História da Villa de Terena
Primitivamente designada por Odialuiciuez, a vila que hoje conhecemos como “Terena”, passaria a ser conhecida por “Sancta Maria de Terena” após o foral que daria origem ao povoamento em 1262. A designação primitiva será provavelmente de origem árabe e talvez se tratasse do nome muçulmano da ribeira de Lucefécit, uma vez que o radical "Odi" está ligado ao conceito de “curso de água”.
Em 1259, a pedido de D. Afonso III, a vila de Odialuiciuez é doada a Gil Martins de Riba de Vizela que a recebe das mãos dos juízes e homens-bons do concelho de Évora. Três anos mais tarde, em 1262, Gil Martins e a sua mulher Maria Anes outorgam carta de foral aos moradores de Odialuiciuez, designando-a por Sancta Maria de Terena (uma carta de foral é um documento concedido por um rei ou por um senhorio a uma povoação onde se estabelecem as normas de relacionamento dos seus habitantes, entre si e com o senhor que lhes concedeu o documento). A nova designação estaria possivelmente ligada à recente edificação, por Gil Martins, de uma igreja dedicada a Santa Maria em Odialuiciuez. Esta igreja, cuja construção deverá ter começado logo em 1259, estará na base da actual Igreja da Boa Nova, designada como Santa Maria de Terena até ao século XVIII, época em que se viria a difundir a lenda que está na origem da invocação “Boa Nova”.
A vila primitiva não se localizava onde hoje se encontra a povoação actual mas sim nas imediações da igreja de Santa Maria de Terena, num espaço hoje designado como “Vila Velha”, próximo à confluência das ribeiras do Alcaide e do Lucefécit. A vila de Santa Maria de Terena ficaria na posse dos descendentes de Gil Martins até 1314, ano em que D. Dinis doa ao Infante D. Afonso as Vilas de Terena e Viana do Alentejo.
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