D. Dinis e a Vila Defesa de Ferreira - 1262
Há cerca de cinco anos, nas nossas pesquisas sobre o passado das terras de Capelins, encontramos a indicação de que, em 1314 D. Dinis, doou a Vila de TerenaFerreira ao seu filho bastardo (natural) D. Afonso Sanches. Porém, mais tarde encontramos outras indicações que provam o contrário, a doação da Vila de Terena e de Ferreira, foi ao seu filho D. Afonso Infante de Portugal, que veio ser o Rei D. Afonso IV.
A verdade, é que, sendo D. Afonso Sanches filho natural de D. Dinis e o seu preferido, nunca foi Infante, não passando de Mordomo-mor!
Os filhos naturais foram reconhecidos pelo rei, mas isso não significa que fossem Infantes, partindo do principio que, os infantes eram os filhos legítimos do rei e da rainha! Assim, segundo esta lógica, o único Infante de Portugal filho de D. Dinis, foi D. Afonso que, veio ser o rei D. Afonso IV.
D. Dinis – Dois filhos legítimos e sete naturais
O conhecimento que temos, até hoje, acerca dos filhos do Rei D. Dinis, foi obtido a partir dos cronistas e completado com documentos da Chancelaria deste nosso Rei. Não há dúvidas quanto aos filhos que nasceram do seu casamento com a Rainha Santa Isabel. Foram eles, a Infanta D. Constança, que veio a ser Rainha de Castela e o Infante D. Afonso, depois rei de Portugal. E do casamento real não houve mais filhos. Além destes filhos legítimos, teve o Rei D. Dinis sete filhos naturais, que foram: Afonso Sanches, Pedro Afonso, João Afonso, Fernão Sanches, D. Maria Afonso, um segundo Pedro Afonso e mais uma segunda Maria Afonso. Há dois Infantes sobre os quais existem dúvidas, se seriam filhos de D. Dinis ou de D. Afonso III, cujos nomes são: Fernando Afonso e Martim Afonso.
Todos foram reconhecidos pelo Monarca e criados como nobres de sangue real. Alguns deles tiveram altos cargos e desempenharam importantes funções. Saliento D. Afonso Sanches, que chegou a mordomo-mor, e D. Pedro Afonso, a alferes-mor. Este, veio a ser mais tarde, o 3.º Conde de Barcelos. Foi este Conde, figura notabilíssima da cultura portuguesa, pois se lhe atribui a autoria do Livro de Linhagens, da Crónica Geral de Espanha de 1344 e a compilação de um livro de poesia galego-portuguesa, que é um Cancioneiro Geral onde estão incluídas poesias suas, o qual veio a ser a base dos Cancioneiros quinhentistas da Biblioteca Vaticana e da Biblioteca Nacional.
Afonso Sanches foi sempre considerado o preferido do Rei D. Dinis. Isto motivou a desconfiança do filho legítimo, D. Afonso IV, acusando seu pai de querer deixar o trono a este filho ilegítimo, como já referi anteriormente. Afonso Sanches foi um bom trovador e talvez o rei o estimasse também por se sentir mais compreendido por ele. Afonso Sanches com sua esposa D. Teresa Martins fundaram o convento de Santa Clara de Vila do Conde, onde jazem sepultados. A comunidade religiosa considerava-os pessoas de grande mérito e santidade. Foi dado início a um processo de beatificação deste casal.
Nesta carta referida pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, sobre a doação das Vilas de Viana do Alentejo e Terena, não consta a Vila de Ferreira, mas existem outros, que não conseguimos localizar neste momento e que incluem a Vila de Ferreira, a qual, até 1433 esteve sempre em conjunto com Terena! "Vila de Ferreira a par de Terena".
CARTA DE DOAÇÃO DE VIANA E TERENA, CONCEDIDA POR D. DINIS A D. AFONSO, INFANTE DE PORTUGAL
NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Documento simples Documento simples
CÓDIGO DE REFERÊNCIA PT/TT/CHR/C/001/0003/08801
TIPO DE TÍTULO Formal
DATAS DE PRODUÇÃO 1279-02-16 A data é certa a 1325-01-07 A data é certa
DIMENSÃO E SUPORTE 1 doc.; perg.
HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVÍSTICA
Documento descrito no índice Portugal, Torre do Tombo, Chancelaria de D. Dinis: Índice dos próprios, L 25, f. 4 (PT/TT/ID/1/25).
Este Instrumento de Descrição Documental, não datado, foi substituído pelo catálogo em linha, em 2010.
COTA
ATUAL Chancelaria de D. Dinis, liv. 3, f. 88v.
ATUAL Chancelaria de D. Dinis, liv. 3, f. 88v.
Sem comentários:
Enviar um comentário