A benzedura do quebranto ou mau olhado
Antigamente, diziam que existiam muitas feiticeiras nas terras de Capelins! O povo dizia que eram elas, movidas pelo ciúme e pela inveja que lançavam o “mau
olhado”. Segundo a tradição, as vítimas deste mal tinham alterações de
comportamento, ficando cismadas, tristes, sem alegria de viver e muitas vezes
com ideias suicidas. Para combater este problema, os doentes tinham que
recorrer a uma pessoa com poderes para benzer o quebranto. Para isso, essa
pessoa fazia o seguinte: Durante sete dias, fazia uma grande
fogueira, tirava as brasas maiores e colocava-as dentro de uma bacia com água,
uma a uma, para, logo que apagadas, se afundassem! O mau olhado estava dominado quando as brasas ficassem a flutuar na água. Mas, só com a reza do quebranto ou
mau olhado era restituída a saúde. Por isso, a mulher que benzia, enquanto ouvia a
queixa do/a doente, tirava o chapéu, concentrava-se e dizia em voz alta:
De Santa Ana nasceu Maria,
De Maria nasceu Jesus, de Santa Isabel, São João,
Quebrantos e maus olhados
Para o mar coalhados vão.
As pessoas da Santíssima Trindade são três,
E assim como Elas querem e podem,
De onde este mal veio para lá torne.
Pelo poder da Virgem Maria,
Padre Nosso e Avé Maria!
Outra versão:
Jesus e
Jesus, Altíssimo Nome de Jesus
A dizer palavras do quebranto
Se tu na tua cabeça
Tens quebranto ou olhado
De mau homem ou má mulher
Ou de rapaz ou de rapariga
Ou de olho de má gente,
Ou de cobra ou cobrelo ou de sapo ou sapelo
Que dois te deram e três te tiram
O Senhor e a Senhora e toda a
Pessoa da Santíssima Trindade
Donde este mal de lá veio
Assim há-de para lá tornar
Padre Nosso... Avé Maria!
A dizer palavras do quebranto
Se tu na tua cabeça
Tens quebranto ou olhado
De mau homem ou má mulher
Ou de rapaz ou de rapariga
Ou de olho de má gente,
Ou de cobra ou cobrelo ou de sapo ou sapelo
Que dois te deram e três te tiram
O Senhor e a Senhora e toda a
Pessoa da Santíssima Trindade
Donde este mal de lá veio
Assim há-de para lá tornar
Padre Nosso... Avé Maria!
Existem outras versões!
Ferreira de Capelins
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