sexta-feira, 1 de maio de 2020

Resenha histórica do Rio Guadiana

Resenha histórica do Rio Guadiana
O rio Guadiana nasce na Lagoa de Ruidera, na província espanhola de Ciudad Real e renasce nos Ojos del Guadiana (Espanha), a altitude da nascente é de 1700 m. Tem um comprimento de 826 km (é o quarto rio mais comprido da Península Ibérica), a área da bacia é de 66 800 km² (situada, grande parte em Espanha. Faz fronteira entre os dois países, Portugal e Espanha, tem uma foz entre Vila Real de Santo António e Ayamonte e desagua no Oceano Atlântico (mais especificamente no Golfo de Cádis). As suas principais afluentes são: Záncara, Ciguela, Bullaque, Lucefécit, Azevel, Rio Dejebe, Ribeira do Vascão, (direita) Guadiana Alto, Azuer, Jabalón, Zújar, Matachel, Ardila, Chança (esquerda).
O rio Guadiana é navegável até Mértola numa distância de 68 km. No seu curso português foi construída a Barragem do Alqueva, na reguião do Alentejo, que criou o maior lago artificial da Europa.

A história do nome do rio Guadiana
Os romanos começaram por chamar ao rio Guadiana de Anas (“dos patos”), ao que os mouros juntaram uádi (palavra árabe para rio), sendo então o Uádi Ana, passando ao português como Ouadiana e mais tarde ainda para Odiana. Porém, desde o século XVI que, por influência castelhana, foi ganhando terreno Guadiana (influenciado por outros nomes árabes de rios começados por guad, ex: Gualdaquivir, Guadalete, Guadalajara ou Guadarrama), sendo hoje em dia, a forma consagrada.

O contrabando no rio Guadiana
A posição geográfica do rio Guadiana, em termos de demarcação de fronteira com a vizinha Espanha, aliada ás dificuldades económicas de muitas famílias, das Terras da RAIA, incluindo a Freguesia de Capelins, fez emergir uma economia paralela, baseada nas “trocas comerciais” clandestinas entre Portugal e Espanha. As histórias de contrabando da época do Estado Novo são muitas. O contrabando mais vulgar era o de subsistência, com o qual o contrabandista apenas queria ganhar algum dinheiro para suprir as necessidades básicas da família. O contrabando foi uma atividade importante em ambos os lados do Rio, nesta região de agricultura pobre. O café português e o açúcar eram muito apreciados em Espanha de onde, por sua vez, chegava bombazina, calçado, conhaque, miolo de amêndoa e perfumes. Os produtos de contrabando eram, muitas vezes, passados a nado de uma margem para a outra, dentro de oleados – cada homem transportava 30 a 40 kg de carga. As autoridades portuguesas tentaram opor-se a esta realidade construindo em cada curva do rio um posto da Guarda Fiscal, que permitia assim, a vigilância de qualquer troço do rio.

A pesca no rio Guadiana
A pesca no rio Guadiana antigamente tinha mais importância do que os dias de hoje. Antigamente as dificuldades económicas eram tantas que para se sobreviver e não passarem fome tinham de pescar, mas essa actividade foi deixada de ser praticada, pois as famílias começaram a ganhar mais dinheiro e assim começaram a comprar os alimentos. Hoje em dia a pesca é praticada apenas para passar o tempo ou uma actividade livre. Os pescadores antigamente usavam os materiais para pescar fabricados manualmente, como: tresmalhos, redes de emalhar, tapa esteiros, aparelho de anzol, cana de pesca, varestilha, zangaia, nassas, covo, letrache, conto, carneiro, tela, colher, rapeta, tarrafa, fisga, redisca, levada, arrasto de varas, arrasto de cintura e arrasto de mão ou pesca à lapa.

Os Moinhos do rio Guadiana
Pesca com tarrafa no saudoso rio Guadiana
Foto de Internet


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