas datas.
Conforme consta em diversos documentos históricos,
foi o rei D. Sancho II que, entre 1223/1245, iniciou a cristianização, de toda
esta região do alto Guadiana, deve-se a este rei, o afastamento definitivo dos
muçulmanos, confirmando a posse destas terras para Portugal, porém, o seu povoamento,
começa no reinado de D. Afonso III, com a Família Ribas de Vizela. Esta família,
oriunda de Guimarães, fazia parte da corte de D. Sancho II e, depois de D.
Afonso III, tiveram como marca familiar a lealdade e, a afeição à pessoa do
rei, sendo D. Gil Martins nomeado Mordomo-Mor da Cúria e, quando o rei
procedeu à distribuição das terras conquistadas, fez a doação de Terena e de
Viana a D. Gil Martins Ribas de Vizela e, a sua esposa Dª. Maria Eanes, os
quais, em Fevereiro de 1262, concederam o primeiro Foral à Vila de Terena e seu
termo, (Concelho), incluindo as terras de Ferreira, ou seja, quase todo o espaço
geográfico ocupado atualmente pelo Concelho de Alandroal. Ainda, em 13 de
Dezembro de 1261, D. Gil Martins, apenas em 10 meses, chegou a entendimento com
o Cabido da Sé de Évora e com o Bispo D. Martinho, sobre a construção de
Igrejas em Terena e no seu termo.
Em
1264, D. Gil Martins exilou-se em Castela, na corte de Afonso X, o rei sábio, devido
a agravos com o rei D. Afonso III, onde permaneceu até à sua morte em finais de
1274.
Em
1275, o seu filho D. Martim Gil, que esteve sempre junto de seu pai, em
Castela, voltou para Portugal, à corte de D. Afonso III, herdando os bens de
seu pai, entre os quais, a Vila de Terena e seu termo (Concelho), que incluía as
terras de Ferreira. Em 1276, foi-lhe
concedida a tenência de Elvas, ficando, assim, mais próximo destes seus
domínios, que começou a frequentar, mostrando mais interesse na sua
administração e desenvolvimento da região.
Em
1280, já no reinado de D. Dinis, D. Martim Gil, abandonou a tenência de Elvas e
voltou novamente para Castela, onde permaneceu até 1284, quando faleceu o rei Afonso
X. Nesta data, voltou a Portugal, à corte de D. Dinis, que, fez dele seu
Alferes-Mor, cargo que manteve até 1295, quando a seu pedido foi substituído
por seu filho, também com o mesmo nome, D. Martim Gil, e faleceu ainda nesse
ano.
D.
Martim Gil sucedeu a seu pai no lugar de Alferes-Mor do reino e no senhorio de
Terena e Ferreira. Foi forte apoiante de D. Dinis, mas, devido a um litígio com
o seu cunhado em 1312, e, devido à pronúncia do tribunal, sentiu-se ofendido e
exilou-se em Castela, onde faleceu em Dezembro desse ano, não deixando
descendentes masculinos, extinguindo-se com ele esta linhagem. Também com ele,
se extinguiu o senhorio de Terena, voltando a Vila e as terras de Ferreira à
Coroa.
Em
1314, D. Dinis, doou a Vila de Terena e seu Concelho, ao seu filho, o infante
D. Afonso, (depois Rei D. Afonso IV), através da Carta de Doação que se encontra no Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, na Cota Atual: Chancelaria de D. Dinis livro 3
folha 88 v, conforme a seguir se transcreve:
CARTA DE DOAÇÃO DE VIANA E TERENA, CONCEDIDA POR D. DINIS A D. AFONSO, INFANTE DE PORTUGAL
NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Documento simples
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/CHR/C/001/0003/08801
DATAS DE PRODUÇÃO
1279-02-16
a 1325-01-07 
DIMENSÃO E SUPORTE
1 doc.; perg.
HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA
Documento descrito no índice Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Dinis: Índice dos próprios, L 25, f. 4 (PT/TT/ID/1/25).
Este Instrumento de Descrição Documental, não datado, foi substituído pelo catálogo em linha, em 2010.
COTA ATUAL
Chancelaria de D. Dinis, liv. 3, f. 88v.
IDIOMA E ESCRITA
Português
Ermida de Nossa Senhora das Neves em Capelins

Carta da doação de Viana e de Terena - D. Dinis - 16-10-1314